Cápsula Starliner da Boeing chegou à Estação Espacial Internacional
A nave Starliner, da Boeing, acoplou pela primeira vez à Estação Espacial Internacional nesta sexta-feira (madrugada de sábado em Portugal). Conforme muito se falou, esta missão não tripulada era um importante teste para a empresa, que tem a ambição de competir com a SpaceX, de Elon Musk. Assim, neste sábado de madrugada, pouco mais de 25 horas depois do lançamento, a cápsula chegou à Estação Espacial Internacional (ISS).
A Starline permanecerá ligada à ISS durante quatro ou cinco dias. Depois, tal como está planeado, a cápsula fará a viagem de regresso à Terra e pousará no Novo México.
Starliner da Boeing conseguiu, finalmente, chegar à ISS
A nave Starliner da Boeing alcançou e atracou com sucesso na Estação Espacial Internacional, completando um passo importante para um voo de teste crucial que determinaria se está pronta para missões tripuladas. A nave espacial não tripulada lançada no topo de um foguetão da United Launch Alliance Atlas V do Cabo Canaveral e viajou durante mais de 25 horas para chegar ao laboratório orbital.
A Starliner fez a sua primeira tentativa de chegar à ISS em dezembro de 2019, mas não conseguiu atingir o seu objetivo devido a um problema de software que impediu os propulsores da nave espacial de disparar. Em agosto do ano passado, a Boeing teve de cancelar os seus planos de lançamento devido a um problema com as válvulas da nave espacial, impedindo a empresa de planear outro lançamento durante quase um ano.
O acoplamento com a ISS, que estava programado para às 00:10 (pelo horário de Portugal continental, acabou por acontecer às 01:28. Isso porque, pouco antes das 22:50 (de sexta), quando a nave estava a 180 metros de distância da ISS, os controladores avaliaram os dados de monitorização e desempenho da cápsula e acreditaram que ela estaria numa posição inadequada. Foi então necessário executar uma manobra de recuo.
After coming within 180 meters of @Space_Station, #Starliner performed an automatic retreat to 200 meters. The capsule has shown its ability to back away from the station in a controlled and timely manner and hold at an expected location.
— Boeing Space (@BoeingSpace) May 20, 2022
Segundo a Boeing, esta manobra foi oportuna para demonstrar a capacidade de controlo de manobra da cápsula.
Às 00:08, já deste sábado, a Boeing comunicou que a cápsula estava a 10 metros de distância do complexo orbital, e que a equipa faria uma reunião para “garantir que ambas as naves estão preparadas para a aproximação final”.
Ainda durante a aproximação, os controladores relataram “um pequeno problema” com o sistema de acoplamento, o que adiou ainda mais o processo. Segundo a NASA, foi necessário retirar o anel de acoplamento da Starliner e redefini-lo para entender o problema.
See #Starliner successfully, autonomously rendezvous and dock with @Space_Station during #OFT2. Through the combined work of @NASA and Starliner teams, the spacecraft connected to the Boeing-built International Docking Adapter at 7:28 p.m. CT. pic.twitter.com/GHnz59zHXa
— Boeing Space (@BoeingSpace) May 21, 2022
Starliner também enfrentou problemas no lançamento
A cápsula Starliner, da Boeing, foi lançada na noite desta quinta-feira (19), no topo de um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA), a partir do Complexo de Lançamento-41, uma plataforma da Estação da Força Espacial dos EUA, em Cabo Canaveral, na Flórida.
A Starliner separou-se do estágio superior do foguete cerca de 15 minutos após o lançamento. Um minuto depois, a cápsula iniciou o processo de inserção orbital.
Durante este momento, dois dos propulsores da Starliner não dispararam como esperado. O primeiro falhou depois de apenas um segundo. O seu backup foi imediatamente acionado, mas também apresentou falha, após 25 segundos. Isso ativou um terceiro backup do grupo de propulsores, e a cápsula foi capaz de completar a combustão crucial sem incidentes.
Conforme foi apresentado na altura pela empresa, a nave da Boeing está equipada com quatro grupos de propulsores na sua secção da popa, referida na nomenclatura da indústria como “doghouses”. Cada um destes grupos contêm três motores de manobra orbital e controlo de atitude (OMAC), que são usados para realizar combustão de manobras significativas como as que alcançam a inserção orbital.
Os dois propulsores OMAC que não funcionaram, e o terceiro que entrou para compensar, estavam todos na mesma doghouse na popa da Starliner, segundo representantes da Boeing.
Conforme referido, a nave Starliner permanecerá atracada com a ISS durante os próximos cinco dias antes de fazer a sua viagem de regresso, que a verá aterrar no deserto do Novo México. Se a nave espacial regressar à Terra com sucesso, então a Boeing poderá enviar astronautas para a órbita já neste outono.
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