Para quando aviões amigos do ambiente?
Os carros elétricos estão a conquistar as estradas, mas os aviões não estão a seguir um caminho tão rápido. Está à espera de conseguir voos amigos do ambiente? Spoiler alert: ainda vai demorar e vão ser mais caros...
Pelas estradas, veem-se cada vez mais carros elétricos, numa tendência que se prevê crescente, considerando todas as exigências em torno do transporte. Contudo, quando o assunto é a mobilidade aérea, a resposta não surge prontamente, havendo ainda muito por explorar.
O maior evento mundial para a indústria da aviação aconteceu, na semana passada, em Paris. A sustentabilidade do setor foi tema aceso no Paris Air Show, pois a União Europeia definiu novas regras que exigem que as companhias aéreas usem combustível mais sustentável a partir de 2025, aumentando acentuadamente nos anos seguintes.
A vontade é muita, mas sustentabilidade na aviação é mais complexa
Assim como está a acontecer com o transporte terrestre, a aviação tem sido pressionada para se reinventar, de modo a assegurar uma mobilidade mais verde. Durante o evento, aliás, tanto as fabricantes como as companhias aéreas asseguraram que os novos aviões serão mais eficientes, em termos de combustível, do que aqueles que voam, atualmente.
Contudo, a solução encontrada para os carros, a eletricidade, não é tão fácil de adotar:
É muito mais fácil colocar uma bateria pesada num veículo se não precisar de o levantar do chão.
Disse Gernot Wagner, economista climático da Columbia University.
De acordo com a Associated Press, o Sustainable Aviation Fuel (SAF), em português, Combustível de Aviação Sustentável, é, para já, a melhor alternativa que a indústria da aviação tem disponível, para conseguir cumprir a promessa de zero emissões líquidas até 2050.
Promessa essa que reúne muitos céticos: uma investigação levada a cabo pela GE Aerospace concluiu que quase um terço dos oficiais de sustentabilidade da aviação duvida que a indústria consiga atingir essa meta.
Atualmente, a indústria da aviação é responsável por 2% a 3% das emissões mundiais de carbono. A previsão é que essa participação cresça ainda mais, à medida que as viagens aumentam e as outras indústrias se tornam mais verdes.
Por sua vez, o SAF representa apenas 0,1% de todo o combustível utilizado na indústria. A ideia é que esta alternativa seja massificada, pois é conseguida a partir de fontes como óleo de cozinha usado e resíduos vegetais, sendo misturada com combustível de aviação convencional.
Apesar de os produtores afirmarem que o SAF reduz as emissões de gases com efeito de estufa em até 80%, em comparação com o combustível de aviação comum, ao longo de seu ciclo de vida, a barreira à sua adoção em massa é o preço.
Conforme lamentou Molly Wilkinson, vice-presidente da American Airlines, os fornecedores de SAF "serão capazes de definir o preço", pelo que esse valor poderá refletir-se no preço final dos bilhetes de avião.
Os combustíveis de aviação sustentáveis são de fato o maior potencial tecnológico para descarbonizar o setor de aviação, mas o principal problema... é que eles não estão disponíveis.
Sabemos que antes do final da próxima década – pelo menos – eles não estarão disponíveis em grandes quantidades.
Explicou Dimitri Vergne, senior policy officer da BEUC, a Organização Europeia de Consumidores, acrescentando que, tão cedo, este tipo de combustível não será a principal fonte de combustível para aviões.
Eletricidade... Hidrogénio... Indústria está há anos à procura de soluções eficientes para os aviões
No meio das soluções que são, para já, massivamente impraticáveis, há quem veja os SAF como uma ponte para o futuro, no qual os aviões vão ser alimentados por eletricidade ou por hidrogénio. No entanto, ambas as soluções requererão verdadeiros avanços de engenharia. E não só.
O hidrogénio parece uma boa ideia. O problema é que quanto mais se olha para os detalhes, mais se percebe que é um desafio de engenharia, mas também económico. Está dentro do possível, não nas próximas décadas.
Partilhou Richard Aboulafia, da AeroDynamic Advisory, uma consultora aeroespacial.
Este artigo tem mais de um ano
Imagem: NASA
Fonte: Associated Press
Neste artigo: Aviação, Aviões, Combustível de Aviação Sustentável, SAF, sustentabilidade
Pior que isso são os hipócritas que nos querem impingir e taxar tudo e mais alguma coisa, mas não abdicam do jato privado, corridas de fórmula 1, cruzeiros, etc etc etc. Mais que hipócritas, são autênticos scammers.
A F1 vai ser net 0 a partir de 2026 e já é hibrida desde 2014
F1 net 0?? Quero ver essa magia.
Isso inclui o transporte do circo á volta do globo ?
Não, não inclui. Tal como não inclui as viagens todas de avião que se faz por dia ou é só a F1 que anda de avião agora ? os aviões são outro problema bem mais difícil de resolver mas havemos de lá chegar
A F1 vai ser net zero??? Isso incluí todos os ecrans ligados a vê-la, mais os espectadores?
