Satélites da Starlink estão a deixar os astrónomos furiosos
O serviço de Internet Starlink da SpaceX exigirá uma densa constelação de satélites para fornecer conectividade consistente e de baixa latência. Como tal, a rede de satélites na órbita baixa da Terra irá prejudicar as observações do espaço e poderá trazer problemas à medida que esta malha de dispositivos aumenta. Já são visíveis os rastos deixados nas imagens do "comboio de satélites" Starlink.
Se atualmente 1.500 unidades em órbita já causam transtorno, como será quando a constelação estiver completa com os 12.000?
Depois de várias queixas da comunidade de astrónomos, a SpaceX foi sensível ao problema reportado e dotou os mais recentes satélites da sua rede com tecnologia que reduz o brilho dos equipamentos. Contudo, o hardware continua a deixar um rasto nas imagens captadas a partir da Terra.
Mas é grave este problema?
Segundo uma equipa de astrónomos, as medidas ajudaram, mas não resolveram. Para promover mais informação sobre o problema, os astrónomos usaram imagens de arquivo de um telescópio de pesquisa para procurar rastros do Starlink nos últimos dois anos.
Conforme foi possível detetar, ao longo desse tempo, o número de imagens afetadas aumentou num fator de 35, e os investigadores estimam que, quando a constelação Starlink planeada estiver completa, praticamente todas as imagens captadas terão pelo menos uma faixa "de ruído".
O equipamento utilizado para a análise chama-se Zwicky Transient Facility (ZTF), no Observatório de Palomar. O ZTF foi concebido para captar eventos raros, tais como supernovas. Fá-lo através da digitalização de todo o céu repetidamente, com o software a monitorizar as imagens resultantes para procurar objetos que estavam ausentes nas primeiras imagens, mas que apareceram nas posteriores.
A alta sensibilidade do ZTF torna-o bom para a procura de objetos escuros, como asteroides, no nosso próprio Sistema Solar. Contudo, para facilitar a tarefa de varrimento rápido de todo o céu, o ZTF conta com um campo de visão muito amplo e uma câmara igualmente grande.
Ora, é precisamente neste amplo campo de visão, que infelizmente, aumenta a probabilidade de uma exposição ter um comboio de satélites Starlink em vista.
Satélites da Starlink ameaçam observações
Para determinar com que frequência a presença destes satélites foi captada pelas câmaras ZTF, a equipa por detrás da nova análise recolheu dados sobre as órbitas de todo o hardware Starlink e comparou-os com a área do céu capturada em cada imagem ZTF guardada.
Uma vez identificada uma imagem que tenha potencialmente captado um destes satélites, esta é submetida a uma análise para determinar se existe a presença de uma pista brilhante através da imagem. No total, a análise abrangeu um período de cerca de dois anos, de novembro de 2019, a setembro de 2021.
Isto foi durante o tempo em que o SpaceX estava a construir rapidamente a sua constelação Starlink, e mostra-o sem quaisquer dúvidas. No início do período de estudo, quando havia apenas cerca de 100 Starlinks em órbita, era relativamente comum ter um trecho de 10 dias de observações onde nenhum era detetado.
Na altura, em que 500 estavam em órbita, esses períodos já estavam no passado. E quando passou a mais de 1.500 satélites Starlink em órbita, a ZTF detetava normalmente mais de 200 num período de 10 dias.
As observações do crepúsculo foram especialmente afetadas devido à confluência de dois fatores. As imagens que captam o horizonte incluíram ângulos que mostram muito mais do espaço ocupado pelas órbitas de Starlink. E, devido à posição do Sol, é provável que mais destes satélites estejam totalmente iluminados. Como resultado, cerca de 64% das faixas imaginadas foram tomadas a baixo do céu ao crepúsculo.
Estes rastos também viram um crescimento explosivo à medida que a constelação de satélites aumentava. No final de 2020, apenas cerca de 6% das imagens do crepúsculo foram afetadas. Em finais de 2021, este número cresceu para 18%.
Astrónomos preocupados com o futuro
O software usado para "varrer" o espaço já conhece estes intrusos. Como tal, trata as imagens colocando de parte o material identificado e o resultado de facto não têm muito efeito nas observações. Portanto, atualmente, com esta quantidade, os investigadores estimam que existe apenas uma probabilidade de 0,04% de um acontecimento raro não ser visto porque coincide com uma pista.
Contudo, como o problema é mais agudo em observações crepusculares, é mais provável que o grande impacto seja na procura de objetos dentro do Sistema Solar. Isto incluirá cometas e asteroides - incluindo asteroides que se formaram em torno de outras estrelas.
