Cientistas já se preparam para receber o asteroide Apófis em 2029
Com as tecnologias a avançar à velocidade da luz, é possível notificar quando algum asteroide, ou algum corpo desconhecido, passa perto da Terra. Além disso, estas tecnologias permitem prever acontecimentos, por muito distantes que ainda estejam, pelo menos acreditamos que sim. Nesse sentido, no dia 13 de abril de 2029, vai passar pelo céu uma mancha de luz, que se tornará na mais brilhante e mais rápida já vista. Como tal, ainda a alguns anos de distância, já estão a ser feitos planos para retirar deste astro o máximo de informação possível.
Apófis é um asteroide que causou um breve período de preocupação em dezembro de 2004. Na altura, as observações iniciais indicavam uma probabilidade dele atingir a Terra. Terão desaparecido essas probabilidades?
De telescópios postos no futuro
A mancha de luz tratar-se-á de um asteroide, chamado 99942 Apófis, com cerca de 340 metros de largura. O asteroide passará a cerca de 31 mil quilómetros acima das nossas cabeças. Não é assim tão longe, em termos astronómicos!
A proximidade de Apófis, em 2029, será uma oportunidade incrível para a ciência. Observaremos o asteroide com telescópios óticos e de radar.
Referiu Marina Brozovic, cientista de radar do Jet Propulsion Laboratory da NASA.
Há cerca de um ano, os cientistas reuniram-se na Conferência de Defesa Planetária de 2019, no College Park, em Maryland. Nessa altura, foram discutidos planos de observação e oportunidades científicas para o evento espacial, ainda que a uma década de distância.
Desde a sua descoberta mais recente, os telescópios óticos e de radar têm vigiado o Apófis, enquanto este continua na sua órbita à volta do Sol. Como tal, a sua trajetória é bem conhecida.
99942 Apófis: o asteroide mais brilhante
Como um ponto de luz em forma de estrela em movimento, o asteroide ficará, em primeiro lugar, à vista no céu noturno, a olho nu. Isto sobre o hemisfério sul, da costa leste até à costa oeste da Austrália.
Depois, vai atravessar o oceano Índico e, à noite, terá atravessado o Equador, em direção a oeste, sobre a África. O avistamento mais próximo será pouco antes das 13:00 UTC, uma vez que Apófis vai estar sobre o Oceano Atlântico e vai avançar tão depressa que o atravessará em apenas uma hora.
Já sabemos que o encontro próximo com a terra alterará a órbita de Apófis, mas os nossos modelos também mostram que a abordagem próxima poderia mudar a forma como o asteroide funciona, e é possível que hajam algumas mudanças na superfície, como pequenas avalanches.
Revelou Davide Farnocchia, astrónomo do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra (CNEO).
Um asteroide do futuro vigiado desde o passado
Uma equipa do Observatório Nacional de Kitt Peak, nos Estados Unidos, descobriu o Apófis em junho de 2004. Contudo, só puderam detetá-lo durante dois dias, uma vez que surgiram problemas técnicos e as condições atmosféricas tornaram-se desfavoráveis.
Apesar disso, outra equipa, do Siding Spring Survey, na Austrália, voltou a descobrir o asteroide, mas as observações não agradaram. Segundo eles, os cálculos previam que o asteroide tinha uma probabilidade de 2,7% de atingir a Terra, em 2029.
Felizmente, observações seguintes garantem que a probabilidade de impacto é muito reduzida. Ainda que não seja nula, os cientistas esperam que as próximas avaliações da sua posição possam excluir por completo essa hipótese.
Apesar das observações que têm vindo a ser realizadas, as mais importantes vão ocorrer em 2029. No momento em que o Apófis estiver a passar próximo da Terra, os cientistas terão a verdadeira oportunidade de avaliar e estudar detalhadamente o seu tamanho, forma, composição e, quem sabe, o seu interior.
Paul Chodas, diretor do CNEO, admite que o Apófis é um representante dos cerca de 2.000 asteroides potencialmente perigosos (PHAs), conhecidos atualmente. Assim sendo, os cientistas podem, em 2029, através da observação do Apófis, adquirir conhecimentos importantes que podem vir a ser necessários futuramente.
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Este artigo tem mais de um ano
Passa longe filho,passa bem longe.Quanto mais longe passares melhor é. 🙂
A essa distância corre-se o perigo de chocar com alguns satélites que por lá andem. O perigo é para os satélites, claro, mas para nós sempre será uma possível limpeza do lixo espacial.
Vai é criar mais lixo se colidir com satélites…
Esperem a segunda passagem em 2036!! Posso estar enganado, mas…
Se acertar na Terra, já sabemos de quem é a culpa… É do Trump.
Quando li o nome “Apófis” lembrei-me da série “Stargate”…
Deviam usar o nome original Aphophis
Apophis
Bom dia. Se existe o nome no nosso idioma, porque não usar?
Se calhar nós “portugueses” não precisamos de usar “estrangeirismos” como os “brasileiros” e se temos palavras em Português que têm o mesmo sentido porque razão não as usamos?