Apesar do dedo alemão, combustíveis sintéticos só alimentarão 1,75% dos carros em 2035
Com as proibições da União Europeia (UE), relativamente aos carros com motor de combustão interna, a mudança está iminente. Apesar de o governo alemão ter feito barulho pelos combustíveis sintéticos, incluindo-os na norma que apontava apenas elétricos, prevê-se que esses alimentarão apenas 1,75% dos automóveis da Europa, em 2035.
Por imposição da UE, a partir de 2035, a venda de carros novos com motor de combustão interna será proibida. Por exigência da Alemanha, apesar da controvérsia, fora desta regra estarão os combustíveis sintéticos.
Como é habitual, a perspetiva das fabricantes não é unânime. De um lado estão as marcas satisfeitas com a exceção, como a Ferrai e a Porsche, por lhes ser permitido continuar a comercializar veículos térmicos. Do outro estão as desagradadas, como é o caso da Stellantis, Mercedes-Benz, Renault e Volkswagen, por desacreditarem o sucesso dos combustíveis sintéticos, especificamente, devido ao seu custo e baixa eficiência energética.
Ainda assim, grupos como a Stellantis estão a considerar a possibilidade, pois "a adoção generalizada dos combustíveis sintéticos ofereceria aos clientes com veículos de combustão interna existentes uma opção fácil e acessível para os descarbonizar".
Tendo em conta esta vantagem, que prevê o prolongamento da vida útil dos carros com motores de combustão interna já em circulação, a pergunta que se impõe procura perceber se, a médio prazo, os combustíveis sintéticos serão capazes de substituir os fósseis.
Serão os combustíveis sintéticos uma alternativa viável aos fósseis?
Ora, um novo relatório responde, curta e diretamente: não. Segundo um estudo levado a cabo pela Concawe, na melhor das hipóteses, os combustíveis sintéticos poderiam alimentar apenas 5 milhões dos 287 milhões de veículos em circulação na UE, em 2035. Ou seja, 1,75%.
Para os autores do relatório, os combustíveis sintéticos são uma solução muito menos ecológica do que os elétricos a bateria, nomeadamente, considerando as emissões e a eficiência energética. Se um veículo for carregado com eletricidade proveniente de fontes renováveis, a sua eficiência energética é de 77%, mas a dos e-fuels é de apenas 16%.
Além das emissões e da eficiência energética, também o preço é pouco apelativo. De acordo com Alejandro Bravo, da Climate Strategy & Partners, "um condutor teria de gastar 10.000 euros, em cinco anos, para abastecer o seu carro com combustíveis sintéticos.
Este artigo tem mais de um ano
A legislação europeia fala em redução seguida da neutralidade das emissões de CO2 nos “transportes” – não é nos “transportes terrestres”.
Como não se vê aviões e navios de grandes dimensões elétricos – vão consumir a quase totalidade dos combustíveis sintéticos. Já há algum tempo que a agência alemã que trata deste assunto advertiu que o e-fuel ia ser consumido no transporte aéreo e marítimo e que não ia chegar para motores de combustão interna de veículos terrestres.
Acrescento que os principais fabricantes de veículos de combustão interna dizem que o desenvolvimento dos motores de combustão interna, que poderia levar a motores de combustão interna a e-efuel mais eficientes – morreu.
Noutros posts vi muita gente entusiasmada com o e-fuel (combustíveis sintéticos) e com, o que não é a mesma coisa, o biocombustível. São fantasias.
Agora com a aceleração do uso de combustíveis sintéticos nas competições automóveis, talvez a transição seja mais rápida, gamos ver como corre por lá.
https://www.bloomberg.com/news/articles/2022-02-14/rolls-royce-sees-fully-electric-plane-as-soon-as-in-three-years#xj4y7vzkg
https://www.rolls-royce.com/innovation/accel.aspx
https://www.theverge.com/2022/9/28/23377053/all-electric-passenger-plane-prototype-first-flight-washington
Demora a chegar, mas já se vislumbra Aviões Elétricos no futuro…
É tudo uma questão de economia de escala. Será mais uma alternativa, para mitigar a “obrigação” da compra de um elétrico, sendo que este último nunca será uma solução! (Apesar do lobby passar a mensagem, de que sim).
Para muitos já é solução, e quanto mais o desenvolvimento e as infra-estruturas crescerem, mais solução é.
