Administração Trump descansa a Apple, proibição do WeChat não se estenderá à China
Os jogos de poder entre os EUA e a China englobam agora ferramentas do dia a dia. Smartphones, 5G, apps, redes sociais... tudo o que o utilizador comum usa de forma descomprometida. Contudo, estes países têm interesses perversos e as jogadas à opinião pública são encapotadas com argumentos de lana-caprina. Por trás, jogam-se cartadas que valem triliões de dólares, posições preponderantes nos mercados, estratégias de defesa e outros jogos numa guerra surda. A Apple, assim como outras empresas, foi metida ao barulho e até o WeChat está na mira.
Depois de se perceber que a Apple poderia perder milhões, a administração Trump descansou a marca.
Apple perderia milhões se Trump proibisse na China o iPhone de ter o WeChat
As posições de ataque entre a China e os EUA estão a deixar muitas empresas intranquilas e a sua atividade está a ser afetada. Depois da Huawei ser arrolada para um processo de acusações de espionagem e ver a sua ação repreendida no mercado americano e no mundo em geral, outras empresas estão a ser alvo de bloqueios.
Conforme vimos, o TikTok tem data para desaparecer dos Estados Unidos, com ele foi igualmente arrastada a app de conversa WeChat. Contudo, o negócio desta app na China é preponderante e se os iPhone, vendidos aos milhões na China, não tiverem este serviço, a empresa de Cupertino poderá perder cerca de 44 milhões de dólares.
Assim, a presidência dos Estados Unidos pesou na sua balança "o deve e o haver" de uma decisão extensiva, para lá do país. As conclusões parecem ser óbvias.
Calma, o WeChat não será banido, será apenas "modificado" o seu uso
Fontes familiarizadas com o assunto referiram à Bloomberg que a Apple e outras empresas poderiam estar tranquilas. A proibição do uso do WeChat não afetará negativamente as suas ações na China. Assim, em vez de se instituir uma proibição geral ao WeChat, que forçaria as empresas americanas como Apple e Google a remover a app das suas lojas de apps, os funcionários da administração estão supostamente a trabalhar numa estratégia para impor restrições mais direcionadas.
Os detalhes ainda precisam de ser acertados, incluindo como implementar um embargo seletivo às lojas de aplicações em todo o mundo.
A mão de Trump continua levantada sobre a Apple
Estes altos funcionários designados para a ação de moldar o uso do WeChat continuam a discutir o âmbito da proibição. Contudo, Trump pode anular qualquer decisão que venha do grupo de trabalho. Alguns funcionários acreditam que o WeChat será autorizado a operar dentro das fronteiras dos EUA, por exemplo, por viajantes, mas a administração procura restringir atualizações e downloads da app citando questões de privacidade.
No início deste mês, Trump assinou ordens executivas que proíbem efetivamente as empresas norte-americanas de fazerem negócios com o WeChat e com a sua congénere TikTok. Para a Apple, e para outras empresas que têm na China um grande mercado, preponderante para a sua receita total, as implicações da proibição da aplicação de mensagens mais popular do mundo são sérias.
Os analistas referem que se a app for proibida no mercado chinês, a Apple poderá perder cerca de 30% da sua receita. Contudo, se for só no mercado dos Estados Unidos essa perda poderá andar entre os 3 e os 6%. Cifras consideravelmente diferentes, que podem ser fundamentais para o negócio quer da Apple, quer de dezenas ou centenas de empresas fornecedoras da gigante de Cupertino.
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Mas seria um bocado bizarro Trump impedir a instalação de uma app chinesa na App Store na China.
Nem creio que legalmente fosse possível.
Giro era os Chineses proibirem o Wechat no iPhone.
Aí é que era para rir…
Se a Apple está de malas aviadas para a Índia, é boicotar o mercado chinês para a marca da maçã.
Ainda não sei porque é que não fizeram isso, devem estar à espera que a Apple mude tudo para a Índia e só depois é que toma lá morangos.
