iPhone 14: Apple dificultou aos seus rivais as comunicações por satélite
A Apple há vários anos que prepara uma transição que acabará por acontecer. Isto é, as comunicações do seu ecossistema acabarão por ser totalmente via satélite. Mas lá chegaremos. Para já, a empresa tornou mais difícil os seus rivais copiarem as comunicações por satélite usadas no iPhone 14.
A funcionalidade de comunicações por satélite do novo iPhone não será tão facilmente copiada, embora os seus rivais possam conseguir oferecer serviços mais limitados. Vamos perceber a razão.
Já havíamos no passado revelado que a Apple trabalhava de perto com fornecedores de comunicações por satélite. Na altura não era conhecido o rumo da aproximação da empresa de Tim Cook a outras corporações que detinham redes de satélites.
Com a evolução das tecnologias, os rumores apontavam que o iPhone 13 já poderia comunicar com os satélites na órbita baixa da Terra. Mais tarde, e após a saída da séries 13 de smartphones e a funcionalidade sem aparecer, falou-se no modo SOS quer no próximo Apple Watch, quer no próximo iPhone. E assim aconteceu.
A Apple desenvolveu na série iPhone 14, no Apple Watch 8 e no Apple Watch ultra a capacidade destes usarem a rede de satélites para pedir SOS. Mas as redes de satélites aptas são poucas!
Segundo o que foi publicado pelo SpaceExplored na semana passada, era esperado que a Apple utilizasse 85% da capacidade da Globalstar para o serviço. Agora, um novo relatório refere que o acordo entre a empresa de satélites e a Apple remonta a negociações em 2019.
Comunicações por satélite do iPhone 14
O SOS de Emergência via Satélite do iPhone 14 foi um dos principais anúncios feitos durante o evento Apple da semana passada, e a razão para o nome Far Out e o espaço visual.
Quer a Apple, quer a Globalstar, passaram a ideia que existem dois principais problemas com as comunicações via satélite. Primeiro, a largura de banda é muito baixa, o que leva a uma comunicação demorada a transmitir até mensagens de texto. Segundo, cada satélite só é ouvido por um curto período.
Uma inovação chave é que o modo não depende da transmissão de mensagens de texto completo. Em vez disso, faz uma série de perguntas, e depois codifica as respostas em forma comprimida.
Uma vez que a Apple sabe que informação é recolhida em que ordem, pode comprimir os dados a quase nada. Por exemplo, a primeira pergunta é: Quem precisa de ajuda? As opções são: Eu, Alguém Mais, e Múltiplas Pessoas. O iPhone poderia facilmente enviar um 1, 2, ou 3, com o servidor no final da Apple a transformá-lo de novo no texto completo. Se a funcionalidade fizer cinco perguntas, isto poderia facilmente ser codificado em algo semelhante: 13225 mais a latitude e longitude. Isto torna as comunicações por satélite muito mais fiáveis.
Referiu a Apple na apresentação.
O serviço opera através de satélites Globalstar especificamente concebidos para fornecer serviços a smartphones. Como já foi dito anteriormente, esta empresa será a que está por detrás do sistema de segurança de satélites da Apple. Fundada em 2001, a Globalstar opera uma constelação de 24 satélites em órbita baixa terrestre para fornecer serviços a telemóveis equipados com esta ligação por satélite.
Num ficheiro da SEC divulgado durante o evento "Far Out" da Apple, a Globalstar planeia atribuir à Apple 85% da sua capacidade atual e futura de rede para este serviço.
Acordo de exclusividade
O Wall Street Journal informa que a capacidade de 85% atribuída à Apple é um acordo contratual, alcançado como resultado de negociações que datam de 2019.
Os executivos da indústria de satélites afirmam que a Apple conseguiu conquistar uma posição de liderança ao abordar empresas de satélites já em 2019. O fabricante do iPhone acabou por conseguir um acordo exclusivo com a Globalstar Inc. para 85% da capacidade da rede da empresa de satélites. Essa decisão impediu os fabricantes de hardware rivais de utilizar a infra-estrutura da Globalstar para lançar serviços concorrentes.
Eles bloquearam isto, e cabe realmente à Apple decidir até onde querem ir.
Disse Tim Farrar, presidente da empresa de consultoria da indústria das telecomunicações TMF Associates, observando que apenas uma ou duas outras empresas têm a combinação certa de satélites já lançados e acesso a ondas de rádio sem fios para chegar efetivamente aos smartphones.
Mas... então a Huawei não se antecipou ao anúncio da Apple?
A empresa chinesa Huawei de facto bateu a Apple no anúncio da comunicação por satélite já existente num seu equipamento. Isto às portas do evento da empresa de Cupertino.
Era esperado o tal anúncio que a Apple iria fazer trazendo uma funcionalidade de mensagem de texto via satélite, concebida para utilização em emergências em áreas isoladas onde não há cobertura celular disponível. Antes que conseguisse, a Huawei colocava no mercado a informação que esta inovação estará disponível no seu próximo smartphone Mate 50.
