O ano vai ficar marcado com palavras como COVID-19, pandemia, Trump, TikTok e China. Assim, tal como um vírus, a novela entre o TikTok e a administração Trump parece não ter fim, nem aparece uma vacina. Depois da suspeita, do bloqueio e da ordem para venderem os seus interesses nos Estados Unidos, a empresa por trás da app TikTok quer levar o caso à justiça.
Segundo informações, a TikTok prepara-se para processar o governo Donald Trump. Este é uma resposta aos esforços contínuos do governo para retirar a rede social chinesa dos Estados Unidos.
TikTok vai processar administração de Donald Trump
Conforme informações reveladas na passada sexta-feira, a empresa por trás do TikTok planeia entrar com um processo contra a administração Trump. Segundo o que é revelado, a empresa quer refutar os esforços em curso para forçar a ByteDance a vender os seus interesses em solo americano ou encerrar as operações nos EUA. Além disso, a empresa está agora obrigada, através de uma ordem executiva de Trump, a resolver tudo até meados de novembro.
Apesar de discordarmos fortemente das preocupações da Administração, há quase um ano que procuramos empenhar-nos de boa-fé para fornecer uma solução construtiva. O que encontrámos foi a falta do processo devido, uma vez que a Administração não prestou atenção aos factos e tentou inserir-se nas negociações entre empresas privadas.
Para garantir que o estado de direito não é descartado e que a nossa empresa e utilizadores são tratados com justiça, não temos escolha a não ser contestar a Ordem Executiva através do sistema judicial.
Referiu um porta-voz do TikTok à Mashable num e-mail. Nesta mesma informação, a empresa acrescentou que o processo judicial provavelmente acontecerá durante a próxima semana.
O problema de Trump é a sede da ByteDance ser na China?
Apesar de esta ser mais uma batalha no meio de várias acusações de espionagem, esta empresa leva por tabela porque a sua sede é na China. Contudo, a empresa garante que todos os dados dos utilizadores dos Estados Unidos estão alojados dentro do país. No entanto, a administração do presidente dos EUA tem preocupações sobre o acesso das autoridades chinesas a dados confidenciais de cidadãos americanos.
Embora TikTok e ByteDance tenham insistido que tal cenário não é possível, as preocupações não são inteiramente desprovidas de mérito. As leis de segurança na Internet da China permitem ao governo o acesso ilimitado aos registos das empresas chinesas. Embora o TikTok não opere realmente na China e mantenha os dados do utilizador armazenados na Virgínia, estas informações também são armazenadas num local em Singapura.
Obviamente que além destas preocupações, a empresa refere que há uma animosidade pessoal e uma postura agressiva por parte de Donald Trump. Aliás, esta plataforma tem sido usada como arma de arremesso até na campanha política do candidato a presidente dos Estados Unidos.
Microsoft e Oracle na corrida pelos ativos do TikTok nos EUA
Quaisquer que sejam os motivos, as preocupações do governo em torno do TikTok culminaram no final de julho, quando surgiu a notícia de que Trump estava a avaliar uma proibição nos Estados Unidos. A Microsoft rapidamente emergiu como um provável candidato a uma aquisição teórica das operações americanas da plataforma por um interesse americano. Posteriormente, falou-se mesmo no Twitter e até a Oracle quis igualmente mostrar que estava interessada.
Aguardaremos assim os desenvolvimentos desta novela, para perceber se há ou não preocupações legítimas, ou apenas fait divers.