Jornalista saudita usou Apple Watch para gravar os seus interrogatórios e a sua execução
Quem usa tecnologia sabe que há um leque incrível de possibilidades que funcionam interligadas às atividades do dia a dia de cada um de nós. Essas eram as certezas do jornalista saudita que alegadamente terá sido capturado, torturado e morto. No entanto o crime tem testemunhas.
Um relatório enviado pela Turquia, na passada sexta-feira, afirma que o jornalista Jamal Khashoggi usou um Apple Watch Serie 3 para gravar e fazer upload do áudio para o iCloud do seu próprio interrogatório, espancamento e execução.
Apple Watch poderá provar que jornalista saudita terá sido capturado, torturado e morto
Esta é uma notícia que tem estado a inquietar alguns setores da inteligência saudita, americana e turca. O jornalista saudita Jamal Khashoggi terá sido capturado, torturado e morto — e o seu corpo terá sido depois desmembrado — nas instalações do consulado saudita em Istambul, na Turquia.
Segundo um relatório, existem gravações de imagem e som que provam que foi isso que aconteceu ao jornalista e a existência dessas gravações já foi comunicada aos EUA por responsáveis do governo turco, segundo avançou o The Washington Post na noite de quinta-feira.
A notícia poderia ficar por aqui, sem se saber quem teria esse material multimédia dos horrendos últimos momentos do jornalista. Contudo, segundo a publicação Sabah Gazetesi, Khashoggi registou o que se acredita ser uma evidência em áudio da sua morte dentro do consulado da Arábia Saudita na Turquia há mais de uma semana.
O correspondente do Sabah Washington, Ragip Soylu, postou uma captura de ecrã da história no Twitter na sexta-feira:
HUGE news by @Sabah on #Khashoggi :
• Khashoggi himself recorded his questioning via Apple Watch.
• Records were uploaded to ICloud
• Saudis questioned, tortured, and killed him
• Hit squad had access to watch via his fingerprints, deleted some files
• Phone had backup— Ragıp Soylu (@ragipsoylu) October 12, 2018
O relatório afirma que por trás do interrogatório está o "esquadrão de ataque". Uma cópia do ficheiro de áudio foi sincronizada com o iPhone de Khashoggi, que estava na posse da noiva Hatice Cengiz. Cengiz estava à espera do lado de fora do consulado durante a suposta sincronização, o que é viável para o envio dos dados via Bluetooth do Apple Watch em questão.
Jornalista saudita poderá ter usado apps de gravação áudio
O jornalista poderia ter usado várias aplicações para gravar o áudio, há várias muito usadas, como o Just Press Record ou a Dictaphone, ambas sincronizam o som recolhido com o iCloud do utilizador.
Inicialmente as informações foram sendo refutadas porque sem este alcance viável do bluetooth, os dados não seriam possíveis de sincronizar. Outras opções como, por exemplo, ter a opção cellular, não estão disponíveis na Turquia, o que significa que os dados foram enviados automaticamente via iPhone ou, menos provável, por meio de uma ligação direta com uma rede Wi-Fi local.
As informações ainda são controversas e há muitos pontos incongruentes, como por exemplo informações que referem que após o encontro supostamente fatal, os sauditas obtiveram acesso ao relógio usando as impressões digitais de Khashoggi e apagaram certos ficheiros no dispositivo.
Isto só seria possível se o tal "esquadrão de choque" tivesse confiscado o iPhone do jornalista de Cengiz, algo que não foi confirmado. As alegações também presumem que o Apple Watch de Khashoggi foi definido para desbloquear com o iPhone.
Enquanto os sauditas conseguiram limpar certos ficheiros do dispositivo ou dispositivos do Khashoggi, tiveram menos sucesso na exclusão de dados do iCloud, diz o relatório.
Khashoggi, colunista do Washington Post e crítico do atual regime do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, desapareceu no dia 2 de outubro depois de entrar no consulado saudita na Turquia para obter a documentação necessária para se casar com Cengiz.
O que se poderia saber a partir do Apple Watch?
