Inovador sistema usa hidrogénio para reduzir as emissões de NOx
O mundo procura de forma mais acelerada uma alternativa limpa para servir de transporte. Assim, a indústria automóvel tem desenvolvido várias tecnologias quer para diminuir as emissões poluentes, quer para as retirar totalmente das estradas. Os carros movidos a energia elétrica estão a avançar a bom ritmo. Já os movidos a célula de combustível a hidrogénio estão a espreitar a oportunidade. Contudo, com térmicos que usam combustíveis fósseis não parecem desistir.
Um grupo de investigadores criou um sistema que usa o hidrogénio para reduzir as emissões de NOx dos veículos.
O que é o NOx?
O gás que é emitido 40 vezes mais que o permitido e o que está no centro deste crime ambiental chama-se óxidos de azoto (NOx). Este gás é a soma das concentrações de monóxido de azoto (NO) e dióxido de azoto (NO2), adicionadas como partes por mil milhão e expressas em microgramas por metro cúbico de dióxido de azoto.
Estes compostos formam-se por combinação dos átomos de azoto e de oxigénio da atmosfera, em condições de alta temperatura e alta pressão, na combustão dos motores dos automóveis. Os óxidos de azoto (NOx) contribuem para a formação das chuvas ácidas e do nevoeiro fotoquímico e, alguns deles, como o dióxido de azoto (NO2), podem causar irritações nos pulmões e diminuir a resistência às infeções respiratórias (asma, por exemplo). Os grupos mais sensíveis a estes poluentes são as crianças e a população com doenças respiratórias.
O sistema que pode dar "um novo ar" aos combustíveis fósseis?
Por trás desta tentativa de limpar a poluição das estradas está um grupo empresarial espanhol, a Mecacontrol. A sua especialidade é a indústria automóvel e têm consciência dos problemas que as marcas enfrentam devido às emissões de óxido de nitrogénio dos veículos. Assim, o grupo decidiu investir no desenvolvimento de uma solução tecnológica para acabar com o problema ambiental.
Em 2013, dois anos antes dos escândalos de emissão de óxido de nitrogénio, o grupo começou a trabalhar lado a lado com parceiros (o CSIC e o INSIA) com o objetivo de criar uma tecnologia capaz de reduzir seletivamente os óxidos de nitrogénio. Sete anos mais tarde, o desenvolvimento desta tecnologia foi possível, obtendo resultados notavelmente favoráveis que não tinham sido alcançados antes.
O inovador sistema de redução de emissões de NOx atingiu níveis de redução de NOx 60% superiores aos alcançados pelo sistema de pós-tratamento Euro 6d no ciclo urbano ECE-15.
Como é que funciona a tecnologia que usa o hidrogénio?
O consórcio é responsável pela criação de uma nova tecnologia para a redução seletiva de óxidos de nitrogénio que complementa os sistemas convencionais de redução baseados em Adblue. O objetivo da tecnologia SCR (selective catalytic reduction) é reduzir as emissões que são geradas durante a combustão no motor através de um conversor catalítico que faz parte do sistema de escape do veículo.
A tecnologia permite a eliminação de óxidos de nitrogénio das emissões de combustão utilizando hidrogénio como agente redutor numa faixa de temperatura de 150 a 200 °C. Os sistemas convencionais de redução baseados em Adblue não estão operacionais a estas temperaturas,. Desta forma, o novo sistema torna-ase numa tecnologia favorável para a redução de NOx no tráfego da cidade.
Resultados do sistema
O inovador sistema de redução das emissões de NOx atingiu níveis de redução de NOx 60%. Assim sendo, estes resultados são superiores aos alcançados pelo sistema de pós-tratamento Euro 6d no ciclo urbano ECE-15.
A apresentação do projeto teve lugar no passado 31 de janeiro no Navarra Summit 2020. Este é um congresso no qual participaram as principais marcas do sector automóvel, assim como o atual CEO da Repsol, Josu Jon Imaz. O projeto foi muito bem recebido e gerou grande surpresa por causa dos resultados alcançados.
Então, passando o projeto para a esfera pública, os envolvidos esperam que as marcas do sector automóvel se interessem pelo sistema de redução de NOx.
Este artigo tem mais de um ano
A ideia não é nova e seria excelente se não fossem dois pormenores. 1) O carro a hidrogénio é um carro eléctrico, em que a electricidade é obtida a partir da combustão (ou oxidação do hidrogénio). O problema é que o hidrogénio devolve sempre menos energia que a aplicada na produção dele. Cerca de 70%, o que significa que, em relação a um eléctrico a baterias, quase 30% dos Kwh usados vão à vida. 2) O carro a hidrogénio é caríssimo de produzir. São as fuel cells que usam platina, o depósito de alta pressão, enfim, tão caro que para solução de massas nem em ficção científica-
Sugiro que releia o artigo e volte a comentar mais tarde. Obrigado.
Eu diria até, que bastava ler e interpretar o título para não ter escrito esse comentário.
Só os ignorantes defendem o absurdo que é deitar fora os veículos de combustão e comparar eléctricos ou a hidrogénio, num sitio de seres pensantes seria normal criar condições para que a transição possa ocorrer de forma a ser boa para todos.
só os imbecis conseguem ter a ideia que é para “deitar fora” is veículos de combustão
Até existem incentivos para isso…por isso aqui ninguém é imbecil faz favor.
A empresa portuguesa Ultimate Power já criou e comercializa esta tecnologia há vários anos. Ver: Ultimate Cell