Há um planeta na nossa vizinhança que pode ter a capacidade de abrigar vida
Astrónomos europeus e americanos descobriram que a estrela GJ 273, uma das mais próximas da Terra, também conhecida como Luyten, tem um sistema planetário com dois planetas confirmados. Um dos planetas está na chamada zona habitável e os outros dois estão numa zona altamente improvável para abrigar vida.
A Estrela de Luyten é uma estrela anã vermelha na constelação de Cão Menor. Conforme as medições de paralaxe, esta está localizada a uma distância de aproximadamente 12,40 anos-luz (3,80 parsecs), sendo uma das estrelas mais próximas da Terra. Será que existe vida num planeta da nossa vizinhança?
Estrela de Luyten pode estar a iluminar um planeta fértil
Cientistas da Universidade de Granada (UGR) e de outros centros internacionais descobriram que uma das estrelas no nosso bairro solar apresenta um sistema de planetas tão complexo quanto o nosso. Segundo estes investigadores, esta estrela tem a capacidade de abrigar vida pelo menos num deles.
A estrela chama-se GJ 273, também conhecida como Luyten, em homenagem ao astrónomo Willem J. Luyten, que estudou os seus movimentos. A anã-vermelha está localizada a 12,23 anos-luz, o que coloca o seu sistema planetário como sendo a zona habitável mais próxima de nós, logo atrás da Proxima Centauri (4,24 anos-luz), Ross-128 ( em 10,99) e GJ 1061 (a 11,96 anos-luz).
Na órbita da estrela Luyten existem dois planetas confirmados, o GJ 273b e o GJ 273c. Aliás, existem mais dois que ainda estão em vias de serem confirmados mais adiante, cujos nomes poderão ser GJ 273d e GJ 273e. Os investigadores preveem que estes dois candidatos seriam "minineptunos", com massas um pouco menores que Netuno, mas entre 9 e 12 vezes a da Terra.
A análise dinâmica global realizada pelos cientistas revela que este sistema é altamente estável e, portanto, muito provável, conforme os detalhes publicados na revista Astronomy & Astrophysics.
Exoplaneta GJ 273b pode abrigar vida
Segundo o que foi relatado, o exoplaneta GJ 273c tem uma massa semelhante à da Terra, embora o astro que concentra mais interesse seja um pouco maior: GJ 273b. É considerada uma super-terra e está localizada perto da borda interna da zona habitável da sua estrela hospedeira, uma região em que o fluxo de radiação permite a presença de água líquida.
O aquecimento das marés faz da GJ 273b um planeta altamente interessante, pois isso a torna compatível com o desenvolvimento e a existência de uma biosfera. Como resultado das estatísticas e simulações que realizamos, ele pode abrigar água, embora ainda não tenhamos outras evidências diretas,
Explica Francisco J. Pozuelos, investigador da Universidade de Liège (Bélgica) e principal autor.
Além disso, este planeta sofre com o aquecimento das marés, o mesmo fenómeno para o qual existem marés na Terra devido à interação gravitacional com a Lua e o Sol.
O aquecimento das marés faz do planeta GJ 273b um planeta altamente interessante, pois é compatível com o desenvolvimento e a existência de uma biosfera. É um excelente candidato para procurar traços de vida em futuras missões espaciais.
Referiu Juan Carlos Suárez, cientista da UGR e coautor do artigo,
Sistema planetário Luyten tem traços comuns com o nosso
Segundo o estudo, o sistema planetário de Luyten também apresenta outra semelhança com o nosso sistema solar. Existe a presença de depósitos de corpos menores. São asteroides, como os encontrados no cintura de asteroides (entre Marte e Júpiter) ou na cintura de Kuiper (além de Neptuno), cujo impacto na presença de água ou na produção de produtos orgânicos pode ser relevante.
Os cientistas preveem estes depósitos em torno de Luyten, que, se confirmados, podem desempenhar um papel importante no surgimento e manutenção da vida em GJ 273b.
Portanto, GJ 273b é um exoplaneta superterra que orbita uma estrela do tipo M. A sua massa é de 2,89 Terras, leva 18,6 dias para completar uma órbita da sua estrela, e está a 0.091101 AU da sua estrela. Apesar de ter sido descoberta em 2017, ainda carece de muita investigação. Quem sabe, temos vida no quintal galáctico.
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Seria mais um para destruirmos…
Também, 12,4 anos-luz não é assim tão longe. Dá para assar uns fins-de-semana.
Só 12,40 anos-luz, vamos quando?
Planeta, foge de nós!
Os astrónomos não sabem o que se passa no “fim” do nosso sistema solar mas sabem o que se passa num planeta a 12,4 anos luz
Me surpreendo com o otimismo dos astrônomos que comentaram. Acham que só porque está na zona “habitável” é provável que tenha vida. A gente nem sabe o que é zona habitável, pois não podemos comparar a Terra com nenhum outro planeta. Vida só conhecemos uma e astrobiologia é uma ciência que nem deveria existir. Deveria chamar geobiologia. Enquanto não descobrirmos vida fora da terra, a astrobiologia deveria ficar quietinha.