Os dados captados pelo Apple Watch, que foram sincronizados, poderão estar nos servidores da Apple, na conta iCloud do jornalista. Estes dados poderão confirmar o que terá acontecido. A pulsação, a frequência cardíaca, a localização até ser removido do seu pulso, o tempo em que esteve dentro do consulado, os sons decorridos do interrogatório (como referido) e alguma outra informação relativa às tentativas de intrusão.
Numa reportagem na sexta-feira, citando uma fonte de inteligência ocidental, as autoridades turcas têm evidências em áudio e vídeo de um ataque e da consequente luta no consulado. A evidência, caracterizada como "chocante e repugnante" pela fonte não identificada, também prova que Khashoggi foi morto.
Há igualmente informações de uma tentativa de levar o jornalista até à sua terra natal, esquemas para o atrair a voltar à Arábia Saudita, o que não foi possível e depois as autoridades turcas que dizem que duas equipas de sauditas, totalizando 15 homens, entraram no país no que parece ser uma operação de "rendição".
A Apple poderá fornecer estes dados?
Os dados que estão nos servidores da Apple podem ser importantes (a existirem de facto) para se perceber como tudo aconteceu. Contudo, como é política da Apple, os dados estão cifrados e com a impossibilidade de serem acedidos por terceiros. Neste como noutros casos, a Apple deverá seguir os princípios de privacidade total dos seus utilizadores e a recuperação das gravações podem nunca acontecer.
Este artigo tem mais de um ano
se fosse em Portugal riam-se disso e chamava-lhe apito dourado
Extraordinário como os “verdugos” não procederam a uma revista (até por possível posse de uma arma) e deixaram que o jornalista mantivesse o seu Apple Watch durante o interrogatório e a própria execução! Amadores…deveriam ser despedidos!!
Há outra hipótese, mais plausível – a Turquia grava as conversas dentro dos consulados estrangeiros.
Só que aparecer com gravações obtidas desse modo ia dar uma grande “bronquite”.
De um modo ou de outro, vem ao de cima o que é o regime da Arábia Saudita. Quando se fala de radicalismo islâmico e terrorismo islâmico está lá a fonte. O petróleo também.
Quero ver como vão sacar os dados dos servidores da Apple.
Com um mandato judicial, evidentemente.
Eh pá, agora é que reparei que a asneira esta no post!
“Os dados que estão nos servidores da Apple podem ser importantes (a existirem de facto) para se perceber como tudo aconteceu. Contudo, como é política da Apple, os dados estão cifrados e com a impossibilidade de serem acedidos por terceiros.”
Ao fim deste tempo todo ainda não sabem distinguir o caso do iPhone do iCloud?! No iPhone a Apple não tem como “decifrar” os dados, porque não tem chave de desencriptação a única forma era criar um iOS com backdoor que a Apple se tem recusado e não foi legalmente obrigada a criar) . Quanto à informação que está no iCloud está encriptada, mas a Apple tem a chave de desencriptação e sempre tem fornecido a informação às entidades competentes – conforme previsto na política de privacidade.
Repara no que é dito, até porque é referido que os dados estão cifrados com impossibilidade de serem acedidos por terceiros. Já os respetivos donos dos servidores, a Apple, não menciona se podem ou querem fazer isso. A política da Apple é não entregar nada, como no passado já foi visto.
Portanto, não está qualquer asneira, bem pelo contrário, está devidamente explicado. 😉
Um bocado estranho não se saber o que diz a Apple:
“O conteúdo do iCloud pode incluir fotos, documentos, contactos, calendários, favoritos e backups de dispositivos iOS . Os backups de dispositivos iOS podem incluir fotos e vídeos no rolo da câmera dos utilizadores, nas configurações do dispositivo, nos dados das apps, no iMessage, nas mensagens SMS e MMS e no correio de voz. O conteúdo do iCloud pode ser fornecido em resposta a um mandado de busca emitido com base na demonstração de causa provável”.
E tem-no feito. É questão de pesquisarem para ver se há alguma recusa da Apple em fornecer às autoridades competentes informação do iCloud. Estão a confundir com conteúdos de iPhones bloqueados – que a Apple não pode dar simplesmente porque não tem nem pode obter essa informação. https://www.apple.com/lae/privacy/docs/legal-process-guidelines-us.pdf
Não é bem assim.
