A NASA e a ESA fecham acordo histórico e são parceiras no Artemis Gateway
O programa Artemis está a formar-se e agora ganhou um novo impulso com o acordo entre a NASA e a ESA. Segundo as agências espaciais, está finalizada uma parceria que terá como objetivo colaborar no Artemis Gateway. Assim, o acordo, assinado na terça-feira, marca o primeiro compromisso formal da NASA de lançar tripulantes internacionais para a vizinhança lunar como parte das missões Artemis. É aí que entra o Gateway, um orbitador lunar que será construído nos próximos anos com a colaboração de vários países.
À imagem do que aconteceu com a Estação Espacial Internacional (ISS), Artemis Gateway servirá como um ponto de encontro para os astronautas que viajam para a órbita da Lua.
Gateway, a nave que poderá ir a Marte
A NASA e ESA (Agência Espacial Europeia) finalizaram um acordo para colaborar no Artemis Gateway. Conforme é referido, este orbitador será construído em módulos e poderá ser utilizado por todos os países que queiram participar do programa Artemis.
Segundo o que é descrito, esta nova estação espacial será muito menor do que a ISS, isto porque o Gateway será concebida mais como um lugar de passagem do que para estadias longas numa primeira fase.
Como refere a NASA, as missões à Lua terão que passar pelo Portal:
Servirá como um ponto de encontro para os astronautas que viajam para a órbita lunar antes do trânsito para a órbita lunar baixa e a superfície da Lua.
Além disso, o objetivo deste orbitador vai mais além que a ponte até à Lua. No futuro, este conjunto de módulos espaciais servirão como transporte dos astronautas até Marte. Aliás, poderão mesmo servir para ir além do planeta vermelho, na exploração espacial que venha a surgir.
O que foi acordado entre a NASA e a ESA sobre o Gateway?
Conforme podemos ver no comunicado da NASA, o acordo assinado esta terça-feira implica uma grande contribuição da ESA para o orbitador lunar. Isto porque a agência espacial europeia será responsável pela execução dos módulos de alojamento e reabastecimento.
O módulo de reabastecimento, observa a NASA, "incluirá janelas de observação". Além disso, a ESA também será responsável pelas comunicações lunares "melhoradas". Conforme demos a saber, a NASA quer que a Lua tenha comunicações 4G. Assim, estas comunicações serão inicialmente testadas e melhoradas com os astronautas que estão no Gateway.
"A segunda contribuição, denominada ESPRIT, irá oferecer uma melhor comunicação, capacidade de reabastecimento e uma janela semelhante ao observatório da Cúpula Europeia na Estação Espacial Internacional. Ambas as contribuições estão em linha com o que foi aprovado pelos Estados-Membros da ESA durante o Conselho Ministerial Space19 + que aconteceu no ano passado em Sevilha.
Explicou a ESA sobre a sua contribuição.
Para além dos módulos, a ESA fornecerá o hardware e será responsável pelos elementos que o Gateway fornece. No entanto, a colaboração vai para além da esfera lunar, uma vez que o programa Artemis é muito mais do que uma simples Porta de Entrada.
Como tal, o plano das duas agências é que a ESA forneça dois módulos de serviço europeus adicionais para a nave espacial Orion. Estes, em particular, serão os que irão alimentar a nave espacial em futuras missões Artemis. Além disso, a ESA será responsável pelo fornecimento de ar e água à tripulação da Orion.
Este é o aspeto do Gateway
Já foram apresentados os módulos que a ESA planeia construir para o orbitador lunar da NASA. No entanto, estes ainda irão receber, a seu tempo, contribuições da agência japonesa JAXA relacionadas com detalhes do módulo Sala Internacional (I-Hab). Além disso, a ideia da NASA é que a contribuição para o Gateway seja internacional, tal como foi feito com o ISS. Por conseguinte, no futuro, conheceremos certamente novos acordos com outras agências espaciais.
O Gateway foi concebido para ser complementado por capacidades adicionais fornecidas pelos nossos parceiros internacionais para apoiar a exploração sustentável. O Gateway dar-nos-á acesso para explorar a superfície lunar mais do que nunca. E estamos satisfeitos por parceiros como a ESA estarem a juntar-se a nós nestes esforços inovadores.
Referiu Kathy Lueders, administradora associada da NASA para a Direção de Missões de Exploração e Operações Humanas.
Módulos essenciais para suporte de vida e a ciência a bordo
Segundo a NASA, o módulo do quarto irá também alojar o Sistema de Controlo Ambiental e de Apoio à Vida (ECLSS) do posto avançado. Este terá alojamento para experiências científicas internas e externas e proporcionará espaço adicional para o trabalho e vida da tripulação.
O ECLSS de I-Hab reforçará as capacidades do sistema de suporte de vida Gateway fornecido pelo Orion atracado. Isto permitirá estadias mais longas no Gateway e apoiará missões Artemis mais robustas à superfície lunar.
Disse a agência espacial norte-americana.
A NASA já está a começar a desenvolver os dois primeiros componentes do Gateway. Não estão a ser construídos diretamente pela agência espacial, mas foram contratadas outras empresas para fazer "o elemento integrado de potência e propulsão e o posto avançado de habitação e logística, bem como o reabastecimento logístico para o Gateway", referem.
Os dados ERSA e HERMES serão partilhados entre todas as agências colaboradoras. Contudo, o orbitador lunar não servirá apenas como um ponto de passagem. Duas pequenas estações meteorológicas, uma da NASA e a outra da ESA, já foram escolhidas como primeiras investigações científicas.
A ESA está a contribuir com uma estação com sensores de radiação conhecida como ERSA, enquanto o Centro de Voo Espacial Goddard da NASA enviará o conjunto de medição de radiação e ambiente de heliofísica, também chamado HERMES. Este segundo projeto está atualmente em construção.
Conforme refere a NASA, pequenas estações irão dividir o trabalho. A ERSA irá monitorizar a radiação espacial em energias mais elevadas com foco na proteção dos astronautas, enquanto a HERMES irá lidar com as energias inferiores críticas para as investigações científicas do Sol.
Em resumo...
O Gateway é um projeto muito ambicioso. No entanto, com a colaboração de outras agências espaciais, a NASA poderá pôr em prática uma parte do seu programa Artemis. A exploração do espaço está a tornar-se cada vez mais internacional, embora também se vá abrindo gradualmente a empresas privadas.
De facto o mundo parece balanceado para conhecer mais do universo e estamos cada vez mais atrevidos na exploração espacial.
Leia também:
Este artigo tem mais de um ano
Com a tecnologia que existe vão fazer uma amostra “nave” espacial.
Já deviam haver cidades inteiras no espaço para quem quisesse lá viver ou estudar. São 20 anos de ISS e nada avançou.
A Spacex democratizou estas viagens e a Nasa apenas gasta biliões em salários para quem não faz nada.