A mim parece me óbvio que os Chineses vão banir a Apple, não é se, é quando…
Pensa que atualmente na China o grande problema é o desemprego. Agora pensa o que acontecerá se a Apple for prejudicada e tiver de tirar a sua produção da China deixando milhares de postos de trabalho em causa 😉
A China não deixa a Apple sair. Nem a Apple quer.
Víctor, o desemprego é actualmente um problema enorme na China e em todo o lado…
Nós aqui então é o que se sabe…
Segundo li por vários sites, a Apple estará a pensar em mudar, gradualmente, toda a sua produção para outros países, mais baratos, Índia e Vietname, nomeadamente…
Da maneira como isto anda, prever o futuro é coisa para oráculos e Mayas e afins…
Com os Chineses a sentirem-se acossados, prever a resposta deles é arriscado mas não me admirava nada que quando eles sentirem que o peso da Apple na China a nível de criar emprego ( uma vez que Apple abriu fábricas noutros países), é residual, eles vão responder na mesma moeda.
Se isto continua assim a Apple vai ser afastada do mercado Chinês por causa do que aconteceu com a Huawei .
É tudo uma questão de tempo.
Veremos quem tem razão..
Os números de julho não me lembro se já os li algures, mas lembro-me de ler que em maio a China registava 27 milhões de desempregados. Atingiu este ano a um recorde de desemprego e muitas falências. Se a Apple fizer como a Samsung, tendo em conta a quantidade de fábricas que trabalham em exclusivo ou não para a Apple, serão mais uns milhares de desempregados.
A Apple tem já fabrico no Vietname, Índia… entre outros. Mas seguramente demorará anos até conseguir o que tem na China noutros países.
Mas a Apple é acarinhada na China, é a porta para muitas empresas entrarem na China, além dos tais empregos e da tecnologia que leva para dentro do país. Não podemos esquecer que a Xiaomi cresceu a copiar/imitar a Apple e muitas a copiar a Xiaomi.
A Apple vale mais para a China que a Huawei para os Estados Unidos. Mas não é só a Huawei, mas todas as grandes empresas chinesas que estão a fabricar na China e a exportar para o mundo. Por alguma razão a China é a fábrica do planeta.
Na China o grande problema é o desemprego?! Se isso é um problema na China, nos EUA e Europa nem sei que o havemos de chamar ao desemprego, mas é bem pior que um “problema”. Estamos a falar de quantos postos de trabalho que a Apple proporciona aos Chineses? Algo totalmente residual para o tamanho da população deste país.. Agora, se falarmos dos milhares de milhões que a Apple passaria a não ganhar caso perdesse o maior mercado do mundo a conversa já é outra. Por alguma razão a Apple se coloca de joelhos perante o PCC e é cúmplice na violação de direitos humanos, praticando censura nos variados serviços que tem, a pedido do PCC, de forma a poder continuar a sua atividade na China.
Apple supported more than 5 million jobs in China through its local companies, research and development centers, local suppliers and third-party mobile application developers on its App Store.
Achas isso residual?
Apple tem R&D na China? Pensava que era tudo desenvolvido por mentes nos states 😀 É bem mais do que tinha em mente pelo menos. Presumo que a fonte desse valor seja a própria Apple, ou algo semelhante. Qualquer das formas, assumindo que esse valor é real, e que todos esses postos de trabalho fossem perdidos, o desemprego subiria 0.3% durante umas semanas na China. Embora 0.3% possa parecer um valor residual, claro que não é visto que o desemprego na China ronda os 5.5%, e teria um impacto na vida de muitas pessoas a pequeno prazo. Mas pior que estes postos de trabalho na China, seriam outros milhões que se perderiam posteriormente um pouco por todo o mundo, devido à grande chapada financeira que a Apple levaria caso perdesse o mercado da China lol.
A Apple não está de malas aviadas para a India! Está é a passar parte da produção para a Índia, primeiro porque está obrigada a isso por acordos que já tinham sido estabelecidos há alguns anos com o governo indiano sobre as taxas alfandegárias, e depois porque necessita diversificar pontos de produção (há outros países) para evitar os problemas criados entre os Estados Unidos e a China.
Tadeu, se está a passar parte da produção para a Índia, está a destruir empregos na China, correcto?
Isso vai de acordo ao que eu disse acima, se o emprego criado pela Apple for residual, serão banidos.
Só ainda não foram por causa dos postos de trabalho que ainda têm na China, que são muitos milhares.
Se esse número reduzir substancialmente, os Chineses agirão.
É a minha opinião, posso estar errado, mas o que digo tem lógica.
Não vai de acordo ao que disseste em cima porque passar parte da produção pode não significar um impacto muito grande na China, até porque é do interesse da Apple continuar com uma presença forte na China, dada a dimensão das suas vendas e a cadeia de produção. A Apple tem muitos fornecedores na China, fornecedores em que investe recursos significativos.
O desemprego na China está entre os 60 a 80 milhões de pessoas, os trabalhadores que veem do campo para trabalhar nas cidades, não contam como desempregados, e neste momento existem dezenas de milhões sem trabalho. Outra solução, foi por várias pessoas a fazerem mesma tarefa ( arrumar as compras nos sacos, num supermercado, abrir portas, étc. O partido comunista, teme que o alto nível de desemprego leve a revoltas populares. Uma reforma de um agricultor é de 14€ mês!! E até 2025, mais de 120 milhões de agricultores vão se reformar!! A China tem 600 milhões de pessoas que vivem com 140€ mês. Com o Covid, as cheias que já causaram dezenas de biliões em prejuízo, e perda de colheitas, animais mortos, . A China ainda tem problemas com os EUA, Índia, Japão, Outros países asiáticos.
Também é legalmente dúbio que possam ir atrás de empresas estrangeiras que fazem negócios com o Irão, etc, e no entanto fazem isso.
O bizarro é o Trump achar que impedir a app nos iPhones na China iria ter algum impacto significativo para a China. São medidas dum louco que prefere arder tudo só para conseguir continuar agarrado ao poder
Tadeu, não me parece que o Trump pense que os Chineses ficam tristes se o Wechat fosse retirado dos iPhones na China.
Pura e simplesmente os Chineses iriam comprar Huawei, Xiaomi, Oppo, Vivo e outras e os iPhone ficariam a apanhar pó nas prateleiras…
Esta cena do WeChat é uma loucura entre os chineses, só visto.
É um programa extremamente completo, pelo que sei quase ninguém paga em dinheiro, é tudo pago com WeChat.
O que o Trump acha não se “escreve”. O simples facto de querer dar a entender que ele é capaz de fazer mossa na WeChat (quer haja ou não efeito numa loja da China), é demonstrativo de que isto é apenas fogo de vista para enganar o povo americano em ano de eleições.
A WeChat simplesmente pouco interage com cidadãos americanos para sequer fazer sentido os argumentos de segurança nacional.
Ele é tão bonzinho, queria ver se fosse outra empresa.
Obviamente que à Apple interessa vender iPhones na China, dá-lhe muito dinheiro a ganhar. Obviamente só vende iPhones na China com a app WeChat.
No ocidente é que é uma app de chat em grupo que permite voz, foto, vídeo e mensagens de texto.
Na China é a app faz-tudo: É possível pedir comida, consultar um médico, comprar todo tipo de produto, chamar um táxi, pagar um café. E até, em algumas regiões, guardar documentos de identificação oficiais.
“Ah e tal por que é que a a China não expulsa a Apple antes que ela deslocalize a produção?!” Não sei como é que a Apple abandonava as fábricas na China e queria continuar a vender iPhones lá. E dá muito dinheiro a ganhar na China, às empresas, aos trabalhadores e ao Estado, não vejo motivo para a expulsar.
Quanto à deslocalização, o presidente da Foxconn (taiwanesa e o principal parceiro da Apple) disse que passou , desde junho do ano passado, a capacidade produtiva fora da China de 25% para 30% e que os investimentos nas várias regiões do mundo iam continuar.
Também disseram que ele tinha dito que o iPhone podia ser já totalmente fabricado fora da China, se fosse preciso, por causa dos conflitos EUA-China, mas a Foxconn desmentiu.