Fomos à China experimentar o poderoso Yangwang U9
A BYD, gigante chinesa da mobilidade elétrica, entrou oficialmente no segmento dos supercarros com o Yangwang U9, um modelo 100% elétrico que promete abalar o domínio europeu neste segmento de elite. Foi esse mesmo que nos levou à China para experimentar. E... que máquina!
Através da marca de luxo Yangwang, a BYD pretende afirmar a capacidade tecnológica da China não só na produção em massa de veículos elétricos, mas também no território da alta performance, dominado por nomes como Ferrari, Lamborghini, Porsche ou Rimac.
Produção e ambições globais
O Yangwang U9 é produzido na China, numa linha dedicada à marca Yangwang, utilizando uma arquitetura desenvolvida internamente — a e4 Platform, que permite controlar de forma independente os quatro motores elétricos.
Esta plataforma é um marco técnico que dá ao U9 capacidades como rotação no próprio eixo (tank turn) e elevada estabilidade dinâmica.
O foco inicial da produção é o mercado chinês, mas a BYD já manifestou intenção de levar a marca Yangwang a mercados internacionais selecionados.
A Europa está no radar, mas com um posicionamento cauteloso, dado o grau de exigência do público europeu neste segmento e as fortes regulamentações.
O lançamento fora da China dependerá da receção local e da maturidade da infraestrutura de suporte a veículos elétricos de alta performance.
Características técnicas e desempenho
O Yangwang U9 impressiona com os seguintes dados:
- Potência combinada: mais de 1.300 cv (quatro motores elétricos independentes)
- Aceleração dos 0 aos 100 km/h: cerca de 2 segundos
- Autonomia (CLTC): cerca de 450 km
- Arquitetura elétrica: 800V, compatível com carregamento ultrarrápido
- Sistema de suspensão inteligente DiSus-X, que permite, entre outras funções, “saltar” com o carro parado (literalmente)
- Interior com acabamento premium, ecrãs digitais múltiplos e controlo central avançado com integração de IA
O design exterior é futurista, agressivo e aerodinâmico, com portas em asa de gaivota e uma silhueta digna de um supercarro de topo.
Mercado e concorrência
O preço oficial na China é de cerca de 1,68 milhões de yuan, o que equivale a aproximadamente 215.000 euros à taxa de câmbio atual.
Este valor coloca o U9 como alternativa direta a modelos como:
- Porsche Taycan Turbo GT
- Rimac Nevera (embora este seja muito mais caro)
- Lotus Evija (também num segmento de preço superior)
- Ferrari SF90 Stradale (híbrido, não 100% elétrico)
Apesar do preço inferior a muitos concorrentes europeus, o U9 não compromete na inovação ou na qualidade tecnológica, sendo visto como um símbolo da nova confiança industrial chinesa.
Chegada à Europa: quando e como?
A BYD já opera em vários mercados europeus com os seus modelos elétricos de passageiros e comerciais, o que poderá abrir caminho para uma futura entrada da marca Yangwang.
No entanto:
- A homologação do U9 para o mercado europeu ainda não foi confirmada.
- A estratégia passará, muito provavelmente, por lançamentos limitados e sob encomenda, com foco em mercados de luxo como Alemanha, Suíça, Reino Unido e possivelmente Portugal.
- Um modelo de apresentação em feiras de automóveis e eventos de luxo poderá preceder a entrada formal.
O Yangwang U9 é mais do que um supercarro elétrico chinês: é um manifesto tecnológico da BYD. Através deste modelo, a marca não pretende apenas competir — quer redefinir o que um supercarro pode ser na era elétrica.
Resta saber se o mercado europeu, tradicionalmente cético em relação a marcas chinesas no segmento de luxo, estará pronto para aceitar este novo concorrente.
Se chegar, o U9 poderá ser uma das maiores surpresas do mercado automóvel de alta performance dos próximos anos.
Já agora digam lá ao pessoal o que acharam da nova China?
Não sei se já tinham visitado a China nos últimos anos, mas a ideia que muito pessoal tem de cidades pobres e de um povo miserável é errada em 2025, todas as vezes que lá vou fico admirado a última cidade que visitei foi Chongqing e fiquei parvo o que mudou em 3 anos.
Qual é a mais evoluida das cidades chinesas que surpreende qualquer um e vale a pena visitar?
Shangai
Estive em várias cidades, mas Xangai é um mundo à parte. E é importante limpar a ideia de que a China é atrasada, com aldeias pobres… nada disso, longe disso. E vamos ficar surpreendidos com o nível de evolução dos chineses.
Quando estive em Zhejiang, uma cidade utilizada e automatizada pela BYD para os ensaios do Denza Z9 GT e Yangwang U8 (e das suas soluções de carros autónomos), e onde estivemos à conversa com Stella Li, vi uma China diferente, mas não é pobre, bem pelo contrário, mais tradicional, mas equipada com o necessário. E com muita natureza bem tratada. Muita organização, disciplina e muito à frente em termos de transportes e da própria logística.
