Energias renováveis impulsionadas pela procura de alternativas ao petróleo e ao gás da Rússia
A guerra que está a assombrar a Ucrânia, o leste europeu e o mundo, tem dado a entender que a dependência dos países face a outros pode ser perigosa. Nesse sentido, nos últimos dias, na Europa, por exemplo, as energias renováveis conheceram um impulso, motivado pela procura por alternativas ao petróleo e ao gás provenientes da Rússia.
Os investidores também parecem estar a apostar mais no setor.
Pela primeira vez desde a pandemia, o European Renewable Energy Index, um índice que acompanha o desenvolvimento e desempenho das empresas europeias que trabalham no setor das energias renováveis, aumentou quase 9,3%, na semana passada.
O facto de a Europa depender amplamente do gás e do petróleo provenientes da Rússia, levanta a questão dos perigos inerentes à dependência externa. Por esta razão, registou-se uma mudança na política energética da Europa, beneficiando empresas do setor.
Isto é resultado da tentativa dos governos europeus se afastarem do fornecimento de petróleo e gás da Rússia. Este que é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e é a resposta para 40% das necessidades de gás da Europa.
Aliás, esta semana, o Ministro das Finanças e Proteção Climática da Alemanha Robert Habeck anunciou planos para diversificar as energias renováveis. Ou seja, a Alemanha estabeleceu um objetivo de 80% de produção renovável até 2030, e 100% até 2035, antecipando em cinco anos horizontes temporais anunciados anteriormente.
De acordo com empresas como a fabricante de painéis solares Gautam Solar, a Rússia criou um nível de desconfiança de tal forma elevado que não conseguirá invertê-lo a curto prazo. Além disso, considera que, para cumprir objetivos como aqueles traçados pela Alemanha, é necessário “apostar em grande com investimentos agora”.
Esta situação está a promover a subida dos valores de algumas empresas de energias renováveis. Essa subida poderá espelhar a vontade que os investidores têm em dar uma oportunidade ao setor das energias renováveis, por forma a reduzir a (aparentemente problemática) dependência energética externa.
Leia também:
Este artigo tem mais de um ano
É isto mesmo vamos aproveitar para ir buscar soluções internas para dependermos menos dos outros
A ver se prolongam o apoio do Fundo Ambiental….
Boa.
A única vantagem de ser velho é ter visto muita coisa. Este texto é igualzinho aos textos que eu lia durante a crise do petróleo de 1973, nada mudou. Nem a matriz energética europeia.
Nada mudou? Está a mudar e muito. O encerramento de centrais nucleares e de termoeléctricas na Alemanha é uma mudança brutal.
Quanto ao petróleo este torna-se cada vez menos uma dependência. O primeiro sector será o automóvel que nos próximos anos fará a transição para o eléctrico/hibrido
O fecho das centrais nucleares na Alemanha e a opção pelo anti-nuclear relfetem-se bem no que é hoje a dependência europeia de gás natural russo, e hidrocarbonetos no geral. As renováveis não conseguem alimentar colossos industriais, e é isso que a história tem demonstrado. Até haver fusão comercialmente viável, a fissão é a única forma de combater o aquecimento global, permitindo manter o nosso estilo de vida, abandonando MESMO o carvão e o gás natural (cujo uso SÓ aumentou com a implementação das renováveis, porque é a ÚNICA energia abudante e previsível o suficiente para colmatar o fecho das centrais a carvão, quando se fecha a porta ao nuclear – o problema é que continua a emitir CO2 e esta última não!).