Para mim estou me nas tintas, o CO2 é só mais uma de muitios esquemas para transferir poder do individuo para grupos.
Entretanto: Electric cars damage roads twice as much as their petrol equivalents, analysis has shown, as the pothole crisis grows on Britain’s roads.
Analysis by The Telegraph has found that the average electric car more than doubles the wear on road surfaces, which in turn could increase the number of potholes.
Também está incluído no net zero dos carros eletricos?
Loooool, há quem acredite me tudo, no entanto está -se nas tintas para o co2. Ahahahaha
Não vale a a pena discutir que já vi que nem sabes o que é net 0.
Entretanto os SUV também estraga mais as estradas que um smart quando é que vamos tratar disto??? Os carros elétricos desde que estraguem mais as estradas e menos os meus pulmões estou bem com isso mas parabéns pelo argumento é capaz de ser o argumento mais estupido que já vi contra os elétricos tanta coisa para pagar e tu pegas no alcatrão muitos parabéns.
Até porque nem é verdade, os pneus dos carros mais pesados sao maiores por alguma razão, o peso por cm2 continua a ser o mesmo, mas enfim, gostam de inventar mas ver a física por detrás é mentira.
Precisamente o que sempre referi!
Mas tenho sempre Ayatolas a referirem que sou contra o ambiente!
Mas esta gente não tem 3 dedos de testa para verem que algo de muito errado se passa, quando empurram as pessoas para a compra de carros eléctricos, que são caríssimos e a indústria dos transportes continua na mesma?
Quantas décadas mais vamos ter aviões com motores de combustão? E Pesados de mercadorias? E navios?
E pergunta mais importante, há energia para tudo? E quanto custa? Quem paga? E porque é que os maiores poluidores continuam sem mexer uma palha!?
A cabeça não serve só para coçar a caspa!!!!!
Acho que ninguém discorda do teu ponto. Faz todo o sentido que tudo o que não seja veículos ligeiros de passageiros também faça a sua transição.
Só que não dá para, simplesmente, colocar baterias em tudo, por enquanto. Seja por questões técnicas ou de custo. As baterias são demasiadamente pesadas para isso.
Logo o que se terá (e está) a ser feito é desenvolver combustíveis menos poluentes e/ou baterias que sejam muito mais leves e com mais autonomia.
Por ser necessário muita energia é que se tem de optar pelas formas mais eficientes, eu sei que isto vos diz pouco, mas é o que faz rodar o mundo.
Porque os maiores poluidores são aqueles que estão a mexer a palha, não leu o artigo ?
Estou a falar de países!
Que me interessa obrigar a indústria Europeia a quase falir para ser amiga do ambiente se depois ao fim do dia eu vou comprar produtos muito mais baratos de países que se borrifam para o meio ambiente e que são só os 2 mais populosos: Índia e China!
Curioso, porque a China é dos países com mais produção de renováveis e em termos de incentivos a carros e renováveis também são os mais fortes. E a Índia não tanto, mas também já tem planos para acabar com os carros.
A economia da Europa vai falir ? Então porquê?
A F1, como montra tecnológica que é utiliza e desenvolve tecnologia mais eficiente, que acaba por ser transferida para os carros normais, outas competições do topo como o WEC também ajudam. Os F1 são 20 carros que podem ajudar a melhorar milhares ou mais de carros na estrada. Não esquecer que os electricos vão ter impacto em alguns continentes (Eurpa e USA), grande parte da Asia e Africa não vão ter impacto, pelo menos tão cedo, comovivemos num mundo global temos que olhar para tudo.
A questão do transporte do “circo”, é irelevante (1/2 aviões e os camiões dependendo do local). Deve-se ver sempre a big picture e como pode ajudar e não pensar pequeno. Há negócios que poluem mais de certeza e não contrinbuem tanto.
Hidrogénio na avião ? Lol, nem nos carros funciona quanto mais…
Combustíveis sintéticos sim, agora a viabilidade é que não tem, pelo menos com os preços praticados agora, já que mais de 60% do custo é em combustível.
Isso dos preços, é relativo, a Tesla tem vindo a baixar o preço dos carros, quando um produto é lançado e há aceitação do mercado com a produção a todo o vapor os custo diminuem, até a tecnologia para a produção vai tendo também evolução.
Por acaso reparei que um dos meus “vizinhos”, moramos em ruas próximas, têm um Toyota a hidrogénio, não sei onde o vai abastecer, mas anda com o carro no dia a dia, no meu concelho de residência, há um posto de abastecimento para os autocarros a hidrogénio e acho que as viaturas particulares não podem lá ir, e não acredito que a pessoa tenha de ir a Espanha para atestar.
