Portugal: Criadas baterias que autocarregam sem perder energia
Quem acompanha o tema das baterias certamente que o nome Maria Helena Braga não é desconhecido. A investigadora da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) trabalha com John B. Goodenough, o criador das baterias de iões de lítio.
A investigadora do Porto criou agora baterias que se autocarregam sem perder energia.
Maria Helena Braga criou uma nova bateria que, ao combinar "capacitância negativa e resistência negativa" na mesma célula, permite que esta se autocarregue sem perder energia. Em declarações à agência Lusa, a investigadora explicou que a inovação surgiu da necessidade de entender o "funcionamento de um eletrólito (substância que se dissolve para originar uma solução que conduz eletricidade) de vidro ferro elétrico".
Com base numa célula eletroquímica, formada por dois condutores (dois elétrodos diferentes) e um eletrólito rico em lítio, a equipa de investigadores concluiu num estudo, publicado na revista "Applied Physics Reviews", que a célula, ao combinar "capacitância negativa e resistência negativa", se autocarrega.
A capacitância negativa ocorre quando uma mudança na carga faz com que a tensão, através de um material, mude na direção oposta. Por sua vez, a resistência negativa ocorre quando se dá um aumento de tensão nos terminais de um circuito ou dispositivo elétrico e que resulta numa diminuição da corrente elétrica.
Como é que se criam baterias que se auto carregam?
Formando um condensador de capacitância negativa. Não é a primeira vez que se vê isto, mas é a primeira vez que essa capacitância negativa é vista associada a uma resistência negativa.
Sabendo nós que temos um material ferro elétrico que se auto carrega, podemos prever esse autocarregamento, estudá-lo, otimizá-lo e utilizá-lo quando é necessário aumentar a capacidade e autonomia das baterias, nomeadamente, em sensores num todo de uma montanha ou mesmo num carro
Este processo dá origem a um dispositivo que se auto carrega sem auto-ciclo, aumentando a energia armazenada nele, em oposição à degradação natural do processo eletroquímico que faz com que a energia armazenada diminua pela dissipação de calor
revelou a investigadora
Maria Helena Braga, 45 anos, publicou pela primeira vez sobre a tecnologia de eletrólitos de vidro em 2014, quando desenvolvia investigação na FEUP, tendo recebido, nessa altura, um contacto do investigador norte-americano da Universidade do Texas (Austin, Estados Unidos), Andy Murchison, que conhecia bem John Goodenough, o inventor das baterias de iões de lítio e Nobel da Química em 2019, com o qual foi "desafiada" a trabalhar.
A especialista é formada em Física do Estado Sólido e Ciências dos Materiais, doutorada em Engenharia Metalúrgica e Materiais, na Universidade do Porto, e professora auxiliar no Departamento de Engenharia Física da UPorto, desde 2002
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Este artigo tem mais de um ano
Vamos lá! Agora é só aplicar isto às baterias dos carros elétricos.
Um outro apelo a esta investigadora, já que todos os outros a nível mundial andam a engonhar: foi recentemente descoberta a razão dos painéis fotovoltaicos não serem tão eficientes na geração de energia elétrica, por isso aqui vai um apelo a Maria Helena Braga para que crie painéis fotovoltaicos eficientes que se apliquem nos tejadilhos do automóveis elétricos e que carregum as baterias. Seria soberbo se nunca mais tivéssemos que pagar para andar de carro!
Podes sempre meter uns paineis em casa e umas baterias e já não tens que pagar para andar de carro, nem para eletricidade.
Ja ha uma empresa no Porto a tentar implementar paineis no tejadilho.
Não percebi. Mas de onde raio vem a energia para esse autocarregamento?
do além…
Fala-se em autocarregamento, mas não há métrica, não sabemos se é substancial ou baixo, ficamos na mesma.
Podem sempre ler o artigo.
https://aip.scitation.org/doi/10.1063/1.5132841
Semana sim, semana não, há uma bateria milagrosa que aparece, com promessas de um brilhante futuro de energia quase gratuita… mas nunca chegam ao mercado e rapidamente desaparecem. O mercado fóssil ainda manda nisto tudo. Certamente muitas dessas patentes são comprada e imediatamente enterradas nalgum poço sem fundo 🙁
O bom é que já vamos notando os “negócios obscuros por detrás” onde há uns belos anos não se compreendia pq! Mas hoje não há desculpas para certas e determinadas coisas…onde apenas serve para enriquecer uma classe social!
E cerca de 3 ou 4 famílias…o resto é são apenas peões!
Energia, saúde e educação… controla tudo!
Teoria da conspiração? Não seria mais racional que, se essas patentes fossem economicamente viáveis, quem as compra em vez de as enterrar lhes desse uso comercial e abandonasse o petróleo? Não é mais provável que muitas dessas tecnologias apenas sejam viáveis em laboratório e não sejam rentáveis numa economia de escala? Basta olhar para a Tesla: sim, “revolucionaram” o mercado com carros eléctricos, mas durante quantos mais anos conseguirão subsistir acumulando prejuízos? Têm surgido muito boas ideias mas não serão adoptadas em massa apenas devido a “wishfull thinking”, têm de ser realmente alternativas, e é aí que muitas delas (senão todas) ainda falham.
bateria revolucionária
episódio 4329
Boa
PARABÉNSà Senhora Engª Maria Helena Braga e ao Senhor J,B Enouthgood que, pelo que já li, até já deu 500 mil dolares para este projeto . Só lamento que viva num País que não é capaz de tirar partido da inteligência de alguns Portugueses que, por vezes são desprezados e até achincalhados , só por uma razão- não dá comissões – e os louros são dela .
Só espero que haja alguém que tenha a coragem de colocar esta bateria no mercado .
Corrijo o nome do Sr J.B. Goodenough e uma vez mais parabéns aos dois . Só espero que a patente que, espero, já a tenha registado não vá parar às mãos erradas.
As minhas desculpas