Mundo ganhou quase quatro novos bilionários por semana em 2024
A riqueza dos bilionários aumentou 2 biliões de dólares só em 2024, o equivalente a cerca de 5,7 mil milhões de dólares por dia, a um ritmo três vezes mais rápido do que no ano anterior. Em média, foram criados quase quatro novos bilionários por semana, segundo um novo relatório da Oxfam.
Em 2024, o número de bilionários subiu para 2769, contra 2565 em 2023. A sua riqueza combinada aumentou de 13 biliões de dólares para 15 biliões de dólares em apenas 12 meses. Este é o segundo maior aumento anual da riqueza dos bilionários desde o início dos registos, conforme informa a Oxfam, num novo relatório.
A riqueza dos dez homens mais ricos do mundo cresceu, em média, quase 100 milhões de dólares por dia - mesmo que perdessem 99% da sua riqueza de um dia para o outro, continuariam a ser bilionários.
A concentração cada vez maior de riqueza "é possibilitada por uma concentração monopolista de poder, com os bilionários a exercerem cada vez mais influência sobre as indústrias e a opinião pública".
A captura da nossa economia global por uns poucos privilegiados atingiu alturas outrora consideradas inimagináveis. O fracasso em travar os bilionários está agora a dar origem a futuros trilionários. Não só a taxa de acumulação de riqueza dos bilionários acelerou - em três vezes - como, também, o seu poder.
A joia da coroa desta oligarquia é um presidente bilionário, apoiado e comprado pelo homem mais rico do mundo, Elon Musk, que dirige a maior economia do mundo. Apresentamos este relatório como um alerta para o facto de as pessoas comuns em todo o mundo estarem a ser esmagadas pela enorme riqueza de um pequeno grupo.
Afirmou Amitabh Behar, diretor-executivo da Oxfam International.
No ano passado, a Oxfam previu o aparecimento do primeiro trilionário dentro de uma década. No entanto, com a riqueza dos bilionários a acelerar a um ritmo mais rápido, esta projeção aumentou drasticamente - ao ritmo atual, o mundo está agora a caminho de ver pelo menos cinco trilionários dentro desse prazo.
Como enriquecem os bilionários?
Segundo o relatório da Oxfam, "contrariamente à perceção popular, a riqueza dos bilionários é, na maioria, imerecida - 60% da riqueza dos bilionários provém atualmente de heranças, do poder de monopólio ou de ligações entre amigos".
A riqueza não merecida e o colonialismo - entendido não só como uma história de extração brutal de riqueza, mas como uma força poderosa por detrás dos atuais níveis extremos de desigualdade - são dois dos principais motores da acumulação de riqueza dos bilionários.
A Oxfam calcula que 36% da riqueza dos bilionários é atualmente herdada. Um estudo da Forbes concluiu que todos os bilionários com menos de 30 anos herdaram a sua riqueza, enquanto a UBS estima que mais de 1000 dos bilionários atuais passarão mais de 5,2 biliões de dólares aos seus herdeiros nas próximas duas a três décadas.
Os ultra-ricos gostam de nos dizer que para enriquecer é preciso competência, coragem e trabalho árduo. Mas a verdade é que a maior parte da riqueza é adquirida, não feita. Muitos dos chamados "self-made" são, de facto, herdeiros de vastas fortunas, passadas por meio de gerações de privilégios não merecidos.
Entretanto, o dinheiro desesperadamente necessário em todos os países para investir nos professores, comprar medicamentos e criar bons empregos está a ser desviado para as contas bancárias dos super-ricos. Isto não é apenas mau para a economia - é mau para a humanidade.
Opinou Behar, acrescentando que "a não tributação de milhares de milhões de dólares em heranças é uma afronta à justiça, que perpetua uma nova aristocracia em que a riqueza e o poder permanecem fechados nas mãos de poucos".
Oxfam apela ao fim da riqueza extrema
No mesmo relatório em que expõe as desigualdades entre os mais pobres e os muito ricos, onde destaca que o número real de pessoas que vivem com menos de 6,85 dólares por dia quase não se alterou desde 1990, a Oxfam apela aos governos para atuarem no sentido de reduzir a desigualdade e acabar com a riqueza extrema, enumerando as seguintes soluções:
- Reduzir radicalmente a desigualdade: os governos têm de se comprometer a garantir que, tanto a nível global como a nível nacional, os rendimentos dos 10% mais ricos não sejam superiores aos dos 40% mais pobres.
- Tributar os mais ricos para acabar com a riqueza extrema: a política fiscal mundial deve ser objeto de uma nova convenção fiscal das Nações Unidas, que garanta que as pessoas e as empresas mais ricas paguem a sua parte justa. Os paraísos fiscais devem ser abolidos.
- Acabar com o fluxo de riqueza do Sul para o Norte: cancelar as dívidas e acabar com o domínio dos países ricos e das empresas sobre os mercados financeiros e as regras comerciais. Reestruturar os poderes de voto no Banco Mundial, no FMI e no Conselho de Segurança da ONU para garantir uma representação justa dos países do Sul Global.
Os dados relativos aos bilionários baseiam-se na análise da Oxfam da lista de bