Amazon conta idas ao escritório e vai penalizar aqueles que trabalham muito a partir de casa
A questão do teletrabalho é muito controversa e, se há quem veja nela uma solução de produtividade, com uma série de vantagens, há também quem a considere um motor de incompetência. A Amazon já clarificou a sua posição e, agora, está a controlar as idas ao escritório dos funcionários, sem aviso, e a penalizar aqueles que trabalham demasiado a partir de casa.
O historial da Amazon com os seus funcionários não é dos mais felizes, estando estes últimos constantemente insatisfeitos. Por exemplo, há meses que as duas partes batalham por um consenso relativamente ao teletrabalho.
Aquando dos sucessivos confinamentos, a Amazon decidiu, assim como outras empresas, optar pelo teletrabalho. Contudo, apesar de ter alegado que este regime perduraria além-pandemia, a verdade é que os funcionários estão a ser (quase) obrigados a regressar ao escritório.
Problema: considerando que a Amazon alegou a continuidade, a longo prazo, do teletrabalho, houve funcionários a sair da área da empresa e a escolher zonas residenciais mais baratas.
Por viverem a uma distância que não permite frequentar o escritório e considerando a logística familiar que isso implicaria, as pessoas não querem regressar. Para resolver este problema, a Amazon começou a penalizar os funcionários que trabalham demasiado a partir de casa.
Segundo o Financial Times, a gigante tecnológica selecionou aqueles que não iam ao escritório pelo menos três vezes por semana e enviou-lhes um aviso, escrevendo: "Esperamos que comecem a vir ao escritório três ou mais dias por semana".
Embora alguns funcionários tenham sido contactados por engano, porque frequentam o escritório com regularidade, a outra fatia da equipa levantou preocupações de privacidade.
Estamos a contactá-lo porque não está a cumprir as nossas expectativas de se juntar aos seus colegas de trabalho no escritório pelo menos três dias por semana, apesar de o edifício que lhe foi atribuído estar pronto.
Segundo a Amazon, o e-mail seguiu para os funcionários que tinham "cumprido menos de três dias por semana em cinco ou mais das últimas oito semanas e para os que não tinham cumprido três dias por semana em três ou mais das últimas quatro semanas".
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En-ten-da-mo-nos. Mandar todos para casa durante a pandemia não é teletrabalho, nasceu de uma necessidade e não de uma organização racional do trabalho.
Por causa do todos-para-casa, entende-se por teletrabalho ter o pessoal em casa ou tempo todo. E se o teletrabalho acaba, é obrigatório o trabalho presencial todos os dias.
O que as empresas estão a fazer, designadamente as grandes de que se fala, é um regime híbrido (ou misto) – de dois ou três dias por semana de trabalho presencial e os restantes em casa. A Amazon não está a querer que o teletrabalho acabe e passar para o regime presencial – quer implementar um regime híbrido, como a generalidade das empresas. Eu não tenho dúvidas em considerar que o regime híbrido é o melhor. Se são dois dias ou três de trabalho presencial e se há flexibilidade – são questões a acertar entre as empresas e os trabalhadores.
O híbrido é ok para quem mora perto do escritório. O que aconteceu foi que depois das empresas comunicarem que o full remote seria para continuar, muitos mudaram-se para lugares longe do escritório, fugindo das grandes cidades.
A Amazon não comunicou que o full remote ia coninuar. O atual CEO da Amazon, Andy Jassy, fez elogios ao teletrabalho – e alguns (ou muitos) entenderam que era para continuar para sempre e compraram casa longe. Por certo isso não está no contrato.
Agora o mesmo Andy Jassy faz elogios aos regime híbrido e quer implementá-lo.
A Amazon diz que o trabalho presencial é para quem mora até 80 km, o que não obrigaria os que compraram casa longe. Mas – nas avaliações de desempenho e numa situação de receio de mais despedimentos – quem não cumprir os 3 dias de presença sabe que não vai ficar numa situação favorável.
Desculpem, baralhei-me, os 80 km é da ZOOM, que também está a implementar o regime híbrido, com dois dias de presença semanais. Na Amazon não sei se há alguma ponderação da distância da residência.
“Eu não tenho dúvidas em considerar que o regime híbrido é o melhor.” Está 100% completamente errado.O melhor ambiente é o trabalho a nível efectivo e presencial e não em casa(ou seja onde for),a “coçá-los”(se me faço entender). E atenção !! No local de trabalho e sempre sob a vigilância de um supervisor hierárquico,seja em que tipo de trabalho for.
Faço gestão de mais de 40 pessoas e não preciso de estar a olhar para eles para saber o rebanho que fazem, usamos ferramentas de gestão de projecto e de tempos, além disso tenho experiência suficiente para saber quanto tempo leva cada um em cada função e gerir o trabalho deles com pouco esforço e com rédea solta pois já são crescidunhos para terem uma mamã no trabalho.
Seja como for promovo 2 a 3 dias no escritório conforme vontade pessoal de cada um para manter o espírito de equipa e cultura da empresa, todos gostam e até tem alguns elementos que se revezam a levar bolos de pequeno almoço para o escritório para todos.
