Twitter: Utilizadores verificados devem poder editar tweets de outros?
Os utilizadores do Twitter veem a rede social como uma plataforma onde podem ser transparentes e livres de partilhar as suas opiniões. No entanto, é também um meio onde facilmente se dissemina informação que nem sempre se mostra verdadeira. Por isso, a agora diretora do Disinformation Governance Board do Department of Homeland Security dos EUA defende que os utilizadores verificados devem poder editar tweets de outros.
Como era de esperar, esta ideia levantou preocupações sobre censura.
Numa reunião online, a nova diretora do Disinformation Governance Board do Department of Homeland Security dos EUA, Nina Jankowicz, começou por dizer que possui uma conta verificada no Twitter, mas que “há muitas pessoas que não deveriam ser verificadas”, pois “não são legítimas”, nem “dignas de confianças”.
Os utilizadores cuja conta é verificada são, à partida, “autênticos, notáveis e ativos”, pelo que o ícone azul permite que os restantes utilizadores identifiquem celebridades e figuras públicas.
A perita em desinformação foi nomeada pela Casa Branca para chefiar uma nova divisão – de acordo com o New York Post, os críticos compararam-na a uma espécie de ministério da verdade.
Na opinião de Jankowicz, os utilizadores verificados devem poder editar os tweets de outros, de forma a contextualiza-los, se necessário.
Se o Presidente Trump ainda estivesse no Twitter e publicasse uma reclamação sobre fraude eleitoral, alguém poderia acrescentar contexto de um dos 60 processos que passaram pelo tribunal ou algo que um funcionário eleitoral disse, para que as pessoas tenham uma imagem mais completa e não apenas uma reclamação individual num tweet.
Exemplificou, hipoteticamente, a nova diretora.
Embora não seja certo quando teve lugar a reunião via Zoom que resultou nesta ideia de edição pelas contas verificadas, a notícia foi dada pela The Post Millennial, uma agência noticiosa com sede no Canadá, através do Twitter.
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Claro que isto jamais se poderia aplicar a Portugal. Contudo, fico, por vezes, com a sensação de que há países em que há muito quem pense que uma empresa privada é um órgão de soberania. Aliás, há situações em que, inclusivamente, transparece a ideia de que uma empresa poderia ter poderes para ser, não apenas um, mas, na verdade, vários órgãos de soberania ao mesmo tempo, acumulando funções legislativas com executivas e até mesmo judiciais…
Creio que se chegou a um ponto em que a generalidade da população não tem a mínima cultura nem conhecimentos gerais, talvez fruto da especialização precoce e excessiva. Ou seja, dá-me a sensação que largas camadas populacionais especializam-se a tal ponto em matérias cada vez mais específicas (até por motivos de excessiva concorrência a nível do mercado de trabalho) – imaginemos em matemática, em urologia, em informática, etc, etc -, que depois não têm nem vontade nem tempo para saberem o mínimo acerca das restantes matérias, o que faz dessas pessoas, salvo o devido respeito, completos ignorantes, embora encartados…
Uma coisa que aprecio no Pplware é que, embora sendo sobretudo um “site” de tecnologia, e com especial foco na informática, acaba por ajudar os seus leitores a cultivarem-se em muitos outros domínios, desde a astronomia e astrofísica, à música, passando por assuntos políticos, saúde pública e pessoal, assuntos de natureza social, etc.
Havia é de haver um grupo de utilizadores fiaveis para moderar os conteudos e contas. Mesmo no facebook vejo contas obviamente falsas e gostava de poder ter a autoridade de a limpar dali
E assim que comecam todas as ditaduras. Cheias de boas intencoes para me protegerem do mal. Depois protegem me do meu vizinho… r no fim acabam a proteger me de mim prioprio. Nao precisio de nenhum ministerio da verdade. Seja de que partido for.
É o “pensem nas criancinhas …” – Aliás a proposta que anda a ser discutida na UE é assustadora. Com a desculpa do “pensem nas criancinhas” propoe tornar obrigatório vigiarem as conversas privadas. https://www.eff.org/deeplinks/2022/05/eu-commissions-new-proposal-would-undermine-encryption-and-scan-our-messages
Editar os próprios Tweets, ainda é aceitável, agora o dos outros???
O tweet dos outros só a própria plataforma (administradores/ moderadores) é que deve poder removê-los ou associar alguma informação que aponte os leitores para outras fontes de informação caso a veracidade da informação seja disputada, ou seja necessário um contexto para entendê-la de forma apropriada. Em caso algum editar.
Para mim é problema que não se coloca. Nunca gostei do Trump mas, quando censuraram a conta dele no Twitter, eliminei a minha conta. Achei horrivel e ditactorial por parte dessa empresa. Não admito censura mas, por outro lado, o dono da rede social é que estabelece as regras de utilização e o utilizador sai a qualquer momento, se discordar. jamais me passaria pela cabeça alterar ou acrescentar uma vírgula que fosse à opinião de outra pessoa, pois acho esse acto inqualificável, primário, próprio de salvagens e portanto também não admito que o façam aos meus posts. Ou publicam, ou não publicam e chega bem. Quem discorda seja lá do que for, que responda aos posts e exerça o seu direito à liberdade de expressão.
eu concordo se usarem um lápis azul, sou um gajo saudosista…..
“ironia”
Eu concordo, desde que eu possa editar as contas dos outros. Aliás, até crio uma conta no Twitter só para o fazer…