Huawei recorre aos tribunais para tentar levantar o bloqueio nos EUA
A Huawei recorreu às instâncias jurisdicionais nos EUA com vista ao levantamento do bloqueio comercial aplicado à empresa nesse país. Ainda que não seja a primeira vez que a fabricante de smartphones Android segue esta via, procura agora uma solução rápida para voltar a negociar, por exemplo, com a Google.
É um pedido de julgamento sumário, processo com tramitação especial, caraterizado pela sua brevidade.
É, por outras palavras, um pedido de justiça rápida. Ao mesmo tempo, é a segunda investida junto dos tribunais desde março último. Altura em que a Huawei defendia, junto da instância jurisdicional, que uma lei que bania as agências governamentais de comprar tecnologia chinesa era inconstitucional.
A Huawei recorre à justiça nos EUA
Agora, à medida que a pressão dos EUA vai aumentando, começa a guerra de atrito entre Washington e Pequim. No meio temos a Huawei, sofrendo já com este atrito e temendo pelo futuro dos seus smartphones, possivelmente sem o sistema Android da norte-americana Google.
Com efeito, a tecnológica chinesa visa agora a anulação, parcial, do bloqueio imposto pela ordem assinada recentemente por Donald Trump. Com vista a tal, a Huawei procura a anulação de uma secção (889.ª) do National Defense Authorization Act (NDAA). É esta a seção que nomeia, por exemplo, a Huawei e ZTE.
Banir a Huawei utilizando a cibersegurança como um argumento “não contribui para tornar as redes mais seguras e desvia a atenção dos desafios reais que enfrentamos”, afirma Song Liuping, Chief Legal Officer da Huawei. "Os políticos nos EUA estão a utilizar a força de uma nação inteira para ir atrás de uma empresa privada", realça Song. "Isto não é normal, é algo quase nunca visto na História”.
O governo dos EUA não apresentou evidências de que a Huawei é uma ameaça à segurança. Não há fumo, nem fogo. Apenas especulação
Para tal, a fabricante de smartphones Android procura agora o auxílio dos tribunais. Já o meio processual escolhido, caso venha a ser julgado a seu favor, abonará a interpretação legal avançada pela Huawei. Por outras palavras, dará razão à fabricante chinesa na interpretação que esta dá ao fundamento e base legal.
A fabricante de smartphones procura uma decisão rápida
O processo deu entrada num tribunal do estado norte-americano do Texas e a primeira audiência está marcada para 19 de setembro. Desse modo, a decisão final pode ainda demorar, apesar da via processual escolhida pela tecnológica chinesa, um cenário que não abona, de forma alguma, os desígnios da empresa.
Já na eventualidade deste tribunal dar razão à pretensão da Huawei, não existirá necessidade para levar a cabo um processo convencional, inexoravelmente mais demorado. No entanto, os advogados da outra parte, o governo dos EUA, podem pedir a rejeição da moção apresentada pela fabricante de smartphones.
Importa ainda frisar que a tecnológica visa obter a revogação da secção 889 do NDAA. Sendo esta a pedra de toque, que nomeia a Huawei e também a ZTE como"risco", a sua remoção é uma possibilidade. Ao mesmo tempo, a revogação parcial da ordem em questão evitaria uma, portanto, a sua remoção completa.
Voltar a negociar com a Google e garantir o acesso ao Android
Os representantes legais da Huawei afirmam que esta secção é injusta. Fazem-no com a alegação que não foram apresentadas provas que justifiquem tal comportamento. Na prática, os advogados da tecnológica defendem que os EUA estão a bloquear os seus negócios . Isto sem terem provas concretas para tal.
Desse modo, caso a sua pretensão seja ouvida, a Huawei está disposta a dialogar com o governo dos EUA e Donald Trump já se mostrou disposto a, em ocasião futura, negociar com a fabricante de smartphones Android. Ainda assim, para já não existe nenhum consenso e as certezas são inexistentes.
A relação entre a Huawei, Google e qualquer empresa norte-americana continua assim no limbo. Enquanto isso, a pressão vai aumentando para a tecnológica, bem como os temores do público e consumidores.
Este artigo tem mais de um ano
Fonte: CNBC
Neste artigo: Android, EUA, Google, Huawei, smartphones
Se for realmente por questões de segurança, tem que banir todas as empresas que utilizam os dados dos utilizadores para fins comerciais. Não vai sobrar nenhuma na internet. Saudações.
Trump prove que a Huawei espiona!
É ao contrário Carlos, Apple, Microsoft, Google e afins, para venderem para o governo chinês têm de facultar o código fonte e muitas vezes fazer alteração ao mesmo para cumprir especificidades.
A meu ver a Huawei teria de fazer o mesmo nos EUA e outros países que assim o solicitassem.
@jose
Não podia estar mais de acordo!
Cumps
“…para venderem para o governo chinês têm de facultar o código fonte…”
Tens razão, mas a diferença está em que, por exemplo, nós portugueses a viver em Portugal estamos a ser afectados por uma guerra comercial entre os EUA e China.
Se o governo dos EUA quiser banir todo e qualquer equipamento Huawei do seu país tudo bem, mas estão retirar o direito de escolha do resto do mundo.
Todas as Nações deveriam precaver-se contra possíveis quebras de segurança. O 5g, nas mãos erradas, pode promover isso e comprometer segredos de estado e até económicos.
Imparcialmente falando…estou-me a borrifar se “meia dúzia” ou mil Portugueses fanáticos ou fanboys não querem saber destes pontos relevantes, em prol de terem um smartphone que está na moda e ou a preços apetecíveis.
Se não existissem mais opções no mercado, até poderia perceber, agora com tanta escolha, não tenho pena. Ignorar ou negligenciar a nossa privacidade ou do “colectivo” porque sim ou porque não, é absurdo.
Típico do português que só quer ver a sua própria carteira e depois dá-se mal, mas nunca “será culpa sua!”
A huawei já o fez várias vezes a vários governos e instituições. Google it
Pesquisa o mínimo dos mínimos e vais verificar que já existem casos de espionagem encontrada pela Vodafone em aparelhos Huawei. Backdoors escondidos no software e que apenas foram corrigidos à segunda chamada de atenção da Vodafone.
A Vodafone já veio a público desmentir isso.
Tudo o que encontro diz o oposto com excepção de um site.
Pelos vistos a Vodafone até demorou mais do que devia a trazer ao de cima que havia descoberto as backdoors.
É tão verdade que a Huawei foi questionada sobre isso e assumiu que existiam as ditas “vulnerabilidades” e as corrigiu.
A Vodafone, nesta altura do campeonato, pode agora negar o que quiser, mas se a própria Huawei, quando confrontada com a situação, não negou e até diz ter corrigido as vulnerabilidades, é porque elas existiram.
https://www.theinquirer.net/inquirer/news/3074836/vodafone-huawei-backdoor