Depois, em zonas periféricas… há de tudo, mas com dimensão. Um país incrível.
Eu sugiro Pequim e Shanghai.
E também Shenzhen, a cidade mais tecnológica onde a DIDI tem a maior frota de carros sem condutor…
O pessoal por aqui só conhece a China pela narrativa oficial do Ocidente!
Debitam toda a palha de que se alimentam.
Lerem e procurarem o contraditório lesa-lhes os neurónios
Estás em 2025. Penso que ninguém minimamente inteligente acredita nas parvoíces que a oligarquia não eleita da UE diz.
Eu há muito que só acredito neles quando aparecem com ideias sustentáveis, verdes e bonitas. Sei logo que vão meter a mão ao bolso de quem trabalha e paga impostos.
A minha experiência é (foi) identica á sua. A primeira vez que visitei a China, foi em 1979, na região de Guangdong. Grande parte da população ainda andava de bicicleta nas ruas, usando aquela fatiota cinza reminiscente da relativamente recente influência Maoista. Alguns paravam na minha frente, olhando admirados para um ocidental, como se fosse um extra terrestre, Voltei á mesma cidade em 2002, e desta vez fui eu que não acreditei no que vi. As roupinhas cinza, tinham sido substituidas por marcas de qualidade, e as bicicletas substituidas por (maioritariamente) motas, e uma avalanche de carros (alguns topo de gama europeus). Os centros comerciais eram comparáveis a qualquer grande cidade ocidental, e já ninguém ligava importância a europeus de férias ou negócios, em suma um desenvolvimento económico impressionante no espaço de 23 anos. Agora, passados exactamente mais 23 anos, nem sei como será, mas imagino que quase tudo o que “copiaram” e venderam barato, foi melhorado e substituido por um produto como este BYD Yangwang U9. Gostaria que quem condena os chineses, por “concorrência desleal” se informasse melhor sobre a China, e, se possivel, também passasse por lá.
Porque roubar IP (ainda que legalmente) é concorrência leal?
Já foi algumas vezes há china, mas além da China urbana, existe uma China rural, essa sim 3o mundista e é daí que sai a mão de obra para sweatshops..
Já agora, quantos de vocês já visitaram uma sweatshop? Fui visitar uma supostamente não sweatshop mas uma fábrica normal da minha empresa na China e caiu-me um queixo
Acho curioso como há quem se apresse a apontar o dedo à pobreza alheia – especialmente quando é “exótica” ou distante – mas se esquece de olhar para o próprio quintal. É verdade que há pobreza na China, como há em qualquer país do mundo, e sim, há condições de trabalho deploráveis em muitos sítios. Mas já visitou as aldeias remotas de Portugal, os bairros sociais de Lisboa ou do Porto, ou as zonas rurais do Alentejo e do Norte? Ou aldeias em Itália, um país do G7? Garanto-lhe que, se for com olhos abertos, vai encontrar pobreza, exclusão e até condições de vida indignas – só em Portugal, cerca de 2,1 milhões de pessoas vivem em risco de pobreza ou exclusão social, e quase meio milhão em privação material e social severa.
A pobreza não é um troféu de vergonha para um país ou outro. É um problema global e complexo, que exige soluções e não apenas moralismos fáceis. Antes de apontar o dedo à China com tanta arrogância, talvez seja mais útil olhar para o que nos rodeia e perceber que, em muitos aspetos, estamos longe de sermos superiores ou exemplares.
E foram?
Que máquina. Que carrão.
Mais uma vez a china a dar cartas…
Não que vá comprar um carro destes, mas estas autonomias num carro de elevada performance são muito baixas.
meia dúzia de voltas a um circuito e a bateria deve acabar num instante
Sim, mas se carregar em 5 minutos os tais 400 km, como a BYD está já a instalar na China, facilmente se faz uma viagem sem stress de autonomia.
“…Este valor coloca o U9 como alternativa direta a modelos como:
…
Ferrari SF90 Stradale (híbrido, não 100% elétrico)…”
Isto estava no briefing da apresentação?
Esta malta dos elektros não se toca, sempre a tentar colar-se à Ferrari. A Tesla já tinha tentado fazer o mesmo, lool
Não digas disparates, estás a baralhar os assuntos, porque não sabes o que dizer. Como deverias saber, não custava nada ires pesquisar, a Ferrari tem na China um dos seus principais mercados, sobretudo na China Continental, Hong Kong e Taiwan. E esta alternativa que se fala facilmente acontecerá dentro destes mercados. E sem estes mercados, a Ferrari vê-se a braços com um problema grave de vendas. E é nesses mercados, sobretudo, que a BYD está a apostar 😉 e os resultados estão aí, como deves saber (mesmo que não gostes, claro).