Meta não quer depender da Nvidia: está a testar o seu próprio chip para treinar modelos de IA
A Meta não quer ficar para trás no desenvolvimento do seu próprio hardware para inteligência artificial (IA) e parece estar a avançar de forma decidida nessa estratégia. A empresa de Mark Zuckerberg já iniciou testes com o seu primeiro chip de IA desenvolvido internamente, destinado ao treino de language models.
Meta dá novo passo para a independência de hardware de IA
De acordo com a Reuters, a Meta começou a implementar este componente em pequena escala para avaliar as suas capacidades e desempenho. Caso os testes apresentem resultados positivos, a empresa-mãe do Facebook, Instagram e WhatsApp aumentará a produção e expandirá a sua utilização.
Para já, não há informações detalhadas sobre as especificações técnicas do seu primeiro chip de IA. No entanto, sabe-se que se trata de um acelerador dedicado a tarefas de IA e que a sua produção está atribuída à fabricante taiwanesa TSMC.
O principal objetivo da Meta com este novo investimento é reduzir os custos de infraestrutura associados ao treino dos seus language models. Se os testes forem bem-sucedidos, a empresa poderá diminuir a sua dependência da NVIDIA, que atualmente é um dos seus principais fornecedores de hardware para IA.
Esta não é a primeira tentativa da Meta de desenvolver o seu próprio chip de IA. Em 2023, a empresa desistiu do desenvolvimento de um hardware dedicado à inferência de language models. Durante anos, investiu na criação de um processador otimizado para as suas necessidades, mas acabou por abandoná-lo devido à incapacidade de competir com a potência e eficiência das GPUs da NVIDIA.
Com a evolução dos modelos da família Llama e a expansão das suas ferramentas de IA, a Meta está a tentar novamente desenvolver o seu próprio chip, desta vez com foco no treino dos seus modelos.
No início deste ano, a empresa de Zuckerberg deixou claro que pretende investir fortemente na expansão da sua infraestrutura de IA. O CEO anunciou, num post no Facebook, que planeia gastar cerca de 65 mil milhões de dólares em 2025 para reforçar os seus recursos tecnológicos dedicados à IA.
Apesar de já ser um montante elevado, o número torna-se ainda mais impressionante quando comparado com o orçamento total da empresa para o ano, que pode atingir os 120 mil milhões de dólares.
A Meta não é a única grande tecnológica a investir no desenvolvimento de chips próprios para reduzir a dependência da NVIDIA. A OpenAI também está a trabalhar numa solução semelhante, enquanto a Microsoft, a Amazon e a Google têm vindo a dedicar recursos significativos a projetos nesta área.
Em fevereiro, surgiram informações de que a Meta estaria prestes a concluir a aquisição da FuriosaAI, uma empresa especializada no design de semicondutores para centros de dados. Fundada por um ex-engenheiro da Samsung, esta startup também tem atraído o interesse de outras grandes empresas tecnológicas.
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