Tenho uma dúvida. Os motores a combustão actuais precisam de alguma alteração para serem abastecidos por e-fuel? Tinha a ideia que não. Mas esta notícia fez-me duvidar disso porque dá a entender que o uso de e-fuel implica outra categoria de motores de combustão.
Não não é preciso alteração nenhuma.
Uma Fiat Uno podia amanhã ir abaster com gasolina sintética.
A noticia em si é baseada no “SE” de a energia usada para alimentar os carros elétricos for proveniente de fontes renováveis, que na sua grande maioria não é, e com a massificação deste tipo de carros, dificilmente será no futuro, simplesmente não dá para carregar tantas baterias com energia renovável apenas.
Então se não dá para carregar baterias, muito menos dá para produzir efuels que necessitam de imensas vezes mais eletricidade para fazer o mesmo,
Se tivesse lido este e outros relatórios sabia disso.
«“SE” de a energia usada para alimentar os carros elétricos for proveniente de fontes renováveis»
Não é “SE”, é “É” proveniente de energias renováveis. Em Portugal, anda na ordem 70-75% apartir de fontes renováveis.
Que exagero. Qd a PRODUÇÃO bate nos 50% já é caso para deitar foguetes. Só q essa produção não chega para as necessidades.
O CONSUMO é uma coisa bem diferente e oficialmente cifra-se nos 71% fóssil.
Na prática até é superior pq não está aí considerada a electricidade proveniente de Marrocos, importada por ES e PT toda com origem no carvão.
Errado, só é 71% considerando toda a energia usada no país, e não apenas eléctrica.
Não use dados errados para suportar as suas ambições.
Neste preciso momento, está-se a consumir (com bombagem) 7457 MW onde 2391 MW são importados e 4769 MW são renováveis, ou seja, 32% é importado e 64% renovável. Como sabes, o carvão deixou de ser usado e o a produção de electricidade apartir do gás natural é residual (190 MW 2% do consumo)
Daqui tiro que os números que indiquei para a produção estão mais perto mesmo quando se refere ao consumo. Não consegui descobrir de onde é que importamos a energia eléctrica, por isso, não sei dizer se é produzida com carvão.
Fonte: https://datahub.ren.pt/pt/
https://www.edp.pt/origem-energia/#:~:text=EDP%20Comercial%3A%20216%2C01%20g%2FkWh%20A%20origem%20da%20energia,pela%20EDP%20%C3%A9%20100%25%20n%C3%A3o%20renov%C3%A1vel%20%28g%C3%A1s%20natural%29.
Lamento informar, mas a edp só detém 42 % do mercado.
https://amp.expresso.pt/economia/2022-02-17-edp-fechou-o-ano-a-liderar-o-mercado-liberalizado-em-portugal-com-425-do-fornecimento-de-eletricidade
Estava-se mesmo a espera disso, é a mesma coisa que instalar painéis solares em casa e continuar a usar lâmpadas incandescentes, frigoríficos classe F . tvs plasma entre outros aparelhos pouco ou nada eficientes.
Se em 2035 1,75% dos carros na Europa estiver a usar combustíveis sintécticos, será uma retumbante vitória para esta opção. Significa que, só na UE, se venderam 5000 milhões de carros ICE logo no 1º ano!
Os carros vendidos até DEZ 2034 não precisam do sintécticos para coisa nenhuma até caírem de podres lá para 2080.
Só se for por carolice!
Boa tentativa de desviar as atenções.
O estudo não refere isso, refere sim a utilização segundo a disponibilidade, oferta e procura.
O estudo transmite a errada percepção de q a partir de 2035 tudo o q é combustão tem q usar sintécticos.
Aliás o estudo é um erro pegado associado a um desejo cego q esta solução não resulte.
Vão ter azar.
É indiferente , seja novos ou velhos. Só chega para essa pequena percentagem.
Curioso porque essa associação veio dizer há uns tempos que o estudo da T&E sobre o mesmo assunto tinha premissas erradas, e agora vem dizer basicamente o mesmo.
Espero que chegue lá.
Não falta muito para usarem o meu slogan: “use painéis solares para alimentar lâmpadas incandescentes”.
Loooool
Isso não está em questão. O que se vê a olho nu neste tipo de artigos é: ” compra um eléctrico, caso contrário a partir de 2035″ vais andar a pé pq não vai haver e-fuels para todos” loolooloool
Só você vê isso.
Ainda assim parece me óbvio, se é para usar electricidade que é a energia com menos emissões, que se use da forma com menos emissões.
É o mesmo que tentar que o leão seja vegetariano, não faz sentido.