Descoberto asteroide troiano de 1,2 km que segue a Terra na sua órbita ao Sol
Os cientistas descobriram que a Terra é perseguida desde há 4 mil anos por um asteroide com 1,2 km de diâmetro. Esta grande rocha, batizada de 2020 XL5, foi descoberta pelo telescópio Pan-STARRS, no Havai, em dezembro de 2020. Pela sua posição e características foi definido como sendo um asteroide troiano que acompanha o nosso planeta em volta do Sol.
O 2020 XL5 é um asteroide próximo da Terra (NEAs). Oscila em torno do Ponto de Lagrange Sol-Terra L4, um dos locais dinamicamente estáveis onde a força gravitacional combinada atua através do baricentro do Sol e da Terra.
Confirmado novo asteroide troiano da Terra
Depois de descoberto pelo Pan-STARRS, foi através da recolha de dados do telescópio Soar, que está situado nas montanhas dos Andes Chilenos, que os cientistas confirmaram que há um asteroide de 1,2 km de diâmetro que acompanha a Terra na órbita em volta da sua estrela. A sua presença foi detetada num sítio muito particular.
Atualmente, os chamados Pontos de Lagrange, têm sido muito debatidos, depois do Telescópio Espacial James Webb se ter colocado num desses: o L2, que está a 1,5 milhões de km do planeta. São nesses espaços que asteroides como o citado se estabelecem.
É importante frisar que há outros dois pontos similares, o L4 e o L5, que se encontram na órbita da Terra a 60 graus do planeta, um de frente para outro.
Estes lugares funcionam como um tipo de estacionamento natural, no qual a gravidade do Sol e do planeta se contrabalançam, de forma a equilibrar os objetos presentes no local. Isso inclui naves como o James Webb e também asteroides, que, ao serem colocados lá passam a ser chamados de Troianos.
A definição foi dada originalmente para caracterizar rochas presentes nos pontos L4 e L5 do sistema Júpiter-Sol.
2020 XL5 - Um asteroide que vigia a Terra de perto
A descoberta desta rocha foi confirmada num artigo publicado há alguns dias na publicação Nature Communications. Como tal, com esta confirmação fica estabelecida a existência de um segundo asteroide troiano terrestre já descrito.
Estes asteroides/satélites que acompanham planetas, os tais troianos, existem em grande número, 11 mil deles na órbita de Júpiter (a NASA inclusive enviou uma sonda que deve estudá-los ao longo de 12 anos). Neptuno tem 32 asteroides troianos, Marte tem nove e Úrano tem um.
Até agora, os astrónomos só conheciam um asteroide troiano na órbita da Terra: o 2010 TK7, confirmado em 2011. A descoberta de um segundo asteroide deste tipo sugere que talvez existam mais desta classificação algures por aí, mas ainda longe para os podermos encontrar.
Podem causar perigo à Terra?
Não. Estes corpos astronómicos estão presos dentro destes pontos, como tal não há perigo de nenhum deles virem a colidir com a Terra. Claro, os asteroides não vão ficar nestas regiões para sempre. Estima-se que o 2010 TK7 permanecerá no ponto de Lagrange pelos próximos 15 mil anos. Já o 2020 XL5 irá durar 4 mil anos, quando outras forças gravitacionais o tirarem da órbita terrestre.
As observações feitas com o Southern Astrophysical Research Telescope (SOAR), no Chile, mostraram que o 2020 XL5 é um asteroide do tipo C, rico em carbono. Estes asteroides estão entre os objetos mais antigos do Sistema Solar – o que faz deles excelentes alvos de estudo sobre a evolução do Sistema Solar e formação dos planetas.
Além disso, estes asteroides também podem ajudar os astrónomos a encontrar outros troianos na órbita terrestre. Graças à posição e ângulo em relação ao Sol, estes costumam ser difíceis de observar. Os investigadores pretendem estudar a órbita dos dois asteroides conhecidos de modo a desenvolver técnicas para detetar outros.
O que são os Pontos de Lagrange
Existem cinco pontos de Lagrange, três são sempre instáveis e dois podem ser estáveis. Os pontos de Lagrange instáveis denominam-se: L1, L2 e L3. Estão situados ao longo de uma linha conectando os centros de gravidade das duas massas.
Os pontos que podem ser estáveis (dependendo da relação entre as massas dos dois corpos principais) denominam-se: L4 e L5. Formam o ápice de dois triângulos equiláteros, que têm as massas dos astros grandes nos seus vértices de base. A letra “L” que define os locais é usada em homenagem ao físico.