The company received 3,358 requests to access personal data in the second-half of 2017, with about half of these coming from the United States.
Apple challenged 224 of these, and there were 600 where no data was provided. As the company points out, “Any government agency seeking customer content from Apple must obtain a search warrant issued upon a showing of probable cause.”
However, Apple did turn over iCloud customer data in 717 of these requests. In 2,041 others, the company provided non-content data.
E como tal, é referido que “…Neste como noutros casos, a Apple deverá seguir os princípios de privacidade total dos seus utilizadores e a recuperação das gravações podem nunca acontecer.” 😉
Nada aqui está a ser confundido, é a realidade dos factos.
Estás a baralhar.
“The company received 3,358 requests to access personal data in the second-half of 2017, with about half of these coming from the United States.”
Isso são os pedidos todos – é provável que até tenha os pedidos do Benfica (dado que pediu à Google).
Não é mandatos de busca. Faz as contas como quiseres mas vês que a Apple deu umas centenas largas de informações. E isso inclui o conteúdo do iCloud.
Quem se está a baralhar és tu. Primeiro os mandados de busca são uma ordem judicial que um magistrado ou juiz emite, não é o Benfica ou o zé da esquina. Segundo, mesmo com esses mandados de busca a Apple reserva-se ao direito de analisar e, como referi, disponibilizar ou não esses dados.
Como está referido, grande parte deles, a Apple simplesmente não dá, está ali descrito que simplesmente não dá.
Podes dar as voltas que quiseres 😉 mas é a realidade dos factos descritos no artigo.
Acho demasiada incompetência para ser verdade para agentes que levam acabo essas tarefas.
Como acho pouco provável a Turquia ter escutas dentro do local onde isso se passou.
Acho mais simples ser um agente infiltrado ter facultado essas informações.
Vamos dar-lhe um excerto de portada tão grande como nunca viu… Pode ficar com o Apple watch se quiser.
Já está a gravar? Podemos começar a pancadaria?
Tomem os remedios.
Porra estão preocupados com gravações… O mais grave disto tudo um homem entrou num consulado num País e aparece morto estamos mesmo entregues á bicharada e sanções vai haver claro que não, á pessoas e países que são impunes ainda falam da Coreia do Norte e outras ditaduras porra fazem aqui ao lado tambem pela calada como qualquer ditadura.
“Porra estão preocupados com gravações… ”
Envolve um equipamento da Apple. Isso faz com que seja muito mais importante que as vidas das pessoas e a situação em si.
Ainda por cima perdem tempo a pensar em possibilidades de como é que o relógio mandou a informação!!!
Só me faz lembrar aqueles filmes de “no-sense comedy” em que há um gajo morto no chão e os detectives estão preocupados com uma treta qualquer do outro lado da rua.
Mad, cimo o Cortano disser, hoje em dia é mais importante a “saúde ” duma empresa tecnológica ou de um clube futebolístico que de cada pessoa individual
e ainda nao apareceu nem morto nem vivo!
simplesmente desapareceu
estive a ler e ha coisas na história que nao bate certo…
– Apple Watch nao tem leitor de impressões
– para poder fazer upload de gravações para iCloud tera de ter ligação ao iPhone e pelos vistos este foi deixado com a noiva. E foi ela que reportou que tinha ouvido as conversas.
– o Apple Watch so pode estar ligado ao iPhone via bluetooth ou wifi. Bluetooth so funciona com menos de 10m de distancia. O iPhone e o watch era de estar ligado ‘a mesma rede Wifi para poder estar conectado ‘a distancia. Por exemplo, o iPhone ligado a dados moveis e o watch ligado a um wifi nao irão estar conectados.
O mais provável ‘e a Turquia ter escutas escondidas nas instalações do consulado e se a Turquia admitir isso poderá ter problemas diplomáticos.
https://www.telegraph.co.uk/news/2018/10/11/sir-richard-branson-freezes-saudi-business-ties-disappearance/