Spotify terá o seu sistema de pagamento na aplicação para utilizadores de iOS na UE
A Apple, obrigada pela União Europeia (UE) cedeu e vai permitir que os programadores tenham disponíveis outras lojas de aplicações além da App Store no iOS. Como tal, o Spotify, que trava há anos uma braço de ferro com a empresa de Cupertino, fez saber que terá o seu sistema de pagamento na aplicação para utilizadores de iOS na Europa.
Spotify "cortar" a Apple dentro do iOS
O Spotify vai passar por grandes mudanças quando a Lei dos Mercados Digitais da União Europeia entrar em vigor a 7 de março. O serviço de streaming de áudio afirma que os residentes da UE poderão finalmente adquirir uma subscrição Premium ou atualizar o plano Individual para um Duo ou um plano Familiar a partir da própria aplicação.
A empresa sueca não permite que os utilizadores paguem por uma subscrição através do sistema de pagamento na aplicação da Apple desde 2016 e há muito que critica a taxa de 30% que o fabricante do iPhone recebe dos programadores de aplicações, sobre as suas vendas de serviços.
No ano passado, o Spotify deixou mesmo de aceitar pagamentos da Apple, pois ainda estava ativo o pagamento dentro do iOS das subscrições anteriores a 2016. Era utilizado o sistema in-app da Apple.
A era dos pagamentos fora da App Store
E uma vez que o Spotify está a lançar os seus próprios pagamentos na aplicação, os utilizadores também poderão comprar facilmente audiolivros enquanto navegam pelos títulos na aplicação. Portanto, a partir do momento que a empresa avançar com o seu novo sistema de pagamentos, os clientes serão cobrados pelos valores reais das subscrições e compras e já não terão de pagar mais para cobrir a comissão da Apple.
Os utilizadores que costumavam pagar através do sistema in-app da Apple tinham um valor acima do valor normal, isto é, pagavam mais 3 dólares para além dos preços de subscrição do Spotify, mas o Regulamento Mercados Digitais da UE proíbe esta prática.
Para além de poder implementar o seu próprio sistema de pagamento na aplicação, o Spotify também poderá colocar preços na aplicação. Atualmente, mostra uma nota para os seus produtos onde deveria estar o preço, informando os utilizadores de que não podem ser comprados a partir da aplicação. Quando o DMA entrar em vigor, o Spotify apresentará os preços dos seus produtos e poderá também começar a informar os utilizadores do iOS sobre ofertas e promoções a partir da aplicação.
Deveria ser assim tão fácil para todos os clientes do Spotify em todo o lado. Mas se viver fora de certos mercados, continuará a encontrar obstáculos frustrantes devido às regras ridículas da Apple. É por isso que os programadores de todo o mundo continuam a pedir a outros governos que aprovem as suas próprias leis, como a DMA.
Afirmou a empresa no seu anúncio.
Resta saber como irá a Apple gerir estas várias novas opções que estão apenas disponíveis em certos mercados.
A Spotify nada pagava à Apple, continua sem pagar. Não é notícia que afetasse as ações da Apple.
À cotação de fecho de hoje, a Apple voltou a passar os 3 biliões de dólares. A Microsoft está “à bica”: 2,99 Bi.
(Bilião = milhão x milhão = trilion = trilhão)
O que diz o 9TO5Mac (com base no que escreveu o Wall Street Journal) sobre a apresentação da Spotify, do post:
– A Spotify está a considerar a instalação da app, por sideloading, a partir do seu próprio site, sem interferência da Apple. A partir daí poderá fazer na app tudo o que anuncia, A Spotify sabe que é impossível obter tudo o que apresenta, mas mostra na mesma como o sistema ideal. Obter menos do que isso seria culpa da Apple.
– A Apple está determinada a bloquear o que anuncia a Spotify. E como é que o irá fazer? Diz o 9TO5Mac que: Embora as apps estejam disponíveis fora da App Store pela primeira vez, o WSJ diz que a Apple ainda planeia cobrar taxas e realizar processos de revisão de apps carregadas por sideloading. Não está claro se as taxas seriam pelo trabalho de revisão ou uma comissão baseada no preço da app, tal como na App Store.
Isto pode parecer estranho, mas o facto é que o DMA é pouco detalhado. A Apple tem que apresentar a sua proposta de cumprimento e só depois são definidos os detalhes (alguns deles, eventualmente, poderão envolver ações judiciais). Sobre o sideloading, pode ter havido alguma precipitação na visão, propalada: “Ai bate o pé, bate o pé, … iOS igual ao Android é que é!” De facto, não está escrito em lado nenhum que, no caso do sideloading, a Apple não faça a revisão das apps (contrariamente ao que acontece no Android) e não possa cobrar taxa/comissões também neste caso … de quanto, é o que falta ver.
https://9to5mac.com/2024/01/24/spotify-in-app-subscriptions-previewed/