Não acredito que seja o mirai, até porque em termos de seguros só existiram 2 seguros em Portugal para toyota mirai, foram os 2 que cá estiveram pela toyota, em 2018 e 2021, fui dos primeiros cá a ver esse carro ao vivo, se bem que só andou até esvaziar os tanques.
Tem a certeza que é o Mirai ?
Não estou a falar de preço da tecnologia, mas sim do combustível, esse nada tem a ver com desenvolvimento ou não, senão a gasolina e o kWh de electricidade eram muito mais baratos agora do que quando foram lançados.
As viaturas ligeiras podem nao ir, já que o posto é privado, mas o toyota mirai pode abastecer nesse posto, no entanto tem de ter um adaptador próprio e só consegue abastecer metade dos tanques, é um posto de 350 Mpa
É um Mirai, Azul, matricula Portuguesa
É alguém que abastece lá no posto de Cascais, no entanto não vai muito longe, a pressão desse posto é muito baixa para lhe dar mais do que 150 kms.
Vai ser muito mais difícil e levar muito mais tempo aviões comerciais elétricos simplesmente não funciona é impraticável pode funcionar com alguns aviões pequenos mas nos comerciais não, as baterias nunca irão ficar suficientemente leves para que seja rentável portanto vejo duas soluções hidrogénio ou combustíveis sintéticos, penso que o hidrogénio ate já esteja a ser testado pela airbus são ambos boas soluções, podem ser produzidos diretamente no aeroporto sem necessidade de transporte e como irá ser feito em grandes quantidade pode ficar muito barato, no entanto é sempre um processo que vai demorar tempo, os aviões são o transporte mais seguro porque sempre se tentou garantir que o mesmo acidente não aconteceria duas vezes tudo tem backups alterar todo o sistema de propulsão de um avião vai abrir caminhos para novos problemas que têm que ser salvaguardados antes.
Para quem estiver interessado nos testes da airbus em motores a hidrogénio
https://www.youtube.com/watch?v=es9iu2SL0YU&ab_channel=AerospaceTestingInternationalMagazine
Hidrogénio tem o mesmo problema que as baterias, não tem densidade suficiente, nem nos carros tem.
Sim, combustíveis sintéticos funcionam, agora depende se estão dispostos a pagar 10 a 20 x mais pelo bilhete.
Eu acho que é a Boing, que tem um modelo hibrido e que em tempos nos teste realizados teve problemas com as baterias.
@JL, vira para lá essa boca com o preço dos bilhetes de avião, eu viajo todos os anos para a Ásia, e este ano os preços estão uma loucura, o preço que pagava para duas pessoas este ano nem para uma pessoa consigo comprar, compro sempre entre Março e Junho para ir em Novembro ou Dezembro, este ano ainda ando a ver as promoções e está complicado, pago por norma entre os 500€ e os 650€, este ano a média é de 900€ a 1200€, está uma loucura, tivemos de salvar as companhias areias por causa do Covid, e como premio recebemos viagens a preços loucos.
60% do custo do bilhete é para pagar o combustível, agora é multiplicar por 10, apesar de haver vozes que ainda acreditam que produzir algo sintético é mais barato. Looool
Se fizerem poucos litros sai caro, a Coca-cola se só fizesse um litro por dia também ficava uma fortuna 🙂
Se realmente for esse o caminho vais ver os preços a diminuir, agora não podemos esquecer dos carteis.
Quantos mais litros fazem, mais energia gastam ? Ainda não entendeu que neste caso não se aplica o aumento de eficiência por quantidade ?
Ou seja, com 5 ovos faz um bolo, com 10 não vai fazer 3 bolos iguais, por muito que se esforce.
Aviões é complicado… assim como navios (se bem que já existem velas modernas que transferem a mais pequena oscilação em energia elétrica)…
Mas o que me faz confusão é: porque não se considera o uso de cantenárias outra vez?! Pelo menos para os pesados (transporte de mercadorias e passageiros). Não era necessário estar tudo eletrificado, mas o suficiente para ir carregando baterias em andamento e dessa forma minimizar o uso de baterias e tempos de paragem.
Fica feio?! que chatice.
E porque não mais linhas de caminho ferro, mais rápidas, mais economicas com muitas vidas poupadas.
Sobre as cantenárias a volvo tem em teste na Suécia e penso que também na Dinamarca.
Qualquer instalação física – dos dois lados – é um gasto que só faz sentido para décadas de uso.
Óbvio, porque havia ser para meia dúzia de anos ?
Estes e os barcos poluem e não é pouco. Mas o Zé que agora vai trocar de carro, porque é amigo do ambiente, vai de férias e de avião, que por ser low-cost, é muito melhor…
E os aviões também andam só com o piloto e comandante ?
Eu como Europeu tenha vergonha deste povo. Só taxas e mais taxas e depois aceitam tudo. Enquanto isso, o médio oriente a crescer e desenvolver-se cada vez mais.
Mas pronto, viva o ambiente, venha de lá mais umas taxas e proibições.