Nova tecnologia poderá reduzir o custo de carros a hidrogénio
Embora a vantagem esteja no lado dos veículos elétricos, o mercado ainda não tem bem a certeza de qual será o melhor substituto para os combustíveis fósseis. Há muitos estudos e especialistas que afirmam ser o hidrogénio o verdadeiro combustível "zero emissões", limpo desde a produção ao consumo, mas os custos parecem ser o grande entrave.
Para combater o maior problema para a implementação do hidrogénio nos veículos, foi desenvolvido um novo catalisador que combina técnicas mais modernas e materiais mais baratos, para substituir, por exemplo, a platina. Poderá ser um novo rumo para este mercado.
A nova técnica poderá revolucionar o pensamento sobre o futuro dos combustíveis que usaremos nas estradas do planeta. Se o custo é um dos principais fatores de lenta apresentação de alternativas movidas a hidrogénio, este novo catalisador, apresentado por cientistas da Brown University, pode ser a solução.
O novo catalisador combina uma camada externa de átomos de platina pura com camadas alternadas de átomos de platina e cobalto no seu núcleo. As camadas ordenadas ajudam a apertar a carcaça e a proteger o cobalto, o que torna o catalisador mais reativo e durável, aumentando a vida útil da célula do combustível de hidrogénio.
A questão fundamental está na capacidade de colocar um novo catalisador que tornaria os veículos movidos a células de hidrogénio mais baratos e muito mais competitivos.
Segundo as informações que foram dadas a conhecer, esta nova tecnologia é baseada em nanopartículas de uma liga de platina e cobalto, colocando neste catalisador materiais que, além de mais baratos (removendo parte da platina pura utilizada), são também mais eficientes e duráveis.
As células de combustível de hidrogénio prometem veículos que, com a infraestrutura certa, combinam emissões zero de carros elétricos com a autonomia e a liberdade dos combustíveis fósseis convencionais.
Qual a necessidade do catalisador?
Para que as células de combustível funcionem, precisam de um catalisador para facilitar a reação de redução de oxigénio. As células de combustível contêm uma membrana de troca de protões (PEMFC - Proton-exchange membrane fuel cells) com hidrogénio num lado e ar que contém oxigénio no outro.
Na reação de redução de oxigénio para gerar eletricidade, existe a necessidade de um catalisador para que a reação funcione. Caso contrário, existem vários obstáculos na produção de energia.
Neste processo, a platina é o principal catalisador, mas é um material caro, ineficiente e propenso a impurezas.
Nas palavras de um dos investigadores responsáveis envolvido no processo, Junrui Li, a liga de platina com metais como o cobalto é mais barata e torna o catalisador mais eficaz, mas o metal de base oxida rapidamente sob condições adversas.
Para evitar isso, a equipa da Universidade Brown criou nanopartículas que consistiam numa camada externa de platina pura e um interior construído de camadas alternadas de átomos de platina e cobalto.
Estas camadas intensificam as capacidades reativas da platina, evitando que os átomos escapem na reação, aumentando assim o tempo de vida útil do elemento catalisador.
O arranjo dos átomos na camada central ajuda a suavizar e apertar a rede de platina na camada externa. Isso aumenta a reatividade da platina e, ao mesmo tempo, protege os átomos de cobalto de serem consumidos durante a reação. É por isso que estas partículas têm um desempenho muito superior às partículas de liga com arranjos aleatórios de átomos de metal.
Referiu o cientista Shouheng.
Da teoria à realidade
Quando testado este novo catalisador, as nano-partículas catalíticas mostram que já superam os resultados da platina e conseguem manter-se ativas depois de 30 mil ciclos de voltagem, valor onde a platina tem quebras significativas.
No entanto, a equipa enfatiza que o que acontece numa bancada do laboratório é diferente do que acontece dentro de uma célula de combustível com maior temperatura e acidez.
O novo catalisador foi enviado ao Laboratório Nacional de Los Alamos para testes adicionais dentro de uma célula de combustível real.
A equipa refere que os testes indicam que o novo catalisador excede as metas estabelecidas pelo Departamento de Energia dos EUA (DOE) para atividade inicial e durabilidade a longo prazo, com uma atividade inicial de 0,56 amperes por miligrama e uma atividade após 30 000 ciclos (equivalente a cinco anos dentro de uma célula de combustível) de 0,45 amperes.
Mesmo após 30 000 ciclos, o nosso catalisador ainda excedeu a meta definido pelo DOE para a atividade inicial. Esse tipo de desempenho num ambiente de célula de combustível do mundo real é realmente promissor.
Ainda há muito trabalho a desenvolver sobre um caminho que parece agora promissor, depois deste teste em que os valores dão indicações claras de sucesso, é importante enviar já um pedido provisório de patente.
Agora é colocar toda a tecnologia em cenários reais para se obter mais informações de várias outras variáveis que podem trazer informações importantes no desenvolvimento futuro deste tipo de tecnologia.
Leia também:
Este artigo tem mais de um ano
Toyota sempre á frente ….
Toyota?? Onde? O artigo nem fala dela.