L1 – No sistema Sol-Terra o ponto L1 é propício para a utilização de satélites artificiais de observação solar. A visão do astro neste local é ininterrupta. Atualmente é onde se encontra em órbita a sonda de observação solar SOHO.
L2 – O ponto L2 está localizado na parte exterior da órbita terrestre ao longo da reta que une a Terra e o Sol. Neste ponto está instalado desde 2001 o satélite de WMAP e está também prevista a instalação do Telescópio Espacial James Webb que complementará o Telescópio Espacial Hubble.
Sabe-se que os pontos de L1 e L2 são instáveis e que é necessário ajustar a escala orbital a cada 23 dias aproximadamente, até se atingir novamente um ponto de equilíbrio.
L3 – O ponto L3 também se encontra ao longo da mesma reta que liga L1-L2, mas numa posição simétrica oposta ao centro das massas. A NASA não encontrou, ainda, uma funcionalidade para o ponto L3. O Sol estará sempre entre este ponto e um observador localizado na Terra, impedindo a sua visualização direta. Foi a partir desta premissa que apareceu a teoria de um “Planeta_X” no ponto de L3, tópico popular em ficção científica leiga. A instabilidade orbital não permitiria tal astro naquele local.
L4 e L5 – Os pontos L4 e L5 situam-se sobre a órbita terrestre em posições simétricas em relação à Terra. As direções de ambos os pontos formam ângulos de 60° com a reta que une os dois corpos principais.
Dependendo da relação entre as massas dos dois corpos, estes pontos podem ser estáveis ou instáveis. Eles são estáveis para os sistemas gravitacionais Sol-Terra, Sol-Júpiter e Terra-Lua.
Este artigo tem mais de um ano
Imagem: Ilustração do asteróide troiano 2020 XL5 NOIRLAB/NSF/AURA/J. DA SILVA/SPACEENGINE
Neste artigo: asteroide, Pontos de lagrange, terra
Correção: O James web não está no L2 mas sim próximo do L2 e terá que ser corrigido frequentemente para chegar novamente perto do L2… se um dia este passar L2 então este perde-se no espaço… está é a razão porque nunca se põe nada exactamente no L2 e L3.
O estar no L2 nunca será exato, porque não se sabe exatamente onde começa e acaba o L2, até porque por mais estável que seja essa área, ela não é estática. Portanto, nunca se poderá dizer que chegou e pronto. Aliás, é a NASA que o refere:
Orbital Insertion Burn a Success, Webb Arrives at L2
Today (24/01), at 2 p.m. EST, Webb fired its onboard thrusters for nearly five minutes (297 seconds) to complete the final postlaunch course correction to Webb’s trajectory. This mid-course correction burn inserted Webb toward its final orbit around the second Sun-Earth Lagrange point, or L2, nearly 1 million miles away from the Earth.
Portanto, será sempre o L2 mas nunca sempre sobre o L2… é sempre por volta de…
O gajo da NASA que escreveu o Texto foi um pouco infeliz 😉 os engenheiros não ficaram contentes certamente. O distancia maxima do L2 é conhecida, tanto a vertical como na horizontal. O ponto central não é na terra e desde que o satélite não ultrapasse a distancia maxima não ha problemas… quando este ultrapassar a distancia maxima ai temos um satélite perdido… Se fosse possível fazer Upload de Imagens nos comentários, isso era uma grande coisa 😉
😀 são uns tipos básicos, que foram trabalhar para a NASA porque tralhava lá o tio português a trabalhar. 😀
Não, os Pontos Lagrange não são estáticos. Aliás, entre estes 5 pontos, apenas L4 e L5 são estáveis, o que significa que a matéria e a poeira tendem a se acumular nestas áreas. L1, L2 e L3 são instáveis, não podem reter os satélites naturais, os satélites artificiais, que podem periodicamente corrigir a sua órbita, conseguem permanecer nessas áreas.
Manda a imagem para mim e discutimos isso. Mas vê a imagem que está no artigo que é a imagem da NASA que ilustra os Pontos.
Eu falei bem… a distância máxima é conhecida… não disse que está era estática 😉 também sabemos mais ou menos onde começa 😉 mais tarde ligo-te para explicar o ponto
L2 faz-me lembrar hérnia discal
😀