A Google implementou novas medidas para combater informação falsa no YouTube
Em ano de eleições europeias, a Google, tal como o Facebook, estão cientes da utilização das suas plataformas para a disseminação de informação falsa. Fenómeno que afeta igualmente o YouTube, a plataforma de vídeos mais popular do mundo. Certamente se recordarão do caso das teorias da terra plana, ou a não vacinação.
Perante este flagelo, a Google está a apertar o cerco à propagação de fake news ou informação enganosa / falsa.
Um fenómeno inegavelmente global, afetando não só pequenas publicações, mas também algumas entidades de renome. Aliás, um flagelo que se tornou ainda mais notório a partir de 2016 com as últimas presidenciais norte-americanas. Não que as informações falsas não existissem à priori, longe disso. Contudo, foi a partir daí que a população se começou a aperceber da sua verdadeira magnitude.
A informação falsa, o flagelo da atualidade
Ainda que o acesso à Internet nos traga uma quantidade interminável de informação, torna-se já necessário saber separar o trigo do joio. Algo que, na prática é extremamente difícil, pois, por vezes, basta uma vírgula fora de sítio para deturpar todo o sentido de uma frase ou tese.
Em primeiro lugar, importa consciencializar o leitor da existência deste fenómeno. A falsa informação circula em virtualmente todos os meios, não só no motor de busca do Google, ou no YouTube. De igual modo, os fins para que esta é utilizada são infinitamente diversos.
Contudo, para não estender em demasia o escopo deste artigo, limitaremos a nossa exposição à recente tomada de postura da Google. Pretendendo abrandar a propagação das fake news ou informação enganosa, a tecnológica norte-americana vai implementar novas medidas na sua plataforma de vídeo, o YouTube.
Plataforma de controlo de informação no YouTube
Com efeito, a Google já começou a testar um novo centro de verificação da informação veiculada no YouTube, escolhendo a Índia como primeiro país a testar as novidades. Nesse sentido, recordamos que também o WhatsApp começou para aplicar uma restrição ao reencaminhamento de mensagens. Medida que, entretanto, já foi aplicada globalmente nesta plataforma de mensagens instantâneas.
Regressando a Mountain View, a Google está preocupada com a utilização do YouTube para propagar informação falsa. Por conseguinte, está agora a testar um novo painel de verificação dos factos (fact checking), já em teste no país supracitado.
Esta iniciativa visa combater a propagação de informação falsa na sua plataforma de vídeos. Tal como avança a Buzzfeed, a Google estará especialmente atenta aos tópicos mais populares. Utilizando todos os dados ao seu dispor, para saber o que mais tem sido procurado na Internet, a tecnológica vai assim alertar os utilizadores.
A Google está a implementar uma plataforma de fact checking no YouTube
A verificação dos factos surgirá em tópicos controversos. Acima, podemos ver a referência ao impacto do paracetamol e as supostas "verdades absolutas". Um dos veículos primordiais para a propagação de informação falsa nos últimos anos. Algo que pode causar toda uma onda de consternação na sociedade civil.
Já de acordo com o YouTube, os painéis de verificação da informação aparecerão apenas no menu de pesquisa dentro da sua plataforma. Por conseguinte, o vídeo não será alterado, nem aparecerão alertas ou pop-ups de qualquer género durante a sua reprodução. Teremos apenas um "polígrafo" no topo dos resultados da pesquisa.
O exemplo acima mostra-nos uma pesquisa alusiva a "vírus no paracetamol", o princípio ativo no Ben-U-Ron, um medicamento extremamente popular. Ora, algo que facilmente poderia causar ondas de pânico junto da população cível fruto destes falsos estudos. Uma temática que já reune vários resultados indutores de erro.
Acima temos também a verificação dos factos, denunciando a corrente falsa. Desta forma, o utilizador do YouTube será alertado para a possibilidade de estar perante uma informação falsa. A partir daqui o espetador pode na mesma aceder a todos os vídeos. Contudo, já estará assim alertado.
Por fim, neste momento a medida está a ser testada na Índia. Algo que também pode chegar aos resultados da própria pesquisa Google.
Este artigo tem mais de um ano
Eu costumo ver informação falsa e enganosa, fake news às 8 da noite todos os dias, quando os nossos governantes falam e os banqueiros cá do burgo… será que as medidas da Google tb se vão aplicar a estas situações???
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Os serviços de “verificação de factos” são uma maneira de tentar controlar a informação que é incómoda – i.e. uma forma informal, leve e indirecta de Inquisição, que tem como alvo quem é desprovido/a de sentido crítico (tal como as gerações mais antigas de portugueses que aceitavam a Censura) e quem é incapaz de pensar e tirar dúvidas por si próprio/a, que certamente se irá agravar no futuro e que será também, obviamente, usada para tentar impedir a escuta de vozes dissidentes, que denunciem as falcatruas do poder económico-mediático-político estabelecido, do qual a multimilionária Google faz parte.
Que garantias temos nós de que os desconhecidos que gerem estes serviços não estão eles próprios a mentir?
Veja o exemplo do português “Polígrafo”.
Logo num dos seus primeiros supostos desmentidos, sobre um episódio ocorrido na Casa Branca estadunidense, mentiu esta própria publicação sobre o sucedido.
Comparem as duas seguintes fontes, ou versões, e tirem as vossas próprias conclusões.
1) https://poligrafo.sapo.pt/internacional/artigos/veja-o-fake-video-divulgado-pela-casa-branca-para-justificar-expulsao-de-jornalista-da-cnn
2) https://www.prisonplanet.com/the-truth-about-the-jim-acosta-controversy.html
(E, depois vejam se o primeiro parágrafo que escrevi não faz todo o sentido…)
Eu também ja vi diversas informações falsas aqui no polígrafo , que tudo parece indicar estarem a proteger outros interesses que não a verdade. Basta ver quem são os donos dos media e em que grupos eles estão.. follow the money.. temos de arranjar uma forma alternativa de passar informação. a internet como a conhecemos esta a morrer..
Num passado não muito distante, o charlatão era banido da comunidade à biqueirada na anilha. Hoje e como já foi dito por tantos, temos o mundo ao contrario e como tal o charlatão é idolatrado, venerado, convidado para festas e até premiado e titulado de génio. Quanto mais charlatão melhor porque as pessoas adoram ser enganadas, a mentira é sempre saborosa, é aquilo que as pessoas querem ouvir e com que querem sonhar. Por sua vez quem diz a verdade é banido, porque a verdade pode magoar. Um professor de filosofia disse-me em tempos, “queres saber verdades presta atenção às artes, queres saber mentiras presta atenção aos media”. Tempos interessantes vivemos…