Vê bem …
Na primeira imagem, grande logotipo da toyota escarrapachado por cima de “fuelcell”.
Se bem que provavelmente nao tem nada a ver com a noticia e a imagem foi utilizada so para ilustrar.
Eu estava a referir-me sobre o artigo, não à imagem. Mas penso que o comentário do tears foi sobre a imagem, daí a confusão.
Celso o tears deve ser aquele tipo que lê o título e vê as imagens e depois fica na ignorância e vão contar histórias distorcidas.
100x melhor q os electricos …
é electrico também, os motores são idênticos lá por ser FCEV em vez de BEV. Daí os eletricos serem o futuro, até parece que os comboios estão a voltar aos diesel 🙂
e 1000000000x melhor q os carros a combustao
Podes crer meu amigo
Toyota já tem estes carros em circulação a Europa.
a BMW têm um serie 7 a muito a correr a europa.
Se eu acho que o hidrogénio é o futuro e a melhor opção? Sim! Já o digo à anos.
Se eu acho que a indústria petrolífera / eléctrica irá deixar (não esquecer que não é só de fontes alternativas que a energia vem)… Duvido.
A Toyota e a Hyundai (em parceria se não me engano) têm conseguido grandes avanços na tecnologia do hidrogênio. Tenho a certeza q o litium é uma tecnologia de transição e que o hidrogênio é quem vai vingar se não aparecer outra. Espero q não demore muito porque o Litium não é sustentável e é altamente tóxico para os solos. Se for massificado teremos q ter uma reciclagem muito bem implementada caso contrário teremos um problema grave.
Em se falando do uso do hidrogênio é importante relembrar que o hidrogênio não é uma fonte de energia e sim uma forma de armazenamento de energia. Estamos falando em gás hidrogênio (H2) e não em fusão nuclear, que é um assunto completamente diferente.
O gás hidrogênio não é encontrado livre em depósitos subterrâneos como o gás natural, nem congelado no fundo dos oceanos como o metano. Ele pode ser produzido a partir da hidrólise da água, processo que consome bastante energia. Por isso mesmo, apesar de possível, a hidrólise da água utilizando eletricidade (eletrólise), experiência científica realizada normalmente nas escolas para fins didáticos, não utilizado comercialmente. De fato o hidrogênio utilizado para fins industriais é obtido do petróleo. A esperança é a produção de hidrogênio utilizando a luz solar, em equipamentos semelhantes às placas fotovoltaicas, em um processo chamado de “fotossíntese artificial” (nome incorreto mas popularizado, o certo seria dizer “fotólise” já que não ocorre síntese e sim a quebra – lise – da molécula de água).
Mas então qual a diferença entre gerar hidrogênio em vez de gerar energia elétrica?
A ideia é que o hidrogênio seria mais fácil de se armazenar do que a energia elétrica, o que não é completamente verdade já que o armazenamento de hidrogênio também tem seu problemas, ou que a densidade energética do hidrogênio seria maior que a da eletricidade armazenada em baterias.
Outro ponto é que além da utilização do hidrogênio para mover veículos de tração elétrica,através de células de hidrogênio como as abordadas no texto deste artigo, o gás hidrogênio pode ser utilizado diretamente como combustível em veículos com motores de combustão interna.
A ideia de veículos a combustão utilizando hidrogênio como combustível é atraente porque permitiria o aproveitamento da tecnologia atual com muito menos modificações que o uso da tração elétrica, mas esbarra no mesmo problema das baterias, pois a densidade energética do hidrogênio é menor que a da gasolina, já que o hidrogênio não pode ser liquefeito por compressão a temperatura ambiente e portanto deve ser armazenado na forma gasosa sob altas pressões, o que implica em tanques pesados e volumosos.
O uso de células de combustível permitiria um melhor aproveitamento do da energia do hidrogênio, pois os motores a combustão tem aproveitamento energético muito inferior aos motores elétricos.
Seja como for, o futuro do hidrogênio depende do desenvolvimento da chamada “fotossíntese artificial” e do desenvolvimento de um sistema de produção distribuída de energia.
Trata-se de uma alternativa muito promissora e os avanços tanto na área de produção quanto da utilização desse gás são sempre muito bem vindos, mas não existe contraposição entre o uso de baterias e do hidrogênio, nem este é uma alternativa energética milagrosa que estaria sendo preterida em prol de investimentos em baterias, como denotam alguns comentários recorrentes em artigos sobre este assunto.
Funcionando a tecnologia com o ar ambiente, como é a diferença de comportamento do carro em ambientes ricos em oxigénio (Campo) Vs ambientes muito poluídos (Cidades na China, por ex). Será que se vai notar muito no rendimento?
Nos carros a gasolina o combustível também queima reagindo com oxigénio do ar ambiente, portanto essa diferença de que você é a mesma que existe hoje nesses carros.
PArecede que a mercedes tem esse problema minimizado, com a marca EQ
Futuro é hidrogénio e não baterias, diz responsável da Mercedes
https: //www.aquelamaquina.pt/noticias/actualidade/detalhe/futuro-esta-no-hidrogenio-nao-nas-baterias-diz-responsavel-da-mercedes.html