PNY reduz a garantia dos seus SSDs devido à mineração da criptomoeda Chia
Chia é uma criptomoeda recente que rapidamente se tornou popular sobretudo na China. O motivo relaciona-se com o facto de ser uma moeda ecológica, minerada através de discos SSD e HDD e que consome menos energia.
No entanto, as fabricantes destes discos estão preocupadas com a afluência na compra dos equipamentos para a mineração da criptomoeda. Como consequência, depois da GALAX, agora também a norte-americana PNY começou a reduzir a garantia dos seus SSDs que são usados para esta prática.
Chia é a criptomoeda desenvolvida pelo fundador do BitTorrent e que recorre aos discos SSD e HDD para o seu cultivo. Rapidamente a moeda se tornou popular e cativou a atenção dos adeptos deste mercado.
No entanto, a Chia trouxe algumas preocupações, uma vez que o preço dos discos rígidos triplicou, vários SSDs morreram no processo de minerar e, como seria de esperar, foi mais um contributo para a escassez de produtos no mercado.
Para além disso, as fabricantes estão preocupadas com os danos precoces que a atividade de cultivo da Chia pode causar nos discos. Como tal já começam a tomar algumas medidas.
PNY reduz a garantia dos seus SSDs usados na mineração de Chia
A GALAX foi a primeira a tomar uma atitude em relação ao crescente uso dos seus SSDs para cultivo da Chia. E agora a norte-americana PNY segue os mesmos passos.
A empresa reduziu a garantia do seu modelo SSD XLR8 CS3030 através da própria durabilidade do disco. A quantidade de dados gravados garantidos foi reduzida em cerca de 80%, na tentativa de dissuadir os mineradores de comprarem os equipamentos para cultivo de Chia. O mesmo acontece com a redução das taxas de hash nas placas gráficas Nvidia.
Desta forma, um modelo de 1TB deixa de ter uma garantia de 1,665 TBW (TeraByte Written) para passar a ter 360 TBW, uma redução de 78%. Já um modelo de 2TB, passa de 3,115 TBW para 660 TBW, menos 79% de capacidade garantida.
A PNY refere que a decisão se deveu ao aumento descontrolado na procura de SSDs de consumo para o cultivo de Chia, e à escassez de NAND.
Por sua vez, a fabricante refere que a garantia limitada de 5 anos ainda é válida. Mas as unidades vendidas antes de 17 de maio de 2021 obedecem aos critérios TBW anteriores, enquanto os SSDs vendidos após essa data já respeitam as novas especificações.
PNY explica melhor estas alterações
Como algumas dúvidas ficaram no ar, o site Tom's Hardware requereu comentários à marca, os quais podem ser lidos de seguida:
As mudanças que a PNY fez na política de garantia do SSD XLR8 CS3030 foram devidas a dois fatores: aumento da procura de SSDs de consumo de alta velocidade para o cultivo de Chia e falta de NAND em toda a indústria. Essas alterações foram publicadas no site da empresa na secção de garantia e nas especificações do produto CS3030 a 17 de maio de 2021.
O surgimento do cultivo de Chia fez com que muitas marcas de componentes de PC repensassem as suas garantias, já que o hardware do consumidor normalmente não está sujeito ao tipo de uso intensivo de gravação que acontece no cultivo de Chia. Tal pode desgastar SSDs típicos do consumidor numa questão de semanas. É por isso que a PNY, como outros parceiros, introduziu uma política de TBW na garantia SSD. Para consumidores que usam esses SSDs conforme pretendido, o período de garantia (anos) provavelmente esgotará antes de atingirem os limites de TBW.
A taxa de TBW foi reduzida também devido à escassez de NAND em todo o sector.
As unidades vendidas antes de 17 de maio de 2021 correspondem à garantia publicada anteriormente (5 anos), enquanto que as unidades vendidas após essa data correspondem aos limites de garantia e TBW mais recentes.
Concorda com a redução de garantia nos discos devido à mineração de Chia?
Este artigo tem mais de um ano
Decisão lógica por parte da GALAX e da PNY, os SSDs não foram feitos com o mining como objetivo logo faz sentido restringirem a garantia para valores (TBW) que facilmente se atingem ao deturpar o seu uso
Deviam de ser penalizadas, por fazerem isto. Se comprei com X de garantia, tem de me assegurar essa garantia!
Quero la saber se há gajos ai que fazem mineração ou não, paguei pelo SSD têm é de me dar a garantia.
Façam alguma coisa que detecte, sei la. Criem um software que baseado em probabilidades detecte se fez mineração ou não. Criem SSDs proprios para a mineração com garantias menor. Bloqueiem sei la.
Tanta coisa que pode ser feita, eu não quero é ser prejudicado por essas pessoas. Respeito quem o faz, e tem todo o direito de o fazer.
Agora, o consumidor que não pratica não pode vir ser prejudicado. Marcas como Samsung, Pny etc ao fazerem isto só afastam os consumidores.
No mínimo vergonhoso!
Se eu comprar um carro para uso particular tem 2 anos de garantia obrigatória.
