Fabricantes chinesas devem poder evitar taxas investindo na UE, diz CEO da Volkswagen
Na sexta-feira, a Comissão Europeia aprovou taxas definitivas sobre os carros elétricos produzidos na China. Para o diretor-executivo da Volkswagen, as fabricantes chinesas que investissem na União Europeia (UE) deveriam poder evitá-las.
A Comissão Europeia aprovou, na sexta-feira, taxas definitivas sobre os carros elétricos produzidos na China. Esta decisão foi tomada, de modo a compensar os efeitos prejudiciais dos subsídios que a UE acredita resultarem numa concorrência desleal e a reduzir a diferença de preços entre as empresas chinesas e as da UE.
Com as taxas sobre os automóveis totalmente elétricos fabricados na China, trazer os seus modelos para a Europa deverá custar milhares de milhões de dólares adicionais às fabricantes chinesas.
Os direitos deverão ser impostos a partir do próximo mês durante cinco anos.
Após a aprovação, Oliver Blume, presidente do Conselho de Administração do Grupo Volkswagen, afirmou que a UE deveria considerar a possibilidade de ajustar as taxas previstas, tendo em conta os investimentos feitos na Europa.
Em vez de direitos aduaneiros punitivos, deveria tratar-se de conceder mutuamente crédito aos investimentos. Aqueles que investem, criam emprego e trabalham com empresas locais devem ser beneficiados no que se refere às taxas.
Ao jornal Bild am Sonntag, Oliver Blume disse que há um risco de as taxas que a China decidir impor, no sentido de retaliação, prejudicarem as fabricantes de automóveis europeias. A Volkswagen, a BMW e a Mercedes concentram cerca de um terço das suas vendas na China.
A UE fartou-se de ganhar dinheiro na China, agora que os chineses querem fazer o oposto, taxas para cima. O Ocidente não é nem nunca foi um parceiro credível.
Não pode ser apenas investimento em fábricas de montagem, vindo tudo da China. Os carros têm que ter também uma parte significativa de componentes fabricados na UE. Nos VW fabricados na UE essa parte é elevada, pode passar os 50% do custo do carro. Nos carros importados da China não há nada.
Quando se fala em indústria automóvel na UE e no emprego tem que se pensar nas duas componentes
– a indústria de montagem de veículos – que emprega diretamente 2,7 milhões de pessoas, e
– a indústria de componentes para automóvel – que emprega cerca de 12 milhões de pessoas de forma direta e indireta, em empresas pequenas, médias e grandes