Península Ibérica está a tornar-se no principal centro de hidrogénio verde da Europa
A Península Ibérica está a tornar-se num dos principais centros para a produção de hidrogénio verde a nível mundial. Aliás, foi aprovado, agora, o quarto projeto de grande escala, marcando o domínio dos dois países, relativamente à Europa, nesta matéria.
O projeto dará ainda mais relevância ao porto de Sines.
A Península Ibérica tem sido casa de inúmeros investimentos que estão a permitir transformá-la num importante ator energético. A par do caminho que tem percorrido para se tornar num centro para a produção de hidrogénio verde, esses investimentos têm também potencializado as energias renováveis, dando-lhes cada vez mais força e relevância.
Agora, surgiu um novo investimento protagonizado por três empresas. Este reunirá mil milhões de euros, para dar origem a uma infraestrutura de 500 MW, que será instalada no porto de Sines, no Distrito de Setúbal. À portuguesa Madoqua, juntar-se-á a Copenhagen Infrastructure Partners e a consultora holandesa Power2X.
Esta parceria dará origem a uma infraestrutura de 500 MW de eletrolisadores, capazes de produzir 50.000 toneladas de hidrogénio verde e 500.000 toneladas de amoníaco verde por ano. A energia exigida por um projeto desta envergadura será proveniente de instalações de energias renováveis, como parques eólicos e solares, em desenvolvimento, em Portugal.
O hidrogénio verde produzido pelo projeto será utilizado pela indústria local, e processado, por forma a criar amoníaco verde para exportação, a partir do porto de Sines.
As empresas envolvidas esperam que a estrutura esteja totalmente licenciada até ao final do próximo ano, e que seja possível, nessa altura, começar a construção. A expectativa para o início da produção aponta para 2025. Além disso, em cima da mesa está a possibilidade de expandir o projeto para um milhão de toneladas de amoníaco verde.
Península Ibérica reúne interessados para a produção de hidrogénio verde
Este é o segundo projeto de hidrogénio verde em grande escala anunciado este ano para a Península Ibérica, pelos Copenhagen Infrastructure Partners. Afinal, estes já haviam revelado o projeto Catalina, que irá implantar 5 GW de energias renováveis e 2 GW de catalisadores entre Aragão e Valência, envolvendo empresas como a Enagás, Naturgy, Fertiberia e Vestas.
Além disso, em fevereiro, foi anunciado o HyDeal Espanha, um projeto de hidrogénio com 7,4 GW de capacidade eletrolisadora. Antes, já havia sido revelado um plano de 2 GW, liderado pela Repsol e com base no norte de Espanha.
Segundo os especialistas, o crescente interesse pela Península Ibérica para o estabelecimento de infraestruturas de hidrogénio verde deve-se ao potencial que Portugal e Espanha reúnem para a produção de energia solar e eólica. Isto permite que os dois países produzam hidrogénio verde a um preço mais reduzido, comparativamente àquele que é praticado noutros países da Europa.
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Devíamos também investir em bombas de hidrogénio, não vá o diabo tecê-las.
Falam em projectos de grande envergadura.. Mas para Portugal, e segundo percebi, é um projecto de 500MW. Em Espanha os projectos são na ordem dos 5,2 e 7.4GW.. Não percebo a envergadura en Portugal.
Deve ter a ver com a área disponível. Havendo um terreno maior é expectável que a produção aumente.
A Espanha usa energia nuclear, por isso tem mais capacidade de produção elétrica que os nossos zingarelhos a vento.
já este vai ser ruinoso, imagina se fosse maior.
Ruinoso é dizer pouco!! O hidrogénio só vai ser usado em camiões!! Cada vez mais se vê investimentos falhados do Governo Português 🙁 Depois admiram-se do Chega ter chegado a 3ª força política.
O Hidrogénio pode e é usado em vários processos industriais e comerciais ( arrefecimento por exemplo) , não só como combustível . Parece-me uma boa ideia…se chegar a ser executada. Agora alimentado com energia renovável disso desconfio muito. Falam muito nas renováveis em Portugal mas o que eu vejo na maior parte dos dias na app Electicity map é muito mias energia de combustível fóssil comprada do que propriamente renovável.
Mesmo para camiões é de rentabilidade mais que duvidosa. Um kg de hidrogénio custa o mesmo que 6 ou 7 litros de gasolina e num ligeiro faz mais ou menos 100 kms. Em camiões seriam necessários 5 ou 6 kgs para fazer os mesmos 100 kms. No longo curso não tinham a mínima chance de competir com a ferrovia ou o fluvial.
O objetivo do hidrogénio, a meu ver, será sobretudo para utilização para fins industriais e comerciais substituindo o gás. Além disso, poderá entrar no mix de gás que chega a casa dos consumidores (fogões, esquentadores, aquecimento). Por último, poderá servir no armazenamento e produção de energia elétrica.
Pois, esperemos que não avance mais. Só vamos descobrir o buraco daqui a mais uns anos e serão os mesmos a pagá-lo.
Portugal investe nesta tecnologia com 0,5 GW de capacidade dos eletrolizadores, ao passo que Espanha investe com 7,5 +2 GW… Portanto vão produzir 20 x mais em projetos semelhantes. What to do…