Comandos Linux para Totós – Tutorial nº13
Criar utilizadores pela linha de comandos
Ora vivam caros linuxianos!!! Cá estamos nós para mais uma rubrica “Comandos Linux para Totós”. Pelo feedback que temos tido de muitos leitores sobre esta rubrica, concluímos que esta “pequena” documentação sobre Linux tem ajudado muitos a darem os primeiros passos no mundo do terminal preto. Era esse o nosso objectivo e ficamos muito satisfeitos com todos os comentários.
Apertem os cintos que vamos descolar para mais uma viagem no terminal preto!
Depois de termos aprendido já alguns conceitos e comandos básicos do terminal Linux, hoje decidi preparar um artigo a ensinar como criar utilizadores no Linux. Como sabemos, o Linux é um sistema multi-utilizador já que permite o acesso simultâneo de vários utilizadores.
Mas como criar um utilizador no terminal Linux?
Para criar um utilizador no Linux via terminal podemos usar um dos seguintes comandos: useradd ou adduser. A função do useradd e adduser no Fedora / Centos é igual. Já em distribuições baseadas em Debian, o adduser disponibiliza um método interactivo para criação de contas (várias questões sobre parâmetros do utilizador).
Criar utilizadores com useradd
Vamos então criar um utilizador com as seguinte definições com o comando useradd:
- UID (user ID): 301
- GUI: 301
- shell=bash
- home=/home/ppinto
- username=ppinto
Utilização do useradd
useradd -u 301 -g 301 -s /bin/bash -d /home/ppinto ppinto |
onde:
- u – UID (Numero entre 0 e 65535 que identifica cada utilizador)
- g – GUI (Numero entre 0 e 65535 que identifica o grupo a que cada utilizador pertence)
- d – Home Directory a ser criada para o utilizador)
Nota importante: De referir que para definir uma password através do comando useradd é necessário incluir o parâmetro –pxxxxx (onde xxxx é a password). Caso contrário podemos usar o comando passwd <utilizador>:
[root@pplware ~]# passwd ppinto |
De seguida devemos definir a pasword e confirmar a mesma (no linux a password não aparece no standard-output a password introduzida).
[root@pplware ~]# passwd ppinto Changing password for user ppinto. New UNIX password: |
Nota2: Caso não definam qualquer parâmetro (simplesmente useradd ppinto) o utilizador é criado com base nas definições do ficheiro /etc/default/useradd
Criando utilizadores com adduser
Usando o comando adduser, é disponibilizada uma forma interactiva para criação de utilizadores:
pplware@pplware:~$ sudo adduser ppinto Adding user `ppinto' ... Adding new group `ppinto' (1002) ... Adding new user `ppinto' (1001) with group `ppinto' ... Creating home directory `/home/ppinto' ... Copying files from `/etc/skel' ... Enter new UNIX password: Retype new UNIX password: passwd: password updated successfully Changing the user information for ppinto Enter the new value, or press ENTER for the default Full Name []: Pedro Pinto - Pplware Room Number []: 13 Work Phone []: 12321 Home Phone []: 456654 Other []: Is the information correct? [Y/n] Y |
Fácil não é? Experimentem agora criar dois ou três utilizadores e experimentar autenticarem-se com credenciais dos mesmos no sistema.
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Este artigo tem mais de um ano
Boas! Muitos parabéns pela rubrica 🙂
E que tal um tutorial para adicionar uma máquina linux a um domínio windows?
Fica a ideia.
Keep the good work 🙂
Bom artigo e boa sugestão.
Por acaso penso que seria um artigo de bastante interesse.
Calma, isto é linux para Totós 🙂
Ora aí está uma coisa que me interessa. Se bem que nestas coisas do linux basta procurar.
Nunca percebi bem isto de “o Linux é um sistema multi-utilizador já que permite o acesso simultâneo de vários utilizadores.”.
Alguém mais entendido me pode elucidar quanto ao significado dessa afirmação?
Os outros SO, o Windows por exemplo, também não permite vários utilizadores?
Obrigado desde já 🙂
Em simultâneo o windows não permite (acho que a versão server é a única com isto).
Em Linux podes ter quantos utilizadores quiseres ligados em simultâneo. Por exemplo podes ter inúmeros utilizadores logados em ssh. Todos estão a utilizar a máquina ao mesmo tempo.
Alias há até maneira de só com uma máquina teres dois ecrãs, com dois teclados e dois ratos e cada ecrã logado utilizadores diferentes; ou seja, tens uma máquina para dois utilizadores!
cumps
@tfae Aproveitando a explicação do Guilherme, adicionar so mais uma coisa: Um sistema operativo poder criar vários utilizadores é diferente de ser multi-utilizador. Como o Guilherme disse, em Linux tens a possibilidade de ter vários utilizadores a interagir com o mesmo sistema.
Exemplo: o MS-DOS é um sistema operativo mono-utilizador e o Linux é multi-utilizador.
Sim. O Windows também é multi-utilizador. No entanto, há um mito que consiste em afirmar que o Windows, ao contrário do Linux, apenas permite uma sessão por utilizador simultaneamente. De facto, o Windows vem limitado de fábrica a este cenário, mas basta alterar uma configuração e passa a permitir várias sessões por utilizador simultaneamente, tal como acontece em Linux.
Exacto, nem que não seja por RDP 🙂
Quando se refere que um sistema operativo é multi-utilizador, geralmente está-se a referir a sessões remotas. Pelo menos, é a interpretação que faço. Ter várias sessões locais simultâneas é preciso raramente.
Sim.,
É normal que se diga que não é multiutilizador, se é nesse estado que vem de origem.
cumps
“De facto, o Windows vem limitado de fábrica a este cenário, mas basta alterar uma configuração e passa a permitir várias sessões por utilizador simultaneamente”
Podes explicar como se faz isso?
Boa dica a do /etc/default/useradd. Quando se têm de introduzir alguns utilizadores, torna-se chato ter de andar a escrever todos os argumentos para o programa, ainda com o risco de nos enganarmos em algum, e ter de fazer tudo de novo…
Uma dica que deixo para um futuro tutorial desta rubrica é a utilização de links, com recurso ao ln. Seria uma excelente oportunidade para explicar os diversos tipos de ligações, e como cada um pode ser útil numa determinada situação.
Cumps.
yups, será uma das próximas rubricas: softlinks e hardlinks
O controle de usuários é a essência para uma boa administração da máquina.
Só uma ressalva:
Onde se lê GUI na verdade é GID (Group ID), identificador do grupo.
GUI me fez interpretar com Graphical User Interface (Interface Gráfica do usuário) :).
“De facto, o Windows vem limitado de fábrica a este cenário, mas basta alterar uma configuração e passa a permitir várias sessões por utilizador simultaneamente”
Alguem explicar como se faz isso?
Adorei este artigo… Sou um fanático pelo Linux…
Seria possível colocarem Todos os artigos do ” Linux para Totós” num documento do tipo pdf ou de outro tipo??? Dava bastante jeito…