E, claro, é provável que o problema se agrave. A SpaceX já tem autorização para aumentar o número de satélites Starlink para bem mais de 10.000. Como resultado, 10.000 já farão uma "assinatura" de lixo nas imagens considerável. Além disso, a SpaceX indicou que eventualmente gostaria de aumentar o número para mais de 40.000 satélites.
A empresa de Elon Musk não é a única a ocupar a órbita baixa da Terra. Assim, estima-se que em breves anos serão 100 mil satélites a orbitar a Terra.
Este artigo tem mais de um ano
O importante é fazer do Musk uma pessoa mais rica. A poluição dos céus, água e ar pouco interessa…
A mim só me trouxe 400 Mb de velocidade onde só tinha 0,75. Beneficios pra uns, prejuizos pra outos.
exato, para quem só olha para o seu umbigo, está ótimo.
Acredita que o problema do mundo são os satélites… Acredita
Eu acredito que os satélites (ou melhor dizendo, o número exorbitante deles e que está exponencialmente a subir) é um dos muitos problemas do mundo.
A mim preocupa-me mais as teias de aranha em tudo o que é lado.
Quanto aos satélites sei que existem apenas pela internet e porque e pelas queixas dos astronomos das quais ninguém quer saber.
true
Só te trouxe 400Mb? Números de pobre…
Olha que não, bem pelo contrário. Estamos a falar no futuro já hoje.
Estava a ser sarcástico; como o Samuel disse “só me trouxe 400 mb de velocidade…”, estando também ele a ser sarcástico, eu apenas pus lenha na fogueira.
🙂 ok. Mas para 100 euros por mês, de facto temos de receber algo mais.
Quando estiver a ver uma “estrela” bem grande em direção a terra a rebentar com isto tudo depois quero ver o que vais fazer com 400mb de net…
Se essa “estrela” bem grande ainda assim for pequena o suficiente para ficar escondida atrás de um satélite, basta ter outro ponto de observação a uma certa distância e já se consegue ver o que está por “trás” do satélite.
e quem vai pagar esse desenvolvimento e deslocação de infraestruturas será o Musk??
As estrelas mais próximas estão a anos-luz, não são problema para a Terra. Infelizmente o Sr. Musk começa a ser.
Samuel isso é melhor que Vitor M. no teste que ele fez. Presumo que seja download.
Já agora Upload qual velocidade?
Bastante melhor sim. Mas já consegui um pouco mais, recentemente, mas nunca cheguei aqueles valores. Nada mau. Falta agora resolver o problema do ping.
https://ibb.co/tJcj02h
50 de upload. O ping também não tem sido grande problema, até porque a maioria dos servidores estão alojados em França e Alemanha onde a estação terrestre está.
Já não basta a lixeira que vai na nossa órbita, e ainda vai haver 12000 satélites da starlink.
Já não contando com tantos outros existentes e que ainda vão existir.
Para mim isto é preocupante.
E quando estiver instalado o satélite n.º 12.000 já os primeiros 3.000 estão fora de serviço…
Já nem vale a pena preocupar, que idade tens? Que seja 25, já não duras mais 100. Daqui a 100 já o planeta está todo fdd e cheio de mrd por todo o lado deixado por nós. Se fores a ver, já está, são poucos os sítios sem vestígios nossos.
Portanto não interessa o estado em que deixamos o planeta para gerações vindouras, é isso?
Foi o que perguntaram aos líderes das potências nucleares há 60 anos. Desde então muita coisa mudou, para melhor e para pior.
Tesn medo que algum te bata na cabeça?
Pôr entulho deste em orbita é “bar aberto” ou existe algum organismo mundial a gerir isso?
Realmente é uma vergonha.
Continua a não ser tão grave como a poluição luminosa provocada pela iluminação publica. Actualmente é isso que mais afecta as minhas observações, mesmo em locais ermos. A poluição luminosa por exemplo de uma cidade afecta num raio de centenas de quilómetros em seu redor.
Aqui o problema destes satélites é mais ao nível do lixo espacial e de todas as implicações para um futuro a médio/longo prazo de exploração espacial. Vamos acabar por sofre o síndrome de Kessler.
Errado… que raio de observador és? Dos que usa binóculos e um telescópio para veres a Lua?
Agarra no seu hiper telemóvel e vê qual é o limite de abertura que permite (provavelmente é 5-10 segundos). Fixa o telemóvel numa base, foca uma estrela ou galáxia (caso estejas em local escuro). Carrega para tirar a foto. Vê os pequenos traços. Uns são satélites, outros são meteoritos.
Depois pede uma máquina profissional, coloca-a no mesmo sítio e com a abertura a ser dos 15 minutos aos 45 minutos. Não te assustes com o monte de movimentos que lá aparecem… então nas 2 horas após o por do sol, já há sítios que perdes metade dos objectos observáveis. Por cá ainda temos sorte… os 3200 satélites que vão cobrir o nosso céu vão começar a ser lançados em Março de 2022.
