Lembra-se do Hyperloop? China diz saber como torná-lo real
O conceito do Hyperloop deveria revolucionar como viajamos, com pessoas e mercadorias a conseguirem circular entre cidades de forma hiper rápida. Apesar da complexidade que tem atrasado as várias tentativas de se tornar real, a China alega, num artigo recente, que sabe como torná-lo exequível.
Com os cientistas a pensá-lo há várias décadas, foi Elon Musk que reacendeu a ideia do transporte por via de tubos de vácuo: em 2013, o empresário teorizou o Hyperloop, que prometia revolucionar as viagens, com as pessoas a deslocarem-se entre cidades a velocidades brutais, de 1000 km/h.
Apesar da ideia revolucionária, os desafios revelaram-se verdadeiramente complexos:
- Uma diferença de pressão 200 vezes maior do que as cabines dos aviões;
- Betão propenso a fugas;
- Resistência magnética incapacitante;
- Necessidade de engenharia milimetricamente perfeita para carris e pontes, para evitar catástrofes.
Enquanto o Hyperloop ia ficando cada vez mais distante, pelos desafios de engenharia encontrados, a China pensou o conceito e, em 2024, testou o hyperloop maglev em dois quilómetros, no condado de Yanggao, província de Shanxi.
Durante o teste, o veículo maglev operou num tubo de baixo vácuo com dois quilómetros de comprimento, demonstrando uma navegação controlada, uma suspensão estável, uma paragem segura e um controlo eficaz das curvas. Além disso, manteve a velocidade máxima e a altura da suspensão dentro dos valores predefinidos.
Conforme a informação do South China Morning Post, o megaprojeto foi detalhado, pela primeira vez, no mês passado, num artigo publicado no journal chinês Railway Standard Design.
Quais as soluções da China para tornar o hyperloop real?
No novo artigo, Xu Shengqiao, engenheiro-chefe do China Railway Engineering Consulting Group (CREC), revelou como os engenheiros enfrentaram os problemas associados ao Hyperloop com uma fusão radical de:
- Tubos de aço-betão de baixo vácuo;
- Amortecedores magnéticos acionados por Inteligência Artificial (IA);
- Construção rigorosa de nível militar;
- Sólida experiência de outros projetos ferroviários de alta velocidade.
Uma das falhas do Hyperloop era a sua dependência de tubos metálicos dispendiosos. Por isso, a China pensou em vigas compostas em forma de N que combinam estruturas de aço e betão selado a vácuo.
No interior, os engenheiros criaram um labirinto de varões revestidos a epoxy e reforços de fibra de vidro para neutralizar a resistência magnética - uma abordagem que reduziu a perda de energia em mais de um terço, segundo a informação.
No exterior, utilizaram juntas de dilatação em aço ondulado para acomodar as variações de temperatura, enquanto as grelhas de tensão guiadas por laser garantiram um alinhamento de 0,05 mm ao longo de quilómetros.
O aço resiste à tensão e o betão à compressão. Juntos, formam uma fortaleza hermética.
Os ensaios terão mostrado que os tubos mantiveram a integridade near-vacuum, apesar dos invernos gelados e dos verões de 45 °C.
Uma vez que, a 1000 km/h, a resistência magnética aumenta exponencialmente, as equipas de Elon Musk tiveram dificuldade em lidar com as correntes induzidas (Corrente de Foucault) do aço.
Por sua vez, a equipa de Xu terá reestruturado o núcleo: as bobinas supercondutoras foram reposicionadas para otimizar o fluxo magnético, enquanto as grelhas de aço com baixo teor de carbono substituíram os varões tradicionais.
Depois, os módulos de carris calibrados a laser, pré-fabricados com uma precisão de 0,1 mm, eliminaram os riscos de oscilação; e, para o vácuo, o betão terá sido reinventado.
Uma vez que o betão normal se desfaz no vácuo, a equipa de Xu criou outra versão, cujos testes indicaram que poderia suportar décadas de pressão de near-vacuum sem fissuras.
Em julho de 2024, os engenheiros testaram, com sucesso, a sua solução.
Este ensaio representa um marco internacional como a primeira validação integrada de um sistema de suspensão eletrodinâmico supercondutor que visa velocidades de 1000 km/h num ambiente de baixo vácuo, demonstrando com sucesso múltiplas tecnologias de missão crítica ao nível sistémico.
Escreveram os engenheiros.
Na altura, sensores de fibra ótica nas paredes do tubo detetaram micro-movimentos, desencadeando ajustes em tempo real nas correntes supercondutoras.
Por fim, a abordagem da China assenta na modularidade: as secções de tubos pré-fabricados produzidas em massa reduzem os custos em 60%.
Além disso, as bombas de vácuo distribuídas reduzem o consumo de energia, e os algoritmos de IA prevêem as necessidades de manutenção.
Apesar da solução apresentada, a expansão térmica em tubos mais longos e os protocolos de emergência para passageiros ainda não foram testados.
Mais do que isso, a comercialização do transporte a 1000 km/h exige investimentos avultados, que representam riscos, "até para a China", segundo o South China Morning Post.
Enquanto isso em Portugal ainda discutimos a bitola Ibérica vs Europeia e as ligações Lisboa / Porto para Madrid…
Em vez do tgv isto sim, Lisboa Porto em 15 minutos, e Porto Faro em 25 minutos. Oh Montenegro ve se acordas
e outra visita da troika
Há por aí pessoal super hiper mega rico com Bitcoin? Se são gente que gosta de investimentos de risco, tomem lá.
https://zeroemissiontransportation.webs.com
https://patents.google.com/patent/WO2009135389A1/en