UE lançou uma investigação sobre painéis solares chineses
A União Europeia (UE) lançou dois inquéritos sobre fabricantes chinesas de painéis solares, suspeitas de obterem uma "vantagem desleal" e de beneficiarem de subsídios estatais que "distorcem a concorrência".
A investigação da Comissão Europeia foi anunciada na quarta-feira (3) e está relacionada com um projeto na Roménia. Este visa conceber, construir e explorar um parque fotovoltaico de 110 megawatts (MW), parcialmente financiado por fundos da UE, especificamente pelo EU Modernisation Fund.
Conforme justificado, a Comissão Europeia teme que duas empresas chinesas que apresentaram propostas para participar na construção estejam a ser apoiadas por subsídios excessivos, no sentido de derrotar os concorrentes e assegurar, dessa forma desleal, os contratos públicos multimilionários.
Em comunicado, a UE revelou o nome das duas empresas:
A primeira é a LONGi Solar Technologie GmbH, uma filial recente da LONGi Green Energy Technology, uma importante fornecedora de módulos solares sediada em Xi'an.
O primeiro consórcio investigado é composto pelo Grupo ENEVO e pela LONGi Solar Technologie GmbH. O Grupo ENEVO, líder do consórcio, é um prestador de serviços de engenharia e consultoria sediado na Roménia. A LONGi Solar Technologie GmbH é uma filial alemã recentemente criada, totalmente detida e totalmente controlada pela LONGi Green Energy Technology Co., Ltd, que é um importante fornecedor de soluções solares fotovoltaicas, cotado na Bolsa de Valores de Hong Kong.
Tanto a LONGi Solar Technologie GmbH como a LONGi Green Energy Technology Co., Ltd. desenvolvem atividades no domínio do desenvolvimento, fabrico e manutenção de bolachas, células e módulos solares.
A segunda é um consórcio explorado pelo Shanghai Electric Group, uma empresa pública que presta serviços nas áreas da energia eólica, solar e hidrogénio.
O segundo consórcio investigado é composto pela Shanghai Electric UK Co. Ltd. e a Shanghai Electric Hong Kong International Engineering Co. Ltd. Ambas as empresas são detidas e controladas a 100% pela Shanghai Electric Group Co. Ltd, uma empresa pública da República Popular da China. Em última análise, é detida e controlada pelo Shanghai State-owned Industry Supervision and Management Committee, uma entidade estatal subordinada ao Governo Popular Central da China.
A Shanghai Electric UK Co., Ltd. e a Shanghai Electric Hong Kong International Engineering Co., Ltd. são fornecedoras líderes mundiais de soluções industriais de energia, fabrico e integração de inteligência digital. Prestam serviços de armazenamento de energia eólica, solar e de hidrogénio, bem como um processo integrado de produção, rede, carga e armazenamento.
Nos termos da lei na qual a UE se está a basear, a Foreign Subsidies Regulation, as empresas são obrigadas a notificar os seus concursos públicos na UE quando o valor estimado do contrato for superior a 250 milhões de euros e quando a empresa tiver recebido, pelo menos, 4 milhões de euros de contribuições financeiras estrangeiras de, pelo menos, um país estrangeiro nos três anos anteriores à notificação.
As duas novas investigações sobre as subvenções estrangeiras no setor dos painéis solares visam preservar a segurança económica e a competitividade da Europa, assegurando que as empresas no nosso mercado único são verdadeiramente competitivas e jogam limpo.
Disse Thierry Breton, comissário para o Mercado Interno, explicando que "os painéis solares tornaram-se estrategicamente importantes para a Europa: para a nossa produção de energia limpa, para o emprego na Europa e para a segurança do abastecimento".
UE está de olho nos subsídios (excessivos) estrangeiros
Apresentado pela primeira vez em maio de 2021, a Foreign Subsidies Regulation visa aumentar o escrutínio sobre os subsídios estrangeiros, que até então estavam isentos do olhar da Comissão Europeia, ao contrário dos auxílios estatais injetados pelos Estados-Membros, que requerem aprovação.
A lei destina-se a assegurar uma concorrência leal entre os 27 países, combater as distorções do mercado e impedir que os governos estrangeiros se apropriem das marcas europeias.
