Nova fábrica da LEGO no Vietname utilizará apenas energia limpa
A LEGO inaugurou, esta semana, uma fábrica no valor de mil milhões de dólares, no Vietname. Segundo a empresa, a estrutura produzirá brinquedos, utilizando apenas energia limpa.
Situada na zona industrial de Binh Duong, perto da cidade de Ho Chi Minh, a fábrica da LEGO é a primeira, no Vietname, que pretende funcionar inteiramente com energia limpa. Segundo um comunicado, a empresa fá-lo-á até ao início de 2026.
Esta nova fábrica é a sexta da empresa dinamarquesa a nível mundial e a segunda na Ásia, e utilizará equipamento de alta tecnologia para produzir peças de LEGO coloridas para os mercados em crescimento do Sudeste Asiático.
Só queremos ter a certeza de que o planeta que as crianças herdarão quando crescerem é um planeta que ainda existe. Isso é fundamental.
Disse Niels Christiansen, diretor-executivo da LEGO, à The Associated Press.
Esta nova fábrica representa mais um passo da LEGO no sentido de deixar de produzir gases com efeito de estufa até 2050. A empresa tem ainda um objetivo a curto prazo de reduzir as emissões em 37% até 2032.
Entretanto, em rápida industrialização, o Vietname pretende atingir emissões líquidas nulas até 2050. Com esta meta, o país precisa que mais fábricas utilizem energia limpa.
Segundo a imprensa, o país espera que os 12.400 painéis solares e o sistema de armazenamento de energia da fábrica ajudem a estabelecer um precedente para uma produção mais sustentável.
Os blocos que caracterizam a LEGO são feitos de grãos de plástico de cores diferentes, fundidos a altas temperaturas e, depois, introduzidos em moldes de metal.
A fábrica altamente automatizada utilizará robôs para fabricar esses blocos com uma precisão de um décimo da largura de um fio de cabelo e depois embalá-los.
Conforme avançado, a fábrica acabará por empregar milhares de trabalhadores, na sua maioria qualificados, para operar as máquinas.
Alguns deles, aliás, já terão começado a trabalhar, após receberem formação na fábrica da empresa, no leste da China.
Segundo Christiansen, os blocos de plástico duram décadas e podem ser reutilizados. Contudo, a ambição final passa por fabricá-los com materiais mais renováveis.
Aliás, o diretor-executivo disse que um terço dos materiais utilizados nos blocos fabricados no ano passado provinha de fontes renováveis e recicladas.
Não é barato nesta altura, mas acreditamos que se nos apoiarmos nisso, ajudamos a criar uma cadeia de abastecimento para o tipo de materiais plásticos que não são baseados em combustíveis fósseis.

Um trabalhador a operar uma máquina de embalamento na fábrica da LEGO, no Vietname, no dia 2 de abril de 2025. Crédito: AP Photo/ Hau Dinh
Vietname está a trabalhar rumo à mudança
A indústria transformadora representa um quinto do PIB do Vietname e consome metade da energia que o país utiliza, segundo a The Associated Press. Contudo, há planos para eliminar gradualmente as suas centrais elétricas a carvão até 2040.
A fábrica da LEGO dá forma ao "modelo" para tornar sustentáveis as grandes fábricas que consomem muita energia, mantendo-as rentáveis, segundo Mimi Vu, fundadora da consultora Raise Partners, na cidade de Ho Chi Minh.
Por vezes, é preciso uma grande empresa, como a LEGO, para assumir esses riscos. Para mostrar que somos capazes de o fazer... E que podemos ser rentáveis.
A fábrica estará ligada a um centro de energia adjacente onde a eletricidade pode ser armazenada em grandes baterias.
Segundo Jesper Hassellund Mikkelsen, vice-presidente sénior de Operações na Ásia do Grupo LEGO, à The Associated Press, "a Lego e o Vietname têm as mesmas ambições", pois ambos querem ser ecológicos e desempenhar um papel no clima.
Agora só falta eliminar o plástico e fazer Lego de madeira.
Portugal um pais de terceiro mundo onde 50% vive na pobreza e 100% da nossa eletricidade é limpa de fontes renovaveis. Nao precisamos de russias nem estados unidos.
“…Só queremos ter a certeza de que o planeta que as crianças herdarão quando crescerem é um planeta que ainda existe. Isso é fundamental.”
Pensava que já tínhamos ultrapassado esta fase das campanhas de greenwashing descarado, mas afinal parece que não.
Também gostava de saber como tencionam continuar a produzir plástico sem recorrer ao petróleo. Até agora, todas as “alternativas sustentáveis” acabaram por ser abandonadas, precisamente por não funcionarem a uma escala industrial real.
E quanto à energia solar, dizem que vão armazená-la em baterias, mas evitam convenientemente mencionar que essas baterias têm uma pegada de carbono elevadíssima, desde a extração dos materiais raros até à sua produção e descarte. É com delírios deste género que as emissões globais continuam a aumentar, apesar de toda a propaganda verde.