Já eu a maioria dos dias estou presencial por opção, por vezes fico em casa, às vezes vou uma semana inteira para a minha casa de férias no Alentejo e nem por aí ando a coça-los, trabalho o que tenho a trabalhar e aproveito quando dá para aproveitar
Não precisa de olhar para saber o que eles fazem, mas tem ferramentas de projeto e de tempos, que têm o mesmo objetivo de forma indireta. Tem de haver sempre um controlo… E pelo que entendi, a sua área não é gerir operadores fabris, no chão de fábrica… Senão aí o caso muda de figura caso não seja uma empresa de produção série mas sim constantemente de encomendas personalizadas e diferentes… Abraço
Comparação absurda.. a seguir querem meter cantoneiros e teletrabalho.
Mas mesmo em fábricas é possível gerir com pouca intervenção, vão aprender lean six sigma e implementem
Claro, eu em vez de trabalhar em casa no meu PC, iria ter de fazer quase 2 horas a aturar tontinhos como tu no trânsito para depois ligar o PC e fazer o mesmo que faço em casa.. TOP
O post fala em regresso ao “escritório”, que é a tendência híbrida atual – 2 ou 3 dias por semana de trabalho presencial e os restantes em casa).
Mas convém distinguir:
– trabalho administrativo, algum com certa tecnicidade não muito elevada (incluo por exemplo, o pessoal das tecnologias de informação que presta apoio ao pessoal e desenvolve mesmo programas para a organização)
– trabalho técnico e altamente técnico (aqui incluo programadores que trabalham diretamente com clientes – e que às vezes passam mais tempo à espera que lhes têm acessos do que a programar).
Posso-te garantir que, ninguém, especialmente os realizam trabalho altamente técnico aceita a supervisão à capataz que sugeres. Nem é assim que as coisas funcionam. “Produtividade é fazer bem à primeira”. Não quer dizer que foi rápido (embora quanto mais rápido for melhor, para se lhe “ferrar” com mais trabalho). Quer dizer que o trabalho ficou bem e pronto, não vai dar quase trabalho nenhum a quem o tem de rever. O contrário é quem aparece com trabalho que revê-lo dá mais trabalho que fazê-lo de novo, porque ao menos não se tinha que explicar quais foram os erros que fez e como os corrigir (e às vezes abana a cabeça a dizer que percebeu, mas não percebeu). Isto é inevitável em quem está a entrar, para aprender, mas se não houver progressos e não se tornar autónomo, bye-bye.
Quem está a gerir tem que aumentar a produtividade, o que passa em grande medida por saber “explorar” a capacidade das pessoas – e ao mesmo empo deixando.as contentes, o que é difícil. E isso só se consegue lidando bem com elas. Não é trabalho para capataz.
E chicote!
Não esquecer chicote!
O tempo do feudalismo já lá foi Sandokan.
Eu tenho colegas na minha equipa que não vão ao escritório há 3 meses e produzem mais que os que estão no escritório. Agora se não sabes trabalhar em casa está calado.
Já agora meter uma trela ao trabalhador…
Nunca achei graça (mas talvez seja dor de cotovelo, a começar pela péssima viagem que tenho de fazer diariamente para o trabalho!) aos nómadas digitais, poder estar ali a trabalhar à beira da piscina a ver as miúdas e almoçar com elas…, as substitutas das colegas gordas e chatas do escritório!
Tanto sítio sem colegas gordas e chatas, devias vir para o meu escritório, problema é só ser casado e fiel 😀
“trabalham muito” ; “trabalham demasiado” ?? Esta é boa !! Mas como se sabe que eles trabalham “muito” ou “demasiado” ?? Não será efectivamente o oposto ?? Vocês,vocês…
E para piorar as coisa muitos ganham mais que os devidos 800€.
Esse pessoal tem que voltar todo para o escritório no mínimo 40h semanais e ganhar no máximo o ordenado mínimo.
Mais que isso é dar demasiadas condições de trabalho
“A uns paga-se e outros dá-se dinheiro”. Aos que se “paga”, os indispensáveis e que levam os outros e a empresa/organização às costas, normalmente não se lhes paga o valor do trabalho que fazem (senão, não se ganhava dinheiro com o trabalho deles). Aos que se “dá dinheiro”, até se pode estar a pagar mais do que o valor do trabalho que fazem, mas todos têm de comer, e se o posto de trabalho existe é porque é necessário.
Salário mínimo para todos e não há teletrabalho dia nenhum para ninguém! Enfim, se não estás no gozo, foi muito mal apontado.
Nem digas que lês um fórum de tecnologia. Esse pensamento tinha o meu avô há 40 anos. Só ele é que trabalhava o resto era uma cambada de malandros.
Últimos dados indicam que em PT 18% da população empregada está neste momento em algum regime de teletrabalho, durante a pandemia eram 23%, por isso a maioria manteve
Ai se fosse o Musk, o que não diriam, e as milhares de notícias a falarem mal e a decretar o apocalipse dos trabalhadores do twiiter.
A Amazon acha que os trabalhadores só podem trabalhar se for presencialmente e eu aplico a mesma lógica como consumidor: se quero comprar algo, vou comprar a uma loja física. De mim a Amazon não verá um cêntimo.