Na China, foram lançadas mais de 1.000 músicas com vozes geradas por IA
A Inteligência Artificial (IA) já nos mostrou que é capaz de ser muito de muita coisa. Agora, na China, foram lançadas mais de 1.000 músicas que contam com vozes geradas pela tecnologia.
Algumas delas já foram ouvidas mais de 100 milhões de vezes.
Recentemente, um dos maiores fornecedores de serviços de streaming de música na China, Tencent Music Entertainment (TME) revelou que um sistema de síntese de voz baseado em IA cantou mais de 1.000 músicas lançadas pela empresa nos últimos três meses.
A IA chama-se Lingyin Engine e pode imitar as vozes de cantores humanos e depois produzir músicas originais nessas vozes. Ou seja, se compusesse uma música e quisesse que ela fosse interpretada por Freddy Mercury, o sistema poderia fazê-lo.
Por saber que se trata de uma tecnologia muito poderosa, a TME patenteou a tecnologia. Agora, está a utilizá-la para lançar temas na voz dos cantores chineses falecidos e dos ainda vivos, que são populares entre os ouvintes. De acordo com a empresa, uma das suas composições intitulada "Today" tornou-se na primeira canção de IA a ultrapassar as 100 milhões de transmissões, tendo gerado uma receita estimada de quase 350.000 dólares, até agora.
Para as empresas como a TME, que gastam rios de dinheiro, todos os anos, em artistas, isto pode ser uma das melhores oportunidades de negócio, uma vez que agora podem criar músicas sem os intérpretes, deixando esse trabalho para a IA.
Esta possibilidade levanta uma questão muito sensível, que ameaça os músicos da atualidade. Por isso, os cantores poderiam começar sentir a necessidade de garantir direitos de autor das suas vozes, por forma a assegurar que o Lingyin Engine, nem qualquer outra IA semelhante a esta, usaria a sua voz para interpretar músicas, sem o seu consentimento.
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Me assusta cada dia mais ver a quantidade de previsões feitas por George Orwell em 1984 sendo confirmadas pela realidade. Não por causa das vozes criadas por IA em si, mas pelo conteúdo das músicas, que certamente seguirá o formato apresentado pelo livro, feitas, também, por IA.
Convem meditar sobre o facto de Orwell falhar numa parte da suas previsões, não vão ser os comunistas a dar cabo disto tudo.
Não se refere a comunistas mas sim a movimentos totalitários.
Temos IA compondo e gravando músicas, temos software com IA “pintando” quadros digitais ou cenários hiper-realistas virtuais, não tardará que belas artes sejam uma coisa do passado. Até um filme no grande ou menor ecrã terá actores que não existem representando peças com argumentos/livros criados por IA e uma ida ao teatro será para ver hologramas igualmente criados por IA. A ideia talvez passe por no futuro privar o ser humano de todo e qualquer processo criativo porque pode ser uma ameaça ao bom funcionamento da matrix se de repente aparecer alguém que se lebre de querer ser livre.