Na China, as empresas estão a investir fortemente em pessoas virtuais
O metaverso é um conceito aparentemente novo, mas, na China, já estamos de alguma forma a desenvolvê-lo. Afinal, as empresas já podem contratar pessoas virtuais, para desempenhar as mais variadas tarefas.
Esse “contrato” pode ser assinado por 14 mil dólares, por ano.
A empresa chinesa Baidu revelou que o número de pedidos para dar casa a pessoas virtuais duplicou desde o ano passado. O contrato dessas pessoas digitalmente desenvolvidas pode custar entre 2.800 dólares e 14.300 dólares, por ano.
De acordo com a CNBC, na China, as empresas estão a pagar muito dinheiro para garantirem empregados digitais. Estes são o resultado de uma combinação de técnicas e tecnologias, como animação, tecnologia de som e aprendizagem de máquina, que cria seres digitais semelhantes aos humanos, capazes de desempenhar tarefas, desde serviço ao cliente até à indústria do entretenimento.
Segundo Li Shiyan, que dirige o negócio de pessoas virtuais e robótica da Baidu, as empresas interessadas nestas pessoas do mundo virtual prestam serviços financeiros e de turismo, e integram meios de comunicação estatais.
Mais ainda, revelou que, desde o ano passado, os custos diminuíram cerca de 80%. Por ano, podem ser assinados contratos para pessoas tridimensionais, por cerca de 100.000 yuan (ou 14.300 dólares), e com pessoas bidimensionais, por 20.000 yuan.
De acordo com um estudo publicado recentemente pelo Kantar, pelo menos 36% dos consumidores terão visto uma celebridade ou influenciador digital, durante o último ano, e 21% disse ter visto uma pessoa virtual a organizar/receber um evento ou a apresentar as notícias.
Relativamente ao próximo ano, 45% dos responsáveis por publicidade disseram que poderiam integrar a presença de uma pessoa virtual num evento da sua marca.
Efetivamente, a China tem abraçado a tecnologia e dado cartas em várias das suas frentes. Aliás, como vimos aqui, um dos maiores fornecedores de serviços de streaming de música do país, Tencent Music Entertainment, revelou que um sistema de síntese de voz baseado em Inteligência Artificial cantou mais de 1.000 músicas lançadas pela empresa e pode imitar as vozes de cantores humanos, produzindo músicas originais nessas vozes.
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A caminho do transumanismo. Enquanto humano podemos ir vendo em que nos podemos transformar, para sermos usados por outros que não querem que tenhamos sentimentos nem poder de decisão.
Para as empresas faz sentido contratar um desenho animado realista exclusivo para publicidade e apresentações virtuais.
– Nunca estão doentes;
– Nunca estão metidos em polémicas;
– Só pagam pelo que utilizam;
– Podem ter exclusividade do boneco(a) virtual;
– Nunca fazem greve;
– Não fazem publicidade para a concorrência;
– Não envelhecem;
– Não morrem;
– Estão sempre bem dispostos.
Percebe-se o apelo.
E ainda por cima a China só tem 1,412 milhões de pessoas, não é como se fosse fácil para as empresas arranjarem pessoas a quem dar esses trabalhos.