Donald Trump acelerou o primeiro carro elétrico da Xiaomi. Como?
A Xiaomi estreou-se no setor dos carros elétricos no início deste ano e, aparentemente, devemo-lo a Donald Trump. As decisões tomadas pelo antigo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) aceleraram o processo, segundo a empresa.
Mais do que cimentada no mercado dos smartphones e dos eletrodomésticos, a Xiaomi aventurou-se pelo mundo automóvel no início deste ano, com o badalado modelo elétrico SU7. Disponível na China, a aposta da empresa parece ter sido certeira, considerando que há já um sucessor a caminho.
Num evento, em Pequim, no qual também partilhou a ambição de conquistar clientes da Tesla e de marcas de luxo como a BMW, Lei Jun, diretor-executivo da Xiaomi, revelou que a empresa começou a considerar o fabrico de um carro elétrico, após aquilo a que ele chamou "acidente".
O percalço refere-se a um anúncio feito pela administração de Donald Trump sobre incluir a Xiaomi numa lista de sanções dos EUA.
Recebi um telefonema de um amigo a dizer que tínhamos sido sancionados. Foi como um raio vindo do nada.
Se não fosse o enorme impacto das inesperadas sanções dos EUA, não teríamos entrado precipitadamente na complexa indústria automóvel.
Partilhou Lei Jun, acrescentando que, após o anúncio, a Xiaomi convocou uma reunião de emergência do conselho de administração, por forma a arrancar com o desenvolvimento de um carro elétrico.
Conforme partilhado pela imprensa, a decisão da administração de Donald Trump de sancionar a Xiaomi, no início de 2021, acelerou a decisão da empresa de construir o seu primeiro carro elétrico, no sentido de diversificar o seu catálogo.
A Xiaomi contestou essas sanções de 2021 num tribunal federal e conseguiu reverter a medida americana, em maio desse ano. Na altura, Lei disse que havia começado o desenvolvimento daquilo que seria, mais tarde, o SU7.
Tenho de agradecer ao acidente de há três anos.
Apesar de o seu primeiro carro elétrico só estar disponível na China - para já, pelo menos -, o diretor-executivo da empresa revelou que ambiciona que a Xiaomi se torne uma das cinco maiores fabricantes mundiais de automóveis.
Como CEO descreveu bem : a imprevisibilidade do comportamento do governo estado-unidense levou a Xiaomi a ir atrás do prejuízo porque senão podia não existir hoje na forma como está.
Caso não tenham percebido o CEO da Xiaomi deu a entender que vivemos dependentes do estado de humor de um país. Se esse país não gostar de nós somos logo postos de parte chegando quase a possibilidade de deixarmos de existir.
Para mim é uma espécie de ditadura.
Parabéns Xiaomi por teres revelado algo tão óbvio mas que muitos países não querem admitir.
o que ele disse foi que um dos mercados mais importantes, se fechar, pode criar problemas a empresa que depende de vendas mundiais para competir