Comboio movido a hidrogénio bate recorde depois de cerca de 2800 km sem paragens
A mobilidade sustentável vai, para muitos, além das alternativas elétricas a bateria, sendo o hidrogénio um caminho a ser considerado. Para este comboio suíço, este combustível foi suficiente para bater o recorde de 1741 milhas (cerca de 2802 km) de viagem sem paragens.
Assinado pela empresa suíça Stadler, um comboio suíço de nome FLIRT H2 garantiu o seu lugar no Guinness World Records, depois de ter viajado durante cerca de 2800 km sem efetuar paragens.
A proeza foi conseguida, utilizando uma carruagem de passageiros de um comboio movido a hidrogénio num circuito de testes dedicado no Colorado, nos Estados Unidos da América.
O FLIRT H2 possui duas carruagens de passageiros com uma central elétrica no meio, que armazena o hidrogénio em depósitos de combustível e utiliza células de combustível para o converter em eletricidade.
Posteriormente, a eletricidade é enviada para um conversor de tração e armazenada numa bateria, que a fornece ao motor elétrico para mover o comboio. Desta forma, é possível recuperar a energia do sistema de travagem do comboio, aumentando a eficiência do sistema.
A Stadler concentra-se constantemente no futuro do transporte ferroviário com sistemas de propulsão alternativos, desenvolvendo continuamente tecnologias inovadoras.
Ao utilizar o hidrogénio como uma fonte de energia limpa, estamos a contribuir ativamente para a proteção ambiental e a moldar as viagens sustentáveis e sem emissões de amanhã.
Afirmou Martin Ritter, CEO da Stadler, num comunicado de imprensa.
A configuração de duas carruagens pode acomodar 108 passageiros e tem uma velocidade máxima de 130 km por hora. Além disso, o comboio foi concebido para funcionar a temperaturas ambiente elevadas, até 49 graus Celsius.
Recorde serviu para demonstrar a capacidade do comboio movido a hidrogénio
Construído para a San Bernardino County Transportation Authority (SBCTA), o comboio movido a hidrogénio FLIRT H2 está a ser testado num circuito de testes no Colorado antes da sua entrada em serviço prevista para o final deste ano. Para oficializá-lo, a Stadler decidiu eternizá-lo com um recorde.
Na noite do dia 20 de março, engenheiros da Stadler começaram a conduzir o comboio em turnos durante a noite, continuando no dia seguinte. Quando o comboio parou, às 17h23 do dia 22 de março, tinha percorrido 2803 km em 46 horas. Todo o caminho com um único depósito de combustível.
Apesar de ser impressionante, o comboio não parou e arrancou várias vezes durante a tentativa de recorde, nem viajou em diferentes inclinações. Aliás, o alcance anunciado para o FLIRT H2 é de cerca de 460 km.
De qualquer forma, demonstrou a capacidade do hidrogénio como potencial fonte de energia para os comboios.
Conforme recordado pelo Interesting Engineering, em 2023, a Transportation Authority da Califórnia encomendou quatro comboios FLIRT H2 com quatro carruagens, tendo em vista o aumento da capacidade para passageiros.
Acho boa solução, até para acelerar o crescimento de novas linhas. Não sendo necessário ter infraestrutura elétrica para alimentar o comboio, consegue-se estender linhas mais rapidamente e com um custo bem menor. É curioso, faz lembrar os velhos tempos do vapor ou dos comboios diesel (ainda os há). Basta encher o depósito a intervalos predefinidos. Falta saber se é economicamente viável, coisa que o hidrogénio ainda não convence. Mas havendo massificação do seu uso, também pode haver descida dos custos de produção e armazenamento.
Enquanto não se conseguir produzir hidrogénio a baixo preço (produzi-lo a partir de electricidade é muito caro) esses testes não passam de testes e não conseguirão passar para o plano industrial.
