Apple lança patente para Apple Watch detetar diabetes com base no odor corporal
A Apple percebeu que fundindo sensores dedicados à saúde com tecnologia "vestível" poderá resultar na "galinha dos ovos de ouro". Dessa forma, a empresa de Cupertino tem equipado o Apple Watch com tecnologia revolucionária e que atrai o consumidor. São várias as vidas ajudadas com tecnologia de monitorização da frequência cardíaca. São também vários os casos em que o ECG ajudou a detetar problemas graves nos utilizadores do smartwatch da Apple. Segue-se a diabetes?
Nesse sentido, a Apple apresentou algumas patentes que podem detetar casos de diabetes através do odor corporal.
Apple Watch cada vez mais o médico privado, no pulso dos utilizadores
A saúde é um negócio que atrai todas as empresas. O utilizador não se escusa a gastos em nome da saúde e do bem-estar. Assim, o Apple Watch tem vindo a oferecer várias tecnologias dedicadas a esse segmento. São já vários os casos conhecidos de pessoas salvas pelas tecnologias existentes no smartwatch da empresa de Cupertino.
Além dos sensores de frequência cardíaca, do sensor de ECG, do sistema de aviso de quedas e de um conjunto de sensores dedicados ao bem-estar, a Apple tem, em conjunto com universidades americanas, perseguido outros meios de detetar doenças. Conforme se deve lembrar, desde 2017 que a Apple tem dedicado especial atenção à diabetes. Além de testar biosensores, outras abordagens ligadas a sinais detetados no sangue foram tidos em conta.
Sensores que analisam o ar
Há novas evidências que levaram a Apple a submeter pedidos de patentes. Como resultado, poderemos ver o iPhone ou o Apple Watch a alertar os utilizadores quando estes estão na presença de gases perigosos no ar. Contudo, a Apple tem um foco na saúde e esta tecnologia, no futuro, poderá igualmente alertar os diabéticos de altos ou baixos níveis de açúcar no sangue.
Na génese destas capacidades estará a forma como a Apple desenvolve sensores para estes poderem "cheirar" o ambiente local. Além disso, também as partículas de poeira extremamente finas ou a simples poluição podem ser detetados. Tudo isto é então colocado ao serviço dos dispositivos móveis.
Como poderá a Apple fazer esta recolha dos gases?
É verdade que os gases perigosos no ar são extremamente difíceis de serem detetados pelos humanos. Quando damos conta deles, por vezes, é tarde demais. Como exemplo, temos o monóxido de carbono, um gás comummente conhecido por ser potencialmente letal. Por vezes a pessoa nem dá conta até que o cheiro ou a pele irritada a alerte.
Existem dispositivos e detetores capazes de determinar a presença de gases venenosos e alertar o utilizador. No entanto, são itens separados que a maioria das pessoas simplesmente não sentiria a necessidade de os ter. A capacidade de deslocar esta funcionalidade para um smartphone ou outro dispositivo, usado regularmente, poderia ser a solução. Resultaria num sistema de aviso portátil que poderia ser difundido, com um nível de segurança aprimorada em torno dos gases.
Através de duas patentes apresentadas no Departamento de Marcas e Patentes dos Estados Unidos, a Apple apresentou mais algumas ideias. Segundo o que se depreende da descrição, na base está a recolha de elementos existentes no ar.
Sensor de partículas de material compacto
O primeiro dispositivo, intitulado "Compact Material Particulate Sensor", é mais voltado para detetar a poluição do ar. A Apple nota que o material fino particulado, com um diâmetro menor que 2,5μm, é visível apenas como um nevoeiro em níveis elevados. No entanto, pode respirar-se facilmente e "provavelmente nunca sairá do corpo", o que poderia exacerbar as condições das doenças respiratórias.
A solução da Apple é usar um dispositivo de deteção de partículas composto por um feixe de luz num comprimento de onda específico e com vários fotodetectores. Um filtro de filme fino sobre os fotodetectores é ajustado para ser transparente à luz difundida de um comprimento de onda similar ao feixe. Assim, permite que a luz refletida pelas partículas passe através dele.
Uma segunda versão também sugere o uso de um circuito eletrónico sensível à carga que é configurado para rejeitar a luz de fundo. Tal sistema permitiria filtrar falsos positivos causados por ondas de luz de origem externa utilizando o mesmo comprimento de onda.
A Apple avalia que este sistema é superior aos métodos existentes de deteção de partículas de poeira que usam uma bomba para soprar ar num túnel escuro, que é atingido por um feixe de luz infravermelha, com a luz refletida e interpretada para fornecer um resultado. Esses tipos de detetores "apresentam várias deficiências" e, devido à necessidade de uma bomba de ar e de um orifício no dispositivo principal, não podem ser facilmente integrados num smartphone ou tablet.
