TSMC considerou transferir as suas fábricas para fora de Taiwan, mas tal é impossível
A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) é um dos players mais relevantes da indústria dos semicondutores, fornecendo alguns dos maiores nomes da indústria tecnológica, como a Apple e a cada vez maior NVIDIA. Agora, sabe-se que a empresa de Taiwan considerou transferir as suas fábricas para fora da ilha onde nasceu, tendo percebido que tal é impossível.
Conforme recordado pela Reuters, as tensões entre a China e Taiwan aumentaram desde que Pequim lançou jogos de guerra em torno da ilha democraticamente governada, no mês passado. Isto, após a tomada de posse do Presidente de Taiwan, Lai Ching-te, que o país denuncia como "separatista".
Perante estas tensões com a China, a TSMC afirmou, na terça-feira, que manteve conversações sobre a transferência das suas fábricas de chips para fora da ilha. Contudo, a empresa percebeu que tal seria impossível, uma vez 80 a 90% da sua capacidade de produção se encontra em Taiwan.
A instabilidade no Estreito de Taiwan é, de facto, um fator a ter em conta na cadeia de abastecimento, mas quero dizer que não queremos que aconteçam guerras.
Disse C.C. Wei, presidente da TSMC, aos jornalistas, após a assembleia geral anual da fabricante de semicondutores de Taiwan, cujos principais clientes incluem a Apple e a NVIDIA.
Potencial conflito entre a China e Taiwan não desvalorizam a TSMC
Apesar das tensões entre Taiwan e a China, a Reuters revela que a possibilidade de guerra e o potencial impacto de um conflito nas cadeias de fornecimento de semicondutores não foram temas abordados, oficialmente, na feira anual de tecnologia Computex, que decorre esta semana em Taipé, a capital de Taiwan.
Ainda ninguém está preocupado com isso [...] É claro que há sempre atividade militar ou confrontos, mas, mais uma vez, Taiwan é muito importante para a Inteligência Artificial - até os chineses sabem disso. Estamos bem, sem problemas.
Disse Frank Huang, presidente da Powerchip Semiconductor Manufacturing (PSMC), aos jornalistas presentes no evento, quando questionado sobre se os clientes estrangeiros estavam a pressionar as empresas de Taiwan para não produzirem no país, considerando a relação com a China.
Reiterando a importância de Taiwan na cadeia global de fornecimento de chips, Lisa Su, diretora-executiva da Advanced Micro Devices (AMD), disse que "fazemos muito do nosso fabrico aqui com fornecedores-chave como a TSMC... E também temos uma série de parceiros que nos ajudam a construir o ecossistema aqui em Taiwan". Na sua perspetiva, "é muito importante ter um ecossistema global".
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Convém lembrar o que disse o Presidente da TSMC ainda recentemente – as fábricas da TSMC não podem ser ocupadas, porque sem a assistência técnica e as peças de substituição da ASML e outros fornecimentos do exterior, as máquinas litográficas de fabrico de chips avançados paravam ao fim de pouco tempo. Isto quando um senador dos EUA disse que os EUA estoiravam com as fábricas da TSMC em caso de invasão da China.
E estamos nisto, mas tudo indica que se é para ocupar as fábricas da TSMC não vale a pena a invasão.
Agora quanto à TSMC levar as fábricas que já tem para fora de Taiwan e a construção de novas. A TSMC tem construído uma ou outra fora de Taiwan. Mas, no mesmo encontro com os jornalistas referido no post, após a assembleia geral anual da TSMC, o seu presidente revelou, com boa disposição, que Sam Altman (OpenAI) tinha passado por lá, preocupado com a escassez de chips para IA e aconselhava a construção de mais 30 fábricas. O presidente da TSMC riu-se, considerou o número exagerado, que não tem previsto tantas – mas dando a indicação de que a TSMC está em expansão … e que não há alternativa à sua construção em Taiwan.
Isto vai gerar polémica, mas aqui vai.
No ocidente é conhecida por Taiwan, para quebrar a associação direta com a China, e por motivos óbvios de incentivação dos movimentos separatistas. Mas para os que perguntam…
Qual é o nome oficial de Taiwan?
É diferente do adotado pela China:
– China: República Popular da China
– Taiwan: República da China,
A Revolução Chinesa em 1949, derrubou o governo de Chiang Kai-shek e instaurou o governo do PCC de Mao-Tsé Tung.
Chiang Kai-shek, que governou a China desde 1927, refugiou-se com seu estado maior e cerca de 2 milhões de chineses (atualmente a população é de 23,9 milhões) na ilha de Taiwan ou Formosa e formou na ilha um governo autónomo com o apoio dos Estados Unidos.
E … já lá vão 75 anos. Esperemos que assim continue, se a população de Taiwan assim o entender, pacificamente.
Com o advento tecnológico da IA e do sempre útil copy + paste já estás como o Vítor e o PP.
Agora discorrem de tal maneira que até parecem poetas.
Mas não são 🙂
Faz tudo parte da China e todos sabem isso, até a América não reconhece Taiwan como um estado independente o que vão dizendo é que não querem que a China entre a força, mas por outro lado estão a armar Taiwan cheio de armamento para mais uma guerra sem os EUA perderem um soldado e assim enfraquecem a China, na Ucrânia funcionou vamos ver se os chineses caiem no mesmo esquema.
Hem? A China invade Taiwan e há mais uma guerra, tal como na invasão da Rússia na Ucrânia? És lé-lé-da-cu-ca. Espero que Xi Jinping e o PCC sejam mais sensatos 😉
Conheci taiwaneses em São Tomé quando, praticamente, já tinham conseguido erradicar o paludismo. Fiquei realmente triste quando, por razões de “realpolitik”, por exigência da RP da China, o governo de São Tomé os obrigou a ir embora, apesar da importância da sua ação humanitária.
Acredito que a restante população taiwanesa não seja muito diferente, são o que mais se aproximam da ideia de “pessoas boazinhas” (sendo certo que a mim me educaram dizendo que – não se pode ser muito bonzinho senão cagam e mijam por cima da gente).
A RP China sabe e por isso e, antes das eleições presidenciais de janeiro, e continuam, realizaram fortíssimas medidas de intimidação com operações militares, para intimidar a população, para escolherem um candidato que lhe é mais próximo para evitar a invasão. Falharam, às vezes os bonzinhos têm carácter … e sabe-se lá quantos estão dispostos a lutar e a morrer se forem invadidos.
Os EUA forneceram armas aos taiwaneses para se defenderam. Disseram que não iam entrar em guerra com a China em caso de invasão. E esperam que não seja preciso.
“Faz tudo parte da China e todos sabem isso”
Olhe que quem lá vive não pensa assim tanto que elegeram democráticamente um líder que defende ferozmente a independência de Taiwan.
Mas revendo o seu argumento toldado parece querer propagandear que a Ucrânia é uma provincia separatista da Rússia!? É isso!? Tenha vergonha! Este ano o seu querido PZP será corrido do PE e bem, já que não acreditam na UE!
O presidente eleito de Taiwan não defende a independência. Defende a manutenção do “status quo” e que Pequim respeite a escolha da população de Taiwan.
Quanto ao ódio dos ucranianos aos russos, é muito mais antiga e foi reforçado pela invasão soviética e pelas purgas, deportações e a coletivização forçada que levou à “grande fome” e à morte de milhões de ucranianos no tempo de Estaline.
Taiwan está numa posição difícil porque a esmagadora maioria dos países não reconhece Taiwan como um país independente, nenhum país relevante a nível económico e militar tem sequer uma embaixada formal em Taiwan.
Os EUA fornecem armas e ajuda técnica, mas se intervirão num conflito militar depende do presidente e dos congressistas e senado que estiver na altura em vigor… o Biden diz que vai para a guerra, e já o disse duas vezes, mas se o Trump de alguma forma milagrosa conseguir escapar à prisão e conseguir ser reeleito muito provavelmente vai apoiar a China continental ao não se meter na guerra, da mesma forma que pararia também de apoiar a Ucrânia militarmente e por isso a Rússia ganharia a guerra passado pouco tempo, já que a Europa é um zero à esquerda em termos de poderio militar e não teria capacidade de ajudar a Ucrânia com tudo o que é necessário à sua defesa e contra-ataque.