Concordo que produzir hidrogénio com recurso à eletricidade seja algo caro no entanto há alguns fatores a considerar:
– A densidade de energia por kg é maior do que as baterias e conforme se vai usando esse peso vai sendo eliminado (ao contrário das baterias que têm o mesmo peso quer estejam carregadas ou não);
– O custo de aquisição de grandes equipamentos acaba por se mais barato porque em vez de ter uma bateria muito cara, tem antes um depósito + células de hidrogénio + medidas de segurança que acabam por ser mais baratas que a versão a bateria;
– A recarga demora virtualmente o mesmo que a versão a diesel, ao contrário dos elétricos a bateria (logo está disponível mais cedo para a próxima viagem);
– Há alturas em que o preço de energia é irrisório (hoje é um desses dias). Essa energia pode ser transformada em hidrogénio e ser armazenada durante semanas ou mesmo meses, o que em grande escala não é caro de se fazer. Há também a possibilidade de se comprar de outros países que tenham produção excedentes de produção energética e vendam o hidrogénio como um sub produto;
-Embora a insfraestrutura para lidar com o abastecimento de hidrogénio seja cara, a empresa deixa de precisar de lidar com potências contratadas de energia absurdas (como nos comboios elétrico) e ter de pagar essa energia a preço de horário de pico, que é o que acontece na maioria dos elétricos (sempre nos elétricos comuns com uso de catenárias e parte das vezes no caso dos que têm bateria). Poupa-se no preço do kw de energia e na infraestrutura (potência contratada, distribuição de energia, manutenção dessa infraestrutura,…) ;
-O diesel também não é barato e a manutenção de um equipamento com um grande número de peças móveis também é dispendiosa. Aliado a isso a oscilação do preço do diesel depende do preço nos mercados internacionais, o que não é tão relevante no caso do hidrogénio. Está barato no exterior (compra-se). Está caro no exterior (produz-se hidrogénio internamente). No caso do diesel nem há essa possibilidade de escolha.
Feitas bem as contas, há situações em que possa fazer sentido. É tudo uma questão de viabilidade económica. A mesma empresa pode usar um comboio com captação de energia elétrica, um a baterias e outro a hidrogénio, tudo depende de €€.
Exacto.
Neste comboio reduziu quanto peso ? 200 a 300 kg ?
É que por exemplo num toyota mirai que pesa mais que um model 3 e tem a mesma autonomia, quando fica com os tanques secos perdeu 4.9 a 5.2 kg.
Este comboio também tem uma bateria muito cara, e depois tem fuel cells que fazem as baterias parecer 15 a 20x mais baratas, isto sem contar com os tanques de hidrogénio.
Errado, na versão de 460 kms de autonomia demora 30 minutos a abastecer, agora imagine quanto demora neste que tem mais autonomia, tudo bem que o fez a uma média de 60 kmh.
O hidrogénio pode ser armazenado mas com grande perdas, logo à partida tem uma perda de 30% na conversão, depois tem as perdas de pressurização, e as perdas nos tanques.
Se deixa de lidar com despesas de potência contratada, como produz hidrogénio para um comboio que gasta 5x mais eletricidade ?
Por acaso não poupa nada, já que gasta muito mais energia, e ainda tem toda a manutenção dos sistemas de produção que são bem caros.
Sim, há situações em que faz sentido, em linhas não eletrificadas onde estejam dispostos a pagar bem 10 a 15 x mais pelo transporte do que converter essa mesmas linhas ou do que usar locomotivas a diesel.
O H2 é muito pior que baterias, que por sua vez são muito piores que electricidade alimentada por catenária. Pontualmente pode fazer sentido onde electrificar a linha férrea sair muito mais caro.
Mesmo que o hidrogénio seja mais caro, uma celula de combustivel pode ser bem mais barata que um conjunto de baterias. Bastaria o carro ter uma bateria pequena meramente para equilibrar o sistema.
O facto é que não são baratas, até porque usam mineiros bem mais caros e raros que as baterias, um deles só é 30x mais raro que o ouro.
Esquece a platina porque a Mercedes já tem células com uso de porcelana/cerâmica.
Não, não tem, a platina continua a ser um elemento essencial nas fuel cells tal como o cobalto.
Pode dizer que reduziram o seu uso, com o aumento da temperatura, o que as deixa com menos eficiência e menos durabilidade.
+1
É mais sustentável do que as baterias
Sem dúvida!
Mostre lá um estudo que prove isso ?