Se eu comprar o mesmo carro para uso profissional, mesmo que ande menos, já não tem 2 anos de garantia.
No entanto o consumidor normal, não devia ser prejudicado pelo facto de alguns estarem a minerar sonhos e fantasias, destruindo em poucos meses um equipamento que em condições normais dura muitos anos.
O problema é que nao há forma de conseguir (para já) saber se o tal carro estava a ser usado para uso profissional ou nao.
Logo, a opcao mais viavel claro, é restringir a garantia para todos.
Software para bloquear/detectar mineração não é solução, olha para a Nvidia RTX3060, é apenas uma questão de tempo até ser ultrapassado por alguém. Segundo o Linus do LTT, um representante da Nvidia admitiu que mesmo as novas gráficas LHR é apenas uma questão de tempo até miners as conseguirem desbloquear.
Depois pela legislação existente o fabricante tem provar que a avaria foi provocada por mau uso do cliente, e não sei até que ponto é que minerar no SSD pode ser considerado mau uso do equipamento. Logo a PNY e outras fizeram a única solução que financeiramente faz sentido, limitar as garantias, não é o ideal para o consumidor mas honestamente eu não vejo nenhuma solução viável.
Sinceramente não sei onde vais se penalizado por isso, não há nenhuma limitação de hardware.
Pelos números fornecidos, se tiveres uma utilização normal não os vais atingir durante o período de garantia.
Esta medida só penaliza quem desgasta o hardware para além do limite de uma utilização normal, o TBW já ajuda nessa distinção.
Independentemente se é uma escrita recursiva ou uma escrita de meia dúzia de bytes provenientes de uns documentos Word, os discos e em particular os SSDs devem estar preparados para isso. É a função deles.
Discordo desta decisão da mesma forma que ninguém extenda a garantia de um produto devido ao “pouco uso”.
Existem SSD em storages empresariais que estão permanentemente a ler e a gravar durante anos, mas não custam 35€.
Eu também queria comprar um Zoe, mas com todas as capacidade de um Tesla Model S pelo mesmo preço, mas não me vendem.
A questão é que até aqui os fabricantes podiam dar-se ao luxo de dar uma garantia superior à esperança média do SSD, o numero de SSD’s que morriam devido a desgaste era insignificante e com isso todos saiam beneficiados, o consumidor comum tinha uma garantia de 5 anos em vez de 2 apesar de dificilmente precisar dela e o consumidor que utilizava o SSD constantemente tinha acesso a uma garantia superior à vida útil real do SSD para uso constante.
Agora se devido ao Chia o número de pedidos de garantia aumenta para níveis que prejudicam a empresa a única solução é limitares a garantia do SSD à vida útil do mesmo.
Ao contrario do que se pensa a garantia paga-se e está incluída no preço. Se os custos com a garantia aumentam, ou aumenta o preço do equipamento ou reduz a abrangência da garantia.
“com o facto de ser uma moeda ecológica”
isto é uma piada certo? o simples facto de levar um SSD a uma “morte” prematura demonstra que é tudo menos ecológico! Parece que vivemos numa época de pragas em que as pessoas perderam o senso comum.
Realmente o termo da ecologia anda a ficar muito estranho… Confunde-se modernidade com ecologia.
O dinheiro tradicional é muito mais ecológico, primeiro porque circula fisicamente, ou seja depois de estar ”impresso” o custo de manutenção do mesmo é praticamente zero e dura anos ou decadas, depois em parte é reciclavel.
Agora vejamos a era do ”dinheiro digital” as tipicas criptos… Qualquer transação requer verificação digital, o que requer algum recurso fisico a consumir energia para tal, requer equipamentos eletricos que precisam de energia e que tiveram de ser produzidos, equipamentos esses que todos eles duram muito menos que o dinheiro fisico. Requerem enormes infraestruturas com hardware e grande fornecimento de energia. Onde entra o ecológico do ‘digital’? Para haver digital tem de haver uma manutençao diária e constante que consome recursos do planeta numa escala pouco aproveitável.
O chamado dinheiro fácil atraiu e atrairá sempre muitas pessoas.
Um disco é um consumivel, podes pensar que nao, mas tem uma vida util defenida tal como um de um carro.
Se usares os pneus normalmente, o tempo de vida util sao X km, se andares fazer burnouts e drifts, já vais reduzir a vida util dos pneus consideravelmente, aqui é igual, se usares o disco intensivamente e para um fim fora do vulgar, vais diminuir drásticamente a vida do mesmo e a culpa nao é da marca.
? A minha crítica é chamarem à moeda de ecológica… não teve nada a ver com a marca do ssd
A minha critica é por chamarem isso de moeda.
Se comparares com a moeda comum que temos onde imprimimos notas e cunhamos moedas, sim é ecológica.
4TB – TBW = 6070
Se a PNY quisesse mesmo desincentivar o uso dos seus discos para o farming de chia, tinha baixado o tbw do disco de 4TB. Não o fazendo, basicamente, o fez foi desincentivar o farming de chia para a malta mais pobre. TBW de 6070 é bastante bom.