Apple não desiste e já prepara a chegada da sua IA para a Europa e China
A presença da IA da Apple em alguns mercados está, por agora, posta de lado. A empresa decidiu colocar em pausa a sua chegada, sempre com indicações de que pretendia avaliar as regras impostas. Isso vai certamente mudar no futuro e a Apple já está a tratar desse passo, tanto na China como na Europa.
Apple não desiste e já prepara a sua IA
Durante o anúncio do Apple Intelligence na WWDC 2024, a Apple disse que a tecnologia estaria disponível primeiro para o inglês dos EUA e que o suporte para mais idiomas seria adicionado no próximo ano. No entanto, os utilizadores na China e na União Europeia não poderão experimentar as capacidades de IA – mas a Apple diz que trabalha com os reguladores para mudar isso.
O CEO da Apple, Tim Cook, foi questionado na quinta-feira durante uma conferência com investidores sobre a disponibilidade da Apple Intelligence noutros mercados, especialmente na China e na UE. Cook não forneceu muitos detalhes sobre este processo, mas disse que a Apple está “envolvida” com os reguladores para disponibilizar os recursos de IA a “todos”.
Segundo o executivo, a empresa quer primeiro perceber todos os requisitos regulamentares antes de dar um prazo para ativar o Apple Intelligence nestas regiões.
Estamos envolvidos, como deve imaginar, com os dois organismos reguladores que referiu. E o nosso objetivo é avançar o mais rápido que pudermos, obviamente, porque o nosso objetivo é sempre disponibilizar recursos para todos. Temos de compreender os requisitos regulamentares antes de nos comprometermos a fazê-lo e definir um cronograma para o fazer, mas estamos envolvidos de forma muito construtiva com ambos.
Apple Intelligence para a Europa e China
Embora o Apple Intelligence esteja disponível apenas em inglês, os utilizadores podem ter uma pré-visualização das novas funcionalidades mudando os seus dispositivos para inglês e definindo a região como Estados Unidos nas definições. No entanto, para aqueles que estão na China e na União Europeia, as capacidades de IA foram completamente bloqueadas pela Apple.
A Apple disse em comunicado que as funcionalidades seriam bloqueadas na UE devido a “preocupações de privacidade e segurança”. Muito provavelmente, a Apple teme ter de alterar como o Apple Intelligence funciona na Europa devido à legislação local que regula a IA. Quanto à China, a legislação local exige que os dados sejam processados em servidores chineses em vez de serem enviados para servidores de terceiros noutros países.
No caso do suporte para mais idiomas, Tim Cook reiterou durante a conferência que o Apple Intelligence será lançado este outono em inglês dos EUA e que mais funcionalidades, recursos e idiomas serão adicionados “no próximo ano”. Não especificou se estas atualizações virão com uma nova versão do iOS 18 na primeira metade do ano ou com o iOS 19 no outono de 2025.
“A Apple disse em comunicado que as funcionalidades seriam bloqueadas na UE devido a “preocupações de privacidade e segurança”. Muito provavelmente, ao contrário do que diz o post, é por causa da Lei dos Mercados e Serviços Digitais – a Apple seria obrigada a disponibilizar os mesmos recursos de Apple Intelligence do iOS 18 usados nas sua app Fotografia e outras às apps da concorrência – pondo em causa a privacidade segurança dos utilizadores.
É uma situação semelhante ao que disse a Microsoft sobre o apagão causado pela CrowdStrike – que foi obrigada a permitir que apps de terceiros fizessem alterações ao kernel do Windows por imposição da UE, para terem as mesma funcionalidades da sua aplicação Windows Defender. Só que a Microsof não criou duas versões, Windows-UE e Windows-Resto do Mundo, ao contrário do que faz a Apple com o iOS-18 – e por isso a versão iOS 18-UE não trará Apple Intelligence até que a questão se resolva.
Mas a questão com a UE é derivada da Lei dos Mercados e Serviços Digitais e não da recente lei sobre a IA.