Conforme recordado pela Euronews, no mês passado, a CRRC Qingdao Sifang Locomotive, uma empresa estatal chinesa, retirou-se de um concurso para a compra de 20 comboios elétricos "push-pull", na Bulgária, após ter sido objeto de uma investigação ao abrigo da Foreign Subsidies Regulation.
O regulamento relativo às subvenções estrangeiras é o instrumento que salvaguarda a igualdade de oportunidades e garante que ninguém pode beneficiar de vantagens injustas.
Sublinhou Margrethe Vestager, assegurando que "a concorrência leal é fundamental para atrair a investigação e o investimento no mercado solar europeu".
Com a investigação a decorrer, o executivo tem 110 dias úteis para tomar uma decisão final, que pode proibir a adjudicação do contrato.
Off topic:
Estou admirada que ainda não meteram a noticia de “Cascata de Erros da Microsoft expôs dados sensíveis dos EUA”
Como se a União Europeia não passa-se a vida a encher o rabo das grandes empresas com fundos europeus eu conheço empresas que já não sabem viver de outra maneira a não ser através dos fundos senão fecham as portas.
Uma dessas empresa é o Estado Português
+1
A União Europeia (UE) lançou dois inquéritos sobre fabricantes chinesas de painéis solares, suspeitas de obterem uma ‘vantagem desleal’ e de beneficiarem de subsídios estatais que ‘distorcem a concorrência’. No entanto, é importante lembrar que a empresa Airbus (apenas um exemplo) também recebeu muitos ‘subsídios/financiamento de FEEI’. Como diz o ditado, ‘Quem tem telhado de vidro não deve lançar a primeira pedra’.
pois se a UE quisesse que a competição fosse justa, fazia como os chineses e atribuía ainda mais apoios ás empresas.. o caso é que não podem comercializar produtos baratos, porque o vencimento de um trabalhador médio está pensado para ser todo gasto mensalmente, para que o dinheiro volte aos patrões.. caso contrario, o trabalhador acumula dinheiro, e os patrões (os grandes gestores do País) ficam mais pobres..
o tempo que perderam a investigar os painéis chineses (que devia ser um exemplo), deviam investigar as empresas a que dão os subsídios..
Ah sim… a EU está podre de corrupção.
Sou pró EU, mas a corrupção tem de parar, nem é preciso ir longe, basta ver a aplicação de fundos cá…
A UE tem dinheiro para tudo e um par de botas e nao tem dinheiro para apoiar a transição energética e incentiva-la como a China.
Força as pessoas a uma transição apressada, mas as pessoas que se amanhem.
A Europa ou abre os olhos ou quando der conta é o aterro sanitario do mundo.
Nos anos 50 e 60 os norte-americanos tinham um medo pânico de cada vez que se dizia: vêm aí os Russos. Hoje o paradigma mudou e conseguiram exportar para a Europa outro pânico: vêm aí os Chineses.
Tanto medo já enoja.
Se fossem empresas dos EUA até dobravam os “apoios”, mas como bons vassalos (paus mandados), estão a cumprir as ordens vindas Washington a rigor.
Acho que a união europeia só deveria financiar os produtos fabricados na Europa, desde a matéria prima, passando pelas várias fases até ao produto final, para isso teria de haver um histórico como já fazem com os produtos alimentares. Claro que isso iria criar muita azia em alguns países, tais como os Estados Unidos ou a China, mas temos que ser uns para os outros, se eles tem medidas protecionistas porque é que nós temos de fechar os olhos. Depois muitos de nós em vez de trabalhar porque as fábricas de painéis, de telemóveis, de veículos elétricos existentes na Europa fecham por andar tudo a dormir e ficámos em casa a receber subsídios porque não há trabalho e a deixar comentários em tudo que é site.
metam-se com chineses e depois digam que lhes sai a sorte grande
os paineis solares chineses têm um backdoor que permite à china roubar a eletricidade que eles produzem.
Acho bem, porque os painéis solares Chineses são uma ameaça á segurança nacional.
É aque ouvi dizer que os painéis solares enviam para a China informações sobre o nosso Sol.
Pelos vistos na China o Sol é outro.
E não só, aquilo tem câmaras e microfones por todo lado apontados ao céu porque eles querem saber quantos pardais existe em cada país.