Dos que não faz astrofotografia, tem um smartphone de 100€ e um DOB de 8″.
É Verdade. A poluição luminosa em portugal é enorme .
Para mim o síndrome de Kessler será muito pior que a poluição luminosa…
Ainda querem eles viagens ao espaço. Qualquer dia não conseguem sair do planeta sem levar, com um qualquer objeto à deriva, no espaço.
Já faltou mais sim 😀
Boa questão! Infelizmente a Terra é dos ricos e poderosos. Esse senhor não me vendia sequer um prego ferrugento! Mas os cordeirinhos gostam, ele dá uma peido e toda a gente aplaude. Pobre destino da Humanidade….
Antes dele muitos outros colocaram satélites que te permitem ver TV, navegar na internet. Fazer e receber chamadas… nesse sentido és um cordeiro como toda a humanidade praticamente.
Mais lixo espacial…já haviam poucos satélites…
Quanto mais cedo o Elon Musk realizar o seu sonho de viajar para Marte, melhor.
Deixe o planeta Terra em paz.
É um facto, mas vai piorar. Imagina agora 100 mil na LEO.
já em 2020 desloquei-me a uma montanha na suíça para poder fotografar a via láctea…estava o dia perfeito, sem nuvens, o posicionamento da terra, sol e lua estavam perfeitos, o tempo era o ideal etc… infelizmente não consegui uma foto de jeito na janela de mais de 2 horas graças aos satélites Starlink…. entretanto tudo ficou pior, tudo vai ficar ainda pior… e ninguem faz nada 😉 até parece um filme que vi a pouco “não olhes para cima”.
Pessoalmente não simpatizo com a existência de astrónomos.
Que venham daí mais satélites!
Alguém te perguntou isso?
Alguém precisava de perguntar?
Também achei que não.
Você a partir da meia noite, já não diz “coisa com coisa” . Há pessoas assim !!!
O que escrevi mantenho.
A hora não tem influência na minha opinião.
Acho que a poluição luminosa é tanta nas cidades que ninguém lá se lembra de como era um céu estrelado e nem se apercebe da quantidade de satélites
Felizmente ainda se encontram alguns locais no nosso planeta com pouca ou nenhuma poluição luminosa… o problema agora é que nem nesses locais consegues ter uma visualização perfeita, graças aos satélites da starlink e o problema está mesmo no tipo de construção e posicionamento dos satélites…
Deviam acabar com isso….
Acho muito bem tudo o que este Sr. Musk tem feito. Se não fosse ele ou alguém como ele ninguém saia da cepa torta. Os astrónomos a quem estes satélites fazem comichão devem ser pseudo astrónomos ou já velhos senis que se recusam a evoluir. Deviam sim preocupar com a poluição luminosa que as cidades fazem, porque essa sim afecta em muito as observações astronómicas. Tenho mesmo imensa pena que o Sr. Musk tenha dado ouvidos a esta gentinha e dotado os satélites de óculos de sol, agora e com a saída da constelação Iridium não há nada de interessante para observar, além da ISS, pois estes satélites que tinham magnitude de brilho inferior a 0, passaram a ter magnitudes bastante superiores a 0 que os torna praticamente invisíveis.
Tem de haver um equilíbrio e um respeito mútuo, o mundo tanta é duns como dos outros. Por alguma razão existe um travão nos carros, não é só acelerar e levar tudo às frente!
Um milionário com uma ideia é um visionário, mas um desgraçado com uma ideia é um idiota.
Para o Sr Musk, aquilo é mais um negócio, ele está mortinho para ser o primeiro a ir a Marte mas não vai conseguir e se conseguir não vai encontrar nada em Marte que ajude a resolver nenhum dos vários problemas que existem na Terra. Porque é que não investe em investigação ou soluções para os vários problemas que temos e que não há solução?
Alphie uma pergunta: Tu acreditas mesmo na parvoíce tremenda que acabaste de escrever?
Ah homem… mas pensaste no que escreveste?
Os astrónomos não vêm as estrelas nas cidades, como é óbvio. A poluição da cidade é algo que os astrónomos podem evitar, o crescente número de satélites é mais complicado….
E já agora, como não há nada de interessante para observar? nem vale a pena entrar por aí, cruzes!
Muito bem. Uma análise correcta.
Só choro aqui nos comentários… Graças à starlink qualquer pessoa em qualquer canto do planeta consegue ter internet, mas pronto, contar as estrelas do céu é mais importante … lmao
Existem alternativas, mas se a escolha é poder contar a as estrelas do céu ou ter net eu escolho a primeira 🙂