Contudo, a empresa oferece apenas comunicações unidirecionais, utilizando satélites GPS chineses, e o telefone não está disponível nos EUA. A Apple pode, portanto, ser capaz de manter a sua exclusividade com esta característica durante algum tempo.
E a SpaceX com a rede de satélites Starlink? A Apple também já anda a negociar?
Quanto tempo a Apple manterá a exclusividade é uma grande questão. Espera-se que as comunicações via satélite com smartphones se tornem um grande negócio, e há uma série de empresas a trabalhar nesta área.
Por exemplo, a SpaceX e a T-Mobile estabeleceram uma parceria num serviço algo semelhante, mas isso só está programado para entrar em funcionamento em finais de 2023. A empresa de telefones via satélite Iridium também vê um grande potencial.
Há mais de mil milhões de novos smartphones por ano. Há algo como sete mil milhões de smartphones por ano nos próximos anos. Penso que vai ser um mercado considerável fazer qualquer tipo de ligação a dispositivos como os smartphones, e eu nem sequer o limitaria aos smartphones.
Disse o Chefe Executivo da Iridium, Matt Desch, aos investidores em julho.
Apesar da Starlink ser um potencial novo fornecedor, a verdade é que a Apple está já também em campo. Aliás, foi o próprio Elon Musk a levantar "a lebre".
Tivemos algumas conversas promissoras com a Apple sobre a conectividade Starlink.
Disse Musk num tweet quando questionado se a Apple não teria já tido conversações com a SpaceX para esta nova funcionalidade.
Este artigo tem mais de um ano
“Essa decisão impediu os fabricantes de hardware rivais de utilizar a infra-estrutura da Globalstar para lançar serviços concorrentes”
Esta conclusão não faz sentido!
A infra-estrutura da Globalstar tem capacidade limitada e vai ter crescer para fazer face à provável utilização pela Apple, sendo que se sabe que a Apple paga pelos novos satélites que serão lançados. Achar que a Globalstar iria ter capacidade para outros e que de alguma forma a Apple impediu os rivais é miópico, ainda para mais quando a Globalstar nem sequer tem a maior rede de satélites para comunicações.
Então, só estás a confirmar o que o relatório apresentou. Foi mesmo a decisão da Apple, a negociação lá atrás em 2019, que não deixou margem de manobra.
Claro que a Apple (extrapolamos nós) irá investir no lanche novos satélites e absorver toda a disponibilidade quer da Globalstar, quer da Starlink. Não te parece óbvio?
:S vou te pôr as coisas de modo a entenderes! Se a capacidade é limitada não é preciso muito para consumir uma grande percentagem dessa capacidade. Ou seja, não é a Apple que está a limitar outros, é o próprio tamanho da rede original que limita o que pode ser feito, daí a Apple também ter a necessidade de reduzir a largura de banda nas comunicações do iPhone com os satélites.
Agora vou explicar para perceberes. Vamos a um exemplo académico. Se o serviço tiver a capacidade para 100 litros, e a Apple disser que quer 50 litros, sobram 50 litros para poder servir outro. Contudo, pelo que é dito, a Apple reservou (precisa) toda a capacidade, digamos, os 100 litros, para o seu próprio serviço. Poderia fazer como fez a Huawei, apenas comunicação unidireccional (e se calhar gastava só 50 litros), percebeste? Mas, sim, a largura de banda é escassa e para o que Apple quer, não há mais e o que há a Apple quis tudo.
Por isso é que Musk disse o que disse, a Apple quer mais e quer também ter outras opções. Com isso, claro, limita, por exemplo, a Google. Esta vai usar que serviço? E se a Samsung quiser, qual serviço vai poder usar? Possivelmente, digo eu, o facto de ter pensado nisto já há vários anos, levou a que fechasse contratos de exclusividade e, com isso, como é dito, criasse dificuldades agora aos concorrentes. Percebeste?
lol! isso é um exemplo académico ou de vão de escada?
Meu caro, o sistema de satélite da GlobalStar não está feito para milhões de utilizadores… Não é a Apple querer 50, é a escala de utilizadores da Apple precisar de 500 ou mais, e como não pode ter essa capacidade até teve que implementar métodos de compressão de dados para reduzir a pressão sobre a rede que só vai ser usada para pequenas mensagens! Daí a Apple também ter investido centenas de milhões de dólares para que novos satélites fossem construídos e lançados nos próximos anos.
” limita, por exemplo, a Google”??
andas a fazer demasiados filmes, o único contrato do Musk para este tipo de utilização não é com a Apple… e na prática já envolve qualquer tipo de cliente!
O exemplo foi para ver se percebias, mas mesmo assim parece que vamos ter de usar sugus de cores diferentes. 😀
Meu caro, o sistema de satélite da GlobalStar não está feito para milhões de utilizadores…
Certo, por isso mesmo é que a Apple precisa de ter mais parceiros e também por isso é que fechou há uns anos a parceria que está descrita no artigo. Bom, até aqui percebeste, já o referiste.
