Ensaios ao elétrico Xpeng P7 mostram uma surpreendente autonomia real de 574 km
A empresa chinesa de carros elétricos Xpeng está de facto a aproximar-se com o que a Tesla oferece no mundo. Conforme temos visto, apesar das polémicas entre as marcas, o carro Xpeng P7 irá oferecer aquilo que a Tesla oferece, mas com preços mais interessantes. Um ponto que era "discutível", aquando da apresentação das suas caraterísticas, era o da autonomia. Mas os primeiros testes estão a surpreender.
Esta vai ser uma luta interessante presenciar nos próximos tempos, dado que o alvo direto desta marca é a Tesla e, ao que parece, trunfos não lhe faltam.
Elétrico Xpeng P7 surpreende ao chegar perto dos 580 km de autonomia
Conforme foi dado a conhecer, o veículo, na apresentação feita ao mundo, em termos de autonomia apresentava o valor de 706 km no ciclo NEDC. Contudo, com base no ciclo muito mais rigoroso, o EPA, este apenas aprestava um valor de 494 km. Assim, agora com o carro em testes, o valor conseguido real foi bastante mais, parou com a bateria seca nos 574 km.
Qual a razão de uma diferença tão grande entre o anunciado e o conseguido? Os ciclos são diferentes. Essa questão é muitas vezes feita dado que os automóveis elétricos chineses informam a sua autonomia no ciclo NEDC. Como se sabe, o ciclo NEDC é antigo e pouco fiável, mas era utilizado na Europa até há pouco tempo. Como foi referido, nesse ciclo os números de alcance são surpreendentes, ao ponto do Xpeng P7 conseguir 706 quilómetros com uma bateria de 80,9 kWh.
Portanto, aqui das duas uma, ou o carro é muito eficiente, ou o ciclo de homologação continua a ser um desastre.
Usar NEDC ou usar EPA
Como pairava uma nuvem de suspeição face ao que era anunciado num ciclo e noutro, a Xpeng quis mostrar de uma forma mais transparente as capacidades reais do seu P7. Como tal a empresa publicou uma lista dos resultados dos testes do veículo agora que começam a aparecer as primeiras análises reais em estrada.
De acordo com os resultados, a versão RWD Super-Long Range, com 670 quilómetros de alcance NEDC, segundo o fabricante, teria alcançado 85% dos valores obtidos sob este formato de homologação. Quer isso dizer que em termos reais o valor da autonomia esteve entre os 566 e 574 quilómetros no ciclo EPA.
Curiosamente, os testes têm sido realizados em diferentes ambientes, cidade e autoestrada, sendo as melhores marcas as que têm mais presença na autoestrada.
Como podemos ver na imagem publicada pela Xpeng, houve um meio de comunicação, que esteve a testar o carro, que conseguiu a maior autonomia. A publicação Laosiji.com, que num percurso de 70% por cidade e 30% por autoestrada, conseguiu alcançar os 574 quilómetros com uma única carga. Por outro lado, outra página, com uma deslocação de 100% nas zonas urbanas, manteve-se nos 566 quilómetros.
A series of road tests by the press verified that the #XpengP7's driving range reached 85% of its NEDC range.#ElectricVehicles #EV #Testdrive pic.twitter.com/vvmnCxJMJQ
— Xpeng Motors (@XpengMotors) June 22, 2020
Elementos que podem fazer a diferença nos elétricos
Naturalmente, quando se fala nos ensaios a carros elétricos, têm de ser analisados vários parâmetros que fazem toda a diferença no desempenho do veículo. A temperatura ambiente, por exemplo, é muito importante.
Assim, alguns parâmetros podem ter estado em falta, como, por exemplo, a velocidade média ou a temperatura externa. Enquanto o primeiro teste teve uma temperatura externa ideal, entre 18 e 23 graus, o último teve de ser completado com o termómetro a atingir 35 graus centígrados.
Estes dados indicariam que, durante os ensaios, o Xpeng P7 teria tido um consumo médio entre 15 e 16 kWh durante 100 quilómetros. A confirmar-se, isto indicaria que estamos perante um modelo extremamente eficiente, uma vez que estamos a falar de um automóvel de 4,88 metros de comprimento.
