Será possível produzir hidrogénio verde a partir do ar do deserto?
O hidrogénio verde é uma das soluções mais apontadas para, por exemplo, alimentar transportes. Nesse sentido, uma startup australiana diz que é capaz de transformar o ar do deserto em água, para a produção de hidrogénio verde.
O projeto está ainda numa fase embrionária, mas promete ter sucesso.
Uma startup australiana, com a ajuda de uma empresa japonesa, afirma conseguir reduzir significativamente os custos, obtendo hidrogénio verde no deserto. De acordo com a Aqua Aerem, o seu novo projeto utiliza tecnologia comprovada para produzir uma quantidade de hidrogénio verde suficiente para ser comercializada. De forma muito simplificada, a empresa australiana pretende aspirar o ar quente do deserto para uma máquina e arrefece-lo, para que o vapor de água condense e passe ao estado líquido.
Apesar de parecer que o ar do deserto não resulta numa boa quantidade de água, a média, em outubro, o mês mais seco, é de 23%, aumentando este valor para 45%, em janeiro. A tecnologia da startup será alimentada por energia solar, facilitando o processo, uma vez que se trata de uma fonte renovável e abundante no deserto.
A partir de agora, o projeto da Aqua Aerem conta com o apoio do gigante do petróleo japonês, Osaka Gas, que juntar-se-á à startup no desenvolvimento das instalações. O acordo entre as duas empresas inclui a gestão do projeto, engenharia, apoio técnico e identificação de clientes para negociação da venda do hidrogénio verde.
A chamada Desert Bloom será construída utilizando unidades modulares portáteis de produção de hidrogénio de 2 MW. Além disso, ser-lhe-ão adicionadas unidades de produção de água, painéis fotovoltaicos, um eletrolisador e um aquecedor solar térmico –quanto mais quente estiver o ar, mais humidade este reterá.
Ate 2027, a Aqua Aerem pretende conseguir produzir hidrogénio verde a menos de 2 dólares por quilo. Mais, quanto estiver a funcionar plenamente, poderá exportar cerca de 410.000 toneladas de hidrogénio por ano.
[Aqua Aerem] irá gerar receitas a partir da instalação do primeiro módulo e não requer custos iniciais. Como resultado destas poupanças, a Desert Bloom estará no bom caminho para produzir hidrogénio verde a um preço de exportação que os clientes internacionais querem pagar: menos de $2 por kg em cinco anos.
Revelou David Green, presidente da Aqua Aerem, acrescentando que o projeto será benéfico para o Japão.
Além de ter o apoio do governo australiano, que lhe concedeu o estatuto de grande projeto, a Desert Bloom possui também apoio financeiro do Sanguine Impact Investment, com base em Singapura.
Leia também:
Este artigo tem mais de um ano
transforma o ar do deserto em água para produzir hidrogénio… e que tal regar o deserto para o tornar fértil e as plantas provocarem chuvas, etc, etc??
Com que água?
a mesma água que seria usada para produzir hidrogénio.
Teoricamente serias capaz de retirar do ar, no deserto (35°C, 20% humidade relativa), mais ou menos a mesma quantidade de água que conseguirias retirar num dia de inverno, sem chuva, em Portugal (10°C, 80% humidade relativa).
Contudo seria preciso muito ar para extrair quantidades significativas de água, algo como 100 000 litros de ar para obter 1 litro de água.
Como sempre, os grandes do petróleo a patrocinarem o hidrogénio, a alternativa aos elétricos, que permitiria manter o controlo e os lucros nos mesmos players do petróleo.
Eléctrico é apenas como a energia é armazenada, não a fonte da energia.
Electricidade pode ser produzida por hidroeléctricas, carvão, petróleo, solar, etc.
Relativamente aos carros eléctricos, nunca serão uma solução, mas apenas uma mera curiosidade, que daqui a 10 ou 20 anos ninguém mais falará disso.
Poucos acreditam mas já passamos do ponto sem retorno para acabar com o aquecimento global, não é o clima que está a aquecer somos nós que o aquecemos . A única forma de fazer isso mudar seria com algo muito drástico.
O hidrogénio não é verde e produzir hidrogénio no deserto traz as suas consequências reduzindo a vegetação nele que é dependent da humidade do ar.
É apenas para produzir um combustível cada vez mais pedido usando técnicas de custos reduzidos, terreno de baixo valor e instalação de realização fácil.
A moda do “verde” vai enganar muita gente, até os ecologistas já nem pensam que a vegetação é verde.