Sistemas e métodos para deteção ambiental
O segundo pedido de patente relacionado, "Sistemas e métodos para deteção ambiental", é efetivamente para a deteção de produtos químicos no ar. Embora isso seja útil apenas para aplicações de segurança, a Apple também sugere que o sistema usaria sensores para detetar um cheiro associado a uma "espécie química". Assim, quando alimentado num mecanismo de inteligência artificial, poderia fornecer "capacidades de reconhecimento de olfato".
Dessa forma, a aplicação descreve o uso de sensores de líquidos iónicos, sintonizados em intervalos específicos, contidos num microssistema eletromecânico (MEMS) alojados num chip. Coberto com uma camada permeável ao ar, o chip também pode incluir um aquecedor usado para elevar as temperaturas dos sensores de líquido iónico, para reverter qualquer processo químico e efetivamente os devolver a um estado de pré-deteção para reutilização.
Apple Watch poderia "cheirar" a pele do utilizador
Usando vários sensores com diferentes resistências, estes podem ser usados para medir vários tipos diferentes de substâncias químicas no ar. Posteriormente, podem fornecer algum indicador de como está o ar (quantificar). Versões alternativas incluem o uso de um multiplexador analógico, um filtro de baixa frequência e um conversor analógico-digital para pré-processar sinais e criar versões digitais.
Embora a principal preocupação do sistema seja a segurança aérea, a capacidade de cheirar poderia ajudar de outras formas. Como exemplo, poderíamos considerar a "deteção de material alimentar estragado, deteção de odor corporal e aplicações de saúde". O suor de um utilizador pode ser "cheirado" para determinar os seus níveis de açúcar no sangue, algo que permitiria que um dispositivo como o Apple Watch realizasse uma forma de monitorização de glicose sem depender do contacto direto com o utilizador ou exigir um sensor incorporado na pele da pessoa.
Mas quando será este conceito colocado em prática?
Não é certo que a Apple vá já lançar estes produtos. Isto porque geralmente a Apple regista regularmente vários pedidos de patentes na USPTO. No entanto, mesmo com a publicação da patente, apenas teremos indicações de conceitos e de áreas de interesse da empresa. Não há garantias que um conceito possa avançar para produto, mas percebe-se que a Apple está a trabalhar com esses indícios.
Como este conceito não é novo nas ambições da Apple, visto que já em julho de 2018 havia submetido um pedido de patente relacionada com deteção de gases, leva-nos a equacionar que o trabalho já decorre há algum tempo.
Tanto é que noutra patente de maio de 2015 para "Dispositivo eletrónico com sensor de gabinete de alto-falante" a empresa sugeriu o uso de um sensor ambiental dentro de uma cavidade de alto-falante, uma ideia que daria ao sensor alguma proteção contra os elementos. Além disso, permitiria o movimento natural do ar através do diafragma do alto-falante para ajudar o sensor a recolher amostras.
Portanto, o que temos a analisar é um trabalho já com muitos anos num conceito de "nariz eletrónico", que poderá ser colocado quer ao serviço da saúde, com deteção da diabetes, quer ao serviço do bem-estar e segurança ao detetar gases nocivos ao ser humano. Tudo isto, envolvido por um gadget que pode ser o iPhone ou o Apple Watch.
Este artigo tem mais de um ano
Fonte: Apple Insider
Neste artigo: Apple Watch, cheiro, diabetes, sensor
pois, agora os diabéticos têm um cheiro doce, queres ver…
Não sabes, mas eu explico. Sim, há doenças que provocam odores diferentes nas pessoas. Dou-te como exemplo este artigo Finalmente é possível detetar a doença de Parkinson pelo cheiro. Além disso, há outros sinais que, para o mortal comum, passam despercebidos, mas que aos olhos da tecnologia fazem a diferença. Este caso poderá ser um desses exemplos.
Vamos la ver é se não será como o AirPower, tanto falado e tão elogiado (na teoria) e acabou por ser dado como morto ha 1 semana oficialmente e ‘discretamente’.
No campo de fazer algo totalmente novo a Apple tem prometido sempre muito mas falhado na hora. A Apple é boa, muito boa a pegar em algo que ja exista e tornar isso melhor e mais util, como foi o caso dos ECG e etc, não inventou nada, não inventou sensores HR apenas tornou-os mais uteis, fiaveis etc. Aqui sendo algo que teria ela propria de desenvolver certamente será mais um ‘AirPower’.
Filipe… a tua opinião não seria outra, ou não era a tua. Sobre o AirPower… face à realidade, a Apple decidiu e bem não lançar um produto que nada acrescentasse, visto que em termos de tecnologia o que queriam fazer (e que em tempos entenderam ser possível) na realidade, após os testes, não era viável. Fizeram bem não lançar um produto que poderia trazer problemas ou que não servisse com qualidade. Se fosse fácil, qualquer outro já o tinha feito como a Apple o pensou. Mas não. Claro que, no meu entender, falhou ao anunciar algo que depois não conseguiu colocar no mercado. Mas todas fazem isso, olha a Google que passa a vida a lançar e a fechar serviços, a Samsung que lança produtos que dão prejuízo (o segmento das impressoras que teve de abandonar), a Sony que vendeu áreas porque os produtos não tinham viabilidade, a LG que lança produtos de consumo e que os retira tempos depois porque não foram viáveis… é o normal das empresas.
Agora, coisas que sei que não gotas de saber, mas na verdade a Apple desenvolve tecnologia a partir de patentes suas e utiliza (como todos) tecnologias de terceiros, quando estes são os fornecedores do melhor material (ecrãs Samsung e LG, chips qualcomm e intel, etc…). Como tal, a Apple não foi a pioneira, por exemplo, em trazer para o mundo o Face ID, mas foi a pioneira em trazer para os smartphones a melhor tecnologia de reconhecimento facial. Assim como não foi a pioneira em trazer o ECG para dispositivos mobile, antes outra empresa tinha patenteado estes sensores para a braceletes do Apple Watch. Posteriormente, a Apple foi a primeira a colocar esta tecnologia no Apple Watch. Sim e olha, é um sucesso, e até na Europa. Mas, sem dúvida que tirou proveito da tecnologia amadurecida de outra empresa. Alias, quem não faz isso? (só um ceguinho não vê isso 😉 )
A Apple, neste caso, está a trabalhar desde 2014 com a Universidade de Stanford e com a equipa do cardiogram para apresentar algo para lá do que é usado. Estas patentes, ao que parece, são para cobrir áreas que devem fazer falta ao que já está conseguido. Segundo informações lançadas em 2018, o cardiogram já conseguia detetar diabetes tipo 1 com uma razoável taxa de sucesso.
Claro que há pessoas mais azedas que parecem ficar tristes porque a marca A ou a marca B lançam um produto no mercado, quando deveriam ficar contentes porque, quem sabe, um dia podem se servir desses equipamentos. Temos de usar as coisas, e não deixar que as coisas nos usem caro Filipe. 😉
No entanto e como é referido, as empresas lançam patentes quando estão em fase de desenvolvimento, para cobrir de forma legal os trabalhos que desenvolvem e não os comprometerem se estes passarem à fase de produção. Nesta caso, poderá ser esse o caso. A Apple provavelmente não irá na próxima versão lançar este sistema, mas está a desenvolver sobre ele. Alias, o próprio Apple Watch traz tecnologias patenteadas há alguns anos e só nesta última versão foram introduzidas, como é o caso da deteção de quedas.
Portanto, não te consumas, tem calma, saboreia as tecnologias.
Abraço e bom fim de semana.
“Claro que, no meu entender, falhou ao anunciar algo que depois não conseguiu colocar no mercado. Mas todas fazem isso, olha a Google que passa a vida a lançar e a fechar serviços..”
Uma coisa é descontinuar um produto por insucesso. Outra coisa é anunciar um produto que nem à prototipagem chegou porque acharam que “os nossos eng. encontraram uma solução”.
Se outras empresas anunciarem produtos desta maneira, diariamente viriamos novas “inovações” em todo o mundo.
A decisão de anunciar o AirPower prematuramente faz me lembrar projetos no Kickstarter que teoricamente é impossível na vista dos engenheiros.
Concordo contigo Vítor: o fail não foi o produto não ter sido concretizado; foi anunciá-lo sem humildade. Mas isso nunca se pode comparar com empresas que “passam a vida a lançar e a fechar serviços”
Uma coisa é avaliar antes de colocar cá fora e saber que o produto não está em condições, outra coisa é lançar um produto que coloca em causa até a segurança dos utilizadores, como o Google Plus. Claro, relevas, eu sei (chamas a isso humildade, são interpretações). Como referi, há uma precipitação que não deveria ter havido, criou até uma curiosidade no mercado que depois ficou defraudada, mas não lançou um produto que, com a sua suposta falta de qualidade, prejudicasse o consumidor. São pontos de vista.
Ou seja uma aplicação para monotorizar como é que nós cheiramos. Como se já não bastasse todas as informações que smartphones e wearables recolhem do utilizador.
Tou mesmo a ver o potencial disso. Um dia temos uma aplicação que nos manda um aviso de voz a dizer algo do género: “Está a cheirar mal, devia tomar um banho antes da reunião que tem às 13h30”
😀 nisso também tens razão, mas se já sabem como bate o teu coração, por onde andas, com quem te relacionas, qual o teu aspeto, o que compras, que interesses tens e tudo o que fazes no mundo online, mais cheiro menos perfume 😉 não irá adiantar muito.
Sabem porque:
1 – Deixamos que saibam.
Dizemos que não temos nada a esconder e que quem não deve não teme. Porque dizemos que é super conveniente.
2 – Porque outros (amigos de facebook e afins) passam a vida a dizer o que nós fazemos quando partilham coisas (fotos, informações, etc) que nos incluem a nós sem dar cavaco nenhum.
Depois ficamos assustados quando morre um familiar nosso e de repente o nosso facebook enche-se de coisas/anuncios/posts/publicidade sobre como superar a dor da perda de um ente querido (True story).