Portanto, a considerar estas condições, adicionando um design muito interessante, a marca terá um grande mercado pela frente. Não podemos esquecer que ao nível da tecnologia, o P7 desafia mesmo o mais moderno dos Tesla. Aliás, a empresa de Elon Musk acusou a Xpeng de lhe ter roubado tecnologia de ponta, como aquela que suporta o Piloto Automático. Depois, o carro tem aquilo que um carro deve ter.
E o preço?
É um grande trunfo para a marca e onde pode ser decisivo em certos mercados, como no mercado chinês, face ao que a rival americana consegue. A versão mais acessível começa em 34.700, enquanto o topo da gama vai até aos 47.500 euros.
Além disso, como é sabido, estes números são muito atrativos graças aos generosos subsídios concedidos pelo Governo chinês aos automóveis elétricos.
A empresa não quer ficar apenas pelo mercado chinês. Conforme é sabido, a marca já lançou fora de portas, como é o caso da Noruega, o SUV G3. Mesmo com os impostos e outros custos associados, os veículos continuam a ser muito competitivos.
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Os chineses já dominam em equipamentos electrónicos. Vão também dominar nos carros do futuro?
Vão… porque principalmente as construtoras tradicionais Europeias e Americanas adormeceram à sombra da bananeira e basicamente vendem o mesmo produto há 25 anos!
Depois há o factor tecnologia, que é basicamente o que estes novos carros eléctricos são… e um engenheiro que desenvolve um motor a combustão é diferente de outro que desenvolve software para controlar todos os sistemas do carro..
Word!
Não, neste momento a Tesla é a principal força motriz da indústria. A vantagem dos chineses é conseguirem oferecer os produtos a um preço muito baixo
Os chineses possuem muita experiência, conhecimento e infraestruturas para construir material de qualidade. Basta esperar uns anos e vão estar no topo em tudo que seja tecnologia/hardware.
No desenvolvimento de software também diziam que só contratavam os indianos por serem mão de obra barata e agora estão á frente de tudo que é empresa tecnológica.
+1
Desculpa mas tenho uma má noticia para te dar, neste momento e já há algum tempo os chineses estão na frente nos carros elétricos, tens a Marca BAIC, BYD, SAIC, etc somando já milhões de veículos vendidos e alguns carros se chegarem à Europa concorrem sem problemas com os Alemães.
China é alto suficiente em tudo, no pé q está exportação é somente um Plus pra eles.
+1
Estive na Colombia e por lá ja se ve BYD. O mercado europeu é sempre mais difícil de entrar.
Acima de tudo, e sendo Chinês, deve ser fabricado com grande qualidade de montagem e componentes altamente fiáveis.
Deve ser carro para mudar todos os anos…
Só ao sair do stand já os puxadores das portas mudaram de côr.
Comentário efectuado num equipamento fabricado na china.
Por acaso o meu telefone é de marca Chinesa e o próximo e outros que venham muito certamente serão da mesma marca.
Mas não compare telefones com automóveis, é que não tem nada a ver.
Além de eu conhecer muito bem os veículos fabricados na China, porque quando lá vou viajo neles e vejo o que são, fique a saber que ainda à relativamente pouco tempo os clientes na China dos SUV Jaguar, que é fabricado na China, pelo menos os que são vendidos lá, foram quase todos reclamar em frente à sede por causa da péssima qualidade dos mesmos.
Ao fim de semanas ou meses já os interiores se estavam a desfazer.
Se não acredita, faça o favor de ir verificar.
Os Chineses não têm nem nunca terão a mesma filosofia ou perfeccionismo que por exemplo os Japoneses têm.
É outra cultura, outro ADN.
Um telefone ou um automóvel, a complexidade é bem diferente.
Mas de qualquer maneira, achei piada à sua frase. Sagaz, sem dúvida.
O teu nikname diz tudo …ahahaha!!!
A fábrica está na china, mas não é chinesa! Desde 2008 que a dona da Jaguar é a Tata Motors, indiana. Quiçá, se a marca fosse chinesa a qualidade fosse melhor… não consta que a Volvo, que é controlada por uma companhia chinesa, tenha baixado a qualidade….