Não é a Apple querer 50, é a escala de utilizadores da Apple precisar de 500 ou mais, e como não pode ter essa capacidade até teve que implementar métodos de compressão de dados para reduzir a pressão sobre a rede que só vai ser usada para pequenas mensagens! Daí a Apple também ter investido centenas de milhões de dólares para que novos satélites fossem construídos e lançados nos próximos anos.
Sim, mas onde está a novidade? Isso foi o que disse no artigo. Estás a andar em volta da mesa. Mas a Apple quis fazer um sistema multidirecional e levou, eventualmente, toda a capacidade do serviço, o que a Huawei não conseguiu fazer, como também diz no artigo!
” limita, por exemplo, a Google”??
andas a fazer demasiados filmes, o único contrato do Musk para este tipo de utilização não é com a Apple… e na prática já envolve qualquer tipo de cliente!
Não são filmes, porque ainda há pouco disseste, e bem, que estes serviços ainda são muito limitados. Também por isso, digo eu, a Apple está a conversar também com a SpaceX, disse Musk. Mas isso também está dito no artigo, porque a GlobalStar não tem mais oferta, está toda reservada para a Apple.
Ainda não entendi porque raio andas tu a dar voltas nos mesmos argumentos que estão no artigo.
Aqui ha muita coisa estranha…
Primeiro e uma funcionalidade so para 2 paises, portanto falar dela na Europa é inutil tal como falar da da Huawei que so da na china. Segundo nao limita ninguem porque nao ha so uma ‘operadora’ de satelites e por exemplo na europa essa medida da Apple em nada afeta para aceder aos satelites disponiveis para comunicar na europa.
Terceiro ser algo limitado aos EUA e que sera de subscrição limita muito utilizador que no futuro queira pagar por algo que a sua utilidade será mais em alto mar ou montanhismo e nao para o comum cidadao de cidades vilas ou aldeias.
Esta foi das tecnologias da apple mais limitadas aue se viu nos ultimos tempos. 2 paises apenas, requer n condições para funcionar, funciona de forma lenta e os potenciais clientes por norma já tem mecanismos de comunicacao sos mais avancados, falo de embarcações e equipas de exploracao e aventura.
A ideia é boa, e certamente em milhoes de clientes havera meia duzia ds casos que exclusivamente graças a ela terao socorro, mas lá esta, serve para meia duzia e nao funciona em 90% do planeta
Creio que a ideia é para o cidadão comum ter um recurso no seu aparelho do dia a dia para qualquer eventualidade, sendo que o serviço é de momento gratuito e não por subscrição. Não é para os poucos que já pensaram em comprar um telefone por satélite.
A rede provavelmente irá crescer para outros países quando forem lançados mais satélites, sendo que de momento faz mais sentido nos Estados Unidos do que na Europa, pois nos Estados Unidos a densidade de cobertura de rede de telemóvel é muito inferior, ou seja, não é raro as pessoas andarem por zonas sem rede.
Por isso os dois anos gratuitos, posteriormente deverá haver algo mais e aí sim, para algo mais, deverá haver um valor de subscrição.
Nos dispositivos que tenho Invoxia são 3 anos “gratuitos” depois disso são 10 euros por ano.
ninguém sabe o que será depois. Tenho sérias dúvidas que a Apple venha a criar uma subscrição especialmente só para o serviço SOS. A coisa está demasiado na sua infância podendo evoluir para algo mais do que o SOS; a partir daí a ideia do negócio muda de figura, já não está nos mesmo termos.
Os Invoxia não usam comunicação por satélite.
Claro, ninguém sabe, mas por isso é que disseram já que 2 anos é gratuito. Depois…. Agora, também não acredito que no caso do SOS seja pago, mas devem ter mais para oferecer e ir aí buscar uma subscrição.
Referi o Invoxia pela oferta do uso da rede durante 3 anos e depois… paga.
Vítor M., só que os aparelhos da Invoxia requer uso recorrente da rede para todos os seus utilizadores, e não tem as margens da Apple na venda do equipamento, logo não teria como cobrir os custos de uso a longo prazo!
Verdade, apesar de também não serem propriamente baratos.
Normal, a Starlink também abriu progressivamente o serviço à medida da disponibilidade da rede (quantos países tinham no início da comercialização? ). Assim como a Apple fez com muitas outras funcionalidades. Mas acabará por ir abrindo, mercado a mercado. Faz sentido. É algo ainda muito novo que tem de amadurecer e ser afinado. E mesmo assim o mercado americano e canadiano é gigante.
Daqui mais para a frente logo se vê se a Apple realmente é a melhor…..A Apple promete muito e leva sempre uma eternidade a fazer. Se como o carro que a Apple queria ter, e ainda nem saiu. Deve ser algum carro que vai á Lua, do jeito que a Apple é.
Tomem mais é juizo.
A Apple alguma vez disse que ia fazer um carro?
Coloca no Google e vê em vez de duvidares.
pois, se fizeres isso verás que a Apple nunca disse que ía fazer um carro!
São outros que o dizem, assim como há outros que dizem que o plano pode ser criar uma solução de carros autónomos para vender a outros, etc