Tem aqui um que prova o contrário.
https://theicct.org/wp-content/uploads/2021/07/Global-Vehicle-LCA-White-Paper-A4-revised-v2.pdf
A cartilha elektra!
Este também é electrico, onde viu que era a combustão ?
É um elektro fofinho.
Fofinho para quem lhe vender o combustível. Loooooooll
98% do hidrogénio vem de fontes fósseis, para ter uma eficiência ainda mais baixa que um diesel, depois chamam isto sustentável. Lloooll
É só sustentabilidade em arrendar árvores.
https://ominho.pt/ja-se-preparam-os-terrenos-para-produzir-hidrogenio-verde-em-melgaco/
Ao contrário do q o título sugere, trata-se de mais uma central de produção de electricidade intermitente.
A opção de produção de H2 aí faz sentido para armazenamento da electricidade q não pode ser absorvida pela rede. Em vez de ser descarregada para terra e paga pelo erário, será na mesma paga mas usada para produzir H2.
Devia ser um opção obrigatória em QQ central de produção intermitente seja solar ou eólica.
Para produção de hidrogênio verde.
Ela não armazena electricidade, apenas produz hidrogénio.
Isso de armazenar e voltar a produzir não é armazenar, é desperdiçar.
Não existe como descarregar electricidade para a terra, qualquer pessoa que tenha andado na escola sabe isso, não sei porque isso insiste num disparate tão grande.
Opção para quê? Para quintuplicar os custos da electricidade ? Já viu quanto iria aumentar o combustível à custa disso ?
Por acaso não é, e este também tem baterias, e outra coisa bem pior, as fuel cells, e ainda tem de contar com os tanques, que também tem tempo de vida, além de gastar 4 a 5x mais energia.
Nice, está encontrado o sucessor para a linha do Tua.
LOL
Aqui está um veículo em que o hidrogénio pode ser útil.
Sem dúvida a única forma de preservar a espécie humana e o planeta.
Sim, pelo menos a espécie humana que detém os maiores loobies do planeta.
A produção de hidrogênio (não verde) para combustível exige grande quantidade de petróleo. A principal forma de se produzir hidrogênio atualmente é através do processo de reforma a vapor, que utiliza combustíveis fósseis como o gás natural e o petróleo como matéria-prima.
Daí todo esta esta agitação à volta do Hidrogénio. O lobby do petroleo nao perdoa..
H2V não usa gás.
É só sustentabilidade em arrancar árvores.
https://ominho.pt/ja-se-preparam-os-terrenos-para-produzir-hidrogenio-verde-em-melgaco/
Já respondi acima. O foco dessa central é a produção de electricidade. O H2 apenas vai impedir o desperdício em momentos de pico.
Está lá escrito para o que serve:
“Este será um projeto transformador e catalisador na atração de indústrias que sejam mais intensivas em energia e/ou que utilizem hidrogénio nos seus processos produtivos”
Não existe desperdício numa instalação solar, o que não consome ou armazena em baterias, onde retira 90% do que armazenou, ou vende à rede, que é o modo mais rentável.
Ninguém investe em algo que disponiviliza 100% para retirar 20%. Apesar de haver projectos nesse sentido, mas servem apenas para ir buscar fundos perdidos.
Certamente ninguém se lembra dos testes nucleares de hidrogênio….
Os tontinhos ficam sempre excitados com notícias destas. Pelo menos aqueles que não têm qualquer noção sobre as inúmeras condicionantes da utilização do hidrogénio como “energia” (sobretudo para a mobilidade).
Um comboio a hidrogénio faz tanto sentido como um comboio a baterias, ou seja, nenhum. Numa plataforma de mobilidade com trajeto fixo e predefinido, o investimento na eletrificação da linha através de cantenárias estaria recuperado em meia dúzia de viagens em comparação com os custos de desenvolvimento, aquisição e manutenção de um equipamento movido a hidrogénio.
Poderia fazer mais sentido no setor do transporte rodoviário ou marítimo, mas ainda assim tem mais contras do que prós.
O hidrogénio não é nem nunca será uma solução equilibrada e muito menos sustentável.
Estás tão enganadinho.
Por acaso está muito certo, alguém que entende alguma coisa de tecnologias e energia.