Menos regras para os “e-cars”: será esta a resposta europeia aos carros chineses baratos?
As fabricantes de automóveis chinesas estão a expandir-se e, na Europa, há já nomes com números notáveis, como a BYD. Perante este cenário, a Stellantis e a Renault reforçam o pedido à União Europeia (UE) pela categoria dos chamados e-cars.
Nos últimos dois meses, o presidente da Stellantis, John Elkann, e o diretor-executivo da Renault, Luca de Meo, juntaram-se informalmente para apelar à UE a criação de uma nova categoria de carros: mais pequenos e com menos recursos de segurança.
Este apelo surge uns anos depois de Luca de Meo ter dirigido um manifesto a "todos os intervenientes públicos, aos candidatos políticos, à UE, mas também às autoridades nacionais e locais".
Na altura, o executivo da Renault evocou os kei cars japoneses, veículos urbanos pequenos com restrições de tamanho e motor que beneficiam de impostos e custos de seguro mais baixos, descrevendo-os como "o exemplo perfeito do tipo de coisas que deveríamos ser capazes de fazer".
Agora, esta ideia de carros menores volta a surgir, com as fabricantes a pedirem que o segmento de carros pequenos seja revitalizado.
Este tipo de modelo foi sendo deixado para trás pelas empresas devido à sua parca rentabilidade, resultado, em parte, pelas regulamentações europeias, que tornam os veículos maiores, mais pesados e mais caros.
Os e-cars podem ser uma solução viável para a UE?
Conforme avançado pela imprensa, o presidente da Stellantis reforçou que a UE precisa da sua própria versão dos kei cars japoneses. Segundo ele, poderiam chamar-se e-cars.
Não há razão para que, se o Japão tem um kei car, que representa 40% do mercado, a Europa não deva ter um e-car.
Defendeu Elkann, num evento em Turim, reforçando o que já havia sido dito por si e de Meo, no mês passado.
Apesar de Luca de Meo estar de saída, espera-se que o quadro executivo da Renault concorde com a sua perspetiva: "Os carros pequenos são uma área de crescimento que não se pode, e não se deve, ignorar neste momento", disse François Provost, diretor de compras, parcerias e relações públicas da Renault.
Segundo a S&P Global, embora os carros pequenos representem atualmente apenas 5% do mercado, representavam até metade do mercado na década de 1980. Por isso, o segmento pode recuperar, se receber mais lançamentos.
A mesma entidade estima que as vendas podem chegar a 600.000 até 2030, num aumento de cerca de 20% relativamente ao ano passado.
UE estará a analisar o tema
Segundo explicado pela Reuters, com uma categoria de carros menores e com menos regulamentos, as fabricantes automóveis visam o Regulamento Geral de Segurança 2 (em inglês, GSR2) da UE.
Este exige características de segurança como airbags laterais, sensores que detetam se o condutor está a adormecer, aviso de mudança de faixa e testes de colisão mais rigorosos.
Conforme avançado por uma fonte familiarizada com o lobby automóvel, estes requisitos, bem como as regras da UE sobre a poluição, acrescem entre 850 e 1400 euros ao custo de um carro.
Para o setor, não há necessidade de requisitos de segurança como os aplicáveis a colisões em alta velocidade quando se trata de carros pequenos projetados para motoristas urbanos.
Apoiadas pela Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (em inglês, ACEA), as fabricantes querem uma categoria de veículos totalmente nova chamada M0, ou e-car.
De acordo com a porta-voz Lea Zuber, a Comissão Europeia está analisar o assunto.
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Não estão na categoria dos papareformas?
Eles não podem andar na auto estrada, e tem mais limitações de facto não tem lógica obrigar a tantos extras, por isso perguntei os papareformas estão a venda e não tem nada disso.
Só o facto de não poder andar na autoestrada é logo motivo para não comprar, pois no dia-a-dia e nas grandes zonas urbanas é praticamente obrigatório usar autoestrada, pelo que restringir o uso desses mini-carros a somente trânsito urbano é fator negativo. Até podiam limitar a velocidade máxima (algo como 100km/h) mas não o acesso a esse tipo de vias.
Tens razão, mas o problema é o inverso. Não é o carro, são as estradas. Povoar as cidades com autoestradas é errado. Deveriam andar à volta. Aqui para os meus lados espetaram com a autoestrada (antigo IC) em cima da nacional, impossibilitando praticamente o acesso a certas zonas sem ser em AE.
E como o exemplo deve vir “de cima”, é colocar os labregos dos políticos e tachistas das incontáveis instituições públicas, a deslocaram-se exclusivamente nestes veículos.
E o motorista do politico pode andar a 200 com estes papareformas?
200km é para quem tem pressa de servir o país, com a direita no poder vão nas calmas porque o mercado trata disso, deixa andar que o povo aguenta!
Seria uma optima aposta . Sem matriculas e sem seguro para concorrer com as bicicletas.
Aí não concordo. Até as bicicletas deviam ter seguro contra terceiros obrigatório.
Não é mais fácil cada um ter seguro de acidentes pessoais do que andar a segurar os veículos todos?
A bicicleta representa o direito à mobilidade de todos, incluindo desempregados, sem abrigos e recebedores do RSI. Era só o que faltava se para o exercer tivessem de pagar seguros aos capitalistas, que só iam servir para eles empocharem, já que danos causados por bicicletas praticamente não existem. Na Holanda quem for trabalhar de bicicleta fica por 850 euros por ano. Mas é a receber, não a pagar!