Isso é o que se andou a dizer muitos anos e ainda diz. Entretanto, eles investiram em pesquisa, desenvolvimento e assim evoluíram. Achar que estagnaram nessa do “produto chinês não presta” é muito redutor.
Basta ver o que se passou no mercado dos telemóveis. Ou basta ver o que se passa nos PCs, a Lenovo, por exemplo, que já passou a HP…
A grande questão, por enquanto, nos carros, será a segurança. Mas no artigo referem o SUV G3 e vendas na Noruega, portanto, teve que passar nos testes de segurança.
Eles sabem fazer com qualidade, quando é preciso, mais aí os custos aumentam e criam-se outros problemas.
Maior fonte de pesquisa deles são as empresas ocidentais que para lá entrarem têm que dar o know how todo ou quase.
Assim tb eu, com a papinha toda feita.
Quando as coisas não assim assim entregues de mão beijada, eles têm enormes limitações de pesquisa e desenvolvimento.
Posso dar vários exemplos, compram material militar à Rússia, ás vezes apenas 2 ou 3 unidades, para fazerem engenharia reversa e copiarem depois para eles fazerem sem ser preciso comprar mais ao estrangeiro.
Isso funciona em máquinas relativamente pouco complexas mas material de alta tecnologia aí é que a porca torce o rabo.
Compraram uma série de MIgs todos equipados à Rússia, para depois serem desmontados peça por peça para replicarem e fazerem igual.
Esbarraram nos motores, que não podem ser desmontados sem serem destruídos, Russos fizeram isso de propósito porque já sabiam o que os Chineses iam fazer, resultado, fizeram um caça chamado Chengdu e outro Shenyang, cópias descaradas dos MIgs, mas como não puderam copiar os motores, tiverem que incorporar motores desenhados por eles, Chineses.
Resultado? Um caça coxo, sem velocidade e potência para ir cheio de armamento para longas distâncias, para ter um alcance normal tem que ir com metade do armamento.
Pois é, lá está, quando a papinha não vem toda feita, é mais difícil…
Mas há mais, aviação civil, copiaram os motores de aviões ocidentais, mas agora estão com um problema enorme, os motores não prestam, há ali coisas que não estão bem, nomeadamente os aviónicos e as pás dos motores, que para ficarem em condições são submetidos a tratamentos metalomecânicos confidenciais e sem esses tratamentos as pás não são seguras, partem-se facilmente…
Pois é, mas lá está, espertos são eles.
Eu juro que nunca compreendi como um país que não deixa nenhum estrangeiro comprar empresas de lá, que para uma empresa externa poder lá entrar, tem que dar o know how…. como é que não se responde a esse país na mesma moeda?
Enfim, outros quinhentos…
Importa salientar que não há aqui racismo contra Chineses ou quem quer que seja, termo pelo qual sou bastante acusado por mods deste sítio, injustamente.
Adoro o povo Chinês, super simpáticos, sempre.
A qualquer lado que vou, sempre muito bem recebido, muito cordiais.
Melhor tratado lá que cá..:) Mas a parte política é o que é…
Podes ter razão que copiam, é verdade, mas estás a falar de um povo com mais de cinco mil anos, com uma série de invenções no passado (a bússola, por exemplo, entre muitas muitas outras).
Eles impõem as condições deles para instalares lá as fábricas, se os países ocidentais aceitam isso, que culpa têm eles?
E na parte de desenvolvimento, no passado longínquo contribuíram muito, depois entraram numa fase pior e agora estão a regressar rapidamente, em termos de pesquisa e desenvolvimento.
Mas tens razão que copiaram muito, para aprenderem e para ganharem dinheiro com as ideias dos outros.
Mas não quer dizer que isso não mude (e que não esteja a mudar).
Quanto a espionagem industrial, penso que existirá em todos os países… A questão é que na China são mais descarados, talvez porque é difícil lutar lá em termos judiciais, as empresas ficam mais ou menos blindadas por isso.
É para evitar a hegemonia asiática, que a UE considera a reindustrialização da Europa uma peça fundamental para a recuperação económica pós COVID-19.