UE quer criar uma aliança de fabricantes de chips para reduzir a dependência externa
Atualmente, as maiores fábricas de semicondutores encontram-se fora da Europa. A taiwanesa TSMC e a chinesa SMIC são dois grandes exemplos de poderosas indústrias que não pertencem ao nosso continente.
Nesse sentido, a União Europeia está a explorar a ideia de criar uma aliança de fabricantes de chips, de forma a diminuir a dependência de fabricantes de chips estrangeiras.
União Europeia quer criar uma aliança de fabricantes de chips
A União Europeia está a ponderar a criação de uma aliança na indústria de semicondutores e, assim, reduzir a dependência de fabricantes de chips do estrangeiro. Esta ideia surge num momento crítico de escassez de stock destes componentes.
Esta informação foi facultada por quatro funcionários da UE, os quais adiantaram ainda que esta aliança incluiria a franco-italiana STMicroelectronics, a NXP dos Países Baixos, a alemã Infinion e a holandesa ASML.
À Reuters, as fontes adiantaram que o plano encontra-se numa fase de estágio muito preliminar. No entanto, poderá incluir um esquema pan-europeu conhecido como Projetos Importante de Interesse Comum Europeu (IPCEI). Este projeto permite aos governos da UE injetar financiamento ao abrigo de regras mais simples de auxílio estatal e permite às empresas trabalharem em conjunto no projeto.
Aumentar para 20% a participação da UE no mercado de chips
A ideia seria complementar ou ser uma alternativa a fábricas financiadas por estrageiros, com o objetivo de duplicar a participação da UE no mercado de semicondutores para 20% até 2030. Esta é uma meta estabelecida por Thierry Breton, chefe do mercado interno europeu.
In-depth discussion with @intel CEO @PGelsinger
🇪🇺 is determined to take back leadership in global #semiconductor production en route to 20% world market share by 2030.
We will enhance EU industry while strengthening transatlantic ties and links with trusted global partners pic.twitter.com/CxlAoqyZ5u
— Thierry Breton (@ThierryBreton) April 30, 2021
O comissário da UE está a tentar persuadir uma importante fabricante de chips a instalar uma grande fábrica nesta aliança. Nesse sentido, Breton pode ter-se reunido com Pat Gelsinger, CEO da Intel, nesta sexta-feira. Para além disso, deverá realizar uma videoconferência com Maria Marced, presidente da TSMC Europa.
No entanto, alguns diplomatas e funcionários taiwaneses dizem que a TSMC não está interessada na construção de uma fábrica na UE.
Funcionários da UE com reservas...
Por outro lado, vários funcionários da UE estremecem com a ideia de uma mega fábrica com financiamento estrangeiro. Segundo um alto funcionário francês:
Os políticos gostam de coisas brilhantes e às vezes tendem a sacrificar políticas industriais a longo prazo devido a anúncios de curto prazo.
Se pisarmos no dedo do pé dos jogadores europeus, não tenho certeza se a nossa soberania ganhará alguma coisa com isso.
Além disso, outros três funcionários da Comissão Europeia disseram não estar satisfeitos com uma estratégia que se baseie em empresas fora da UE para construir fábricas, e que as parcerias entre empresas europeias e estrangeiras podem funcionar melhor.
Estratégia será apresentada a 5 de maio
Há ainda alguma suspeitas das intenções de Breton neste projeto. Mas as autoridades adiantam que as negociações estão em andamento e que Breton e Margrethe Vestager, chefe de tecnologia da UE, vão apresentar uma estratégia industrial da Comissão, com foco sobretudo nos semicondutores, a 5 de maio.
Na passada quinta-feira, após reunião em Berlim com o ministro da Economia alemão Peter Altmaier, Breton publicou o seguinte no Twitter:
Para sermos líderes, não seguidores, a indústria da UE exige uma ação ambiciosa e urgente em tecnologias digitais como semicondutores, nuvem, quantum, conectividade espacial e baterias.
Rich exchange today in #Berlin with 🇩🇪 Economy Minister @peteraltmaier about transformation of 🇪🇺 industry.
To be leaders not followers, EU industry requires urgent, ambitious action on digital technologies such as semiconductors, cloud, quantum, space connectivity & batteries. pic.twitter.com/oxSn8SW2Q0
— Thierry Breton (@ThierryBreton) April 29, 2021
Na reunião, Breton disse que 22 estados membros da UE concordam e apoiam a sua iniciativa de apoio à produção local.
Negociações já começaram
Por sua vez, um porta-voz da ASML, a maior produtora mundial de tecnologia avançada no fabrico de chips, confirmou que a empresa holandesa já fez parte de negociações conduzidas por Breton.
Já a GlobalFoundries, que gere o maior complexo de fundição de semicondutores da Europa em Dresden (Alemanha) afirma que:
Estamos em contato próximo com a equipa de Breton, com a Comissão da UE, com o governo alemão e com outras entidades públicas importantes em toda a Europa.
Por outro lado, a STMicro e a NXP não quiseram comentar. E a Infineon não respondeu a uma solicitação de comentário por parte da Reuters.
Este artigo tem mais de um ano
Fonte: Reuters
Neste artigo: chips, componentes, semicondutores, Thierry Breton, UE, União Europeia
A ideia faz sentido, ter produção própria de chips na União Europeia para marcar a carneirada.
Mas era falar com as universidades na UE e largar o bom e o bonito do dinheiro, para saírem das Universidades da União Europeia os engenheiros e técnicos necessários a criarem a dita empresa financiada a 100% pela União Europeia, de forma a tornar tal uma realidade a longo prazo.
Portugal pode enviar a senhora da limpeza, se alguma coisa correr mal, já sabem quem responsabilizar.
Então quer ser independente, mas depois a fabrica é financiada/montada por uma(s) empresa(s) externa(s)? Que grande independência.
A UE já vai tarde de mais para isto.
E alias, para conseguir ser reduzir essa dependência externa, não basta fabricantes, é preciso produtores de matéria prima, dentro da UE. Mas, quem é que quer investir em minas na UE, tendo em conta que os matérias extraídos na UE são 10x mais caros dos que são extraídos na Asia?
“Em primeiro lugar, o silício é fácil de achar. Depois do oxigênio, ele é considerado o segundo elemento mais abundante na crosta da Terra e quase sempre aparece em um composto com outros elementos. É comumente encontrado como um silicato (SiO4, ou um átomo de silício ligado a quatro átomos de oxigênio) e de sílica (SiO2, ou um átomo de silício ligado a dois átomos de oxigênio). O composto químico dióxido de silício, também conhecido como sílica, de uma forma grosseira e altamente contaminada, é o componente primário da areia. Feldspato, granito, quartzo, entre outros materiais, são baseados em compostos de silício-oxigênio.”
E a visao empresarial que muitas destas instituicoes, patroes, empresas tem. E pena ja vir tarde.
Estou admirado da ATEP Amkor de Vila do Conde não estar na corrida para chorar algum dinheiro para manter os escravos a baixo custo mais alguns anos.
Andamos a anos atrás do prejuizo, porque sempre foi mais facil obter lucro explorando os outros.
A hipocrisia é muita, principalmente na europa, ainda à pouco tempo foram compradas 2 empresas alemãs do ramo dos semicondutores por empresas asiaticas e tinham recebido apoios da comunidade europeia.
Recordam-se da antiga Qimonda que fechou em Portugal e no resto do mundo incluindo na Alemanha? Neste caso foi o ultimo fabricante de memorias na Europa não vai há muitos anos.
Já crordaram tarde.
Acordaram quis dizer
Por um lado isto, por outro muitos dos fabricantes Europeus de carros e motas a deslocalizarem o fabrico de novos modelos para a Asia. Nunca mais aprendemos…
Já vão tarde…mas pode ser que surta algum efeito!
Parabéns! É para isto que a UE deve servir, para criar grandes projetos, unir esforços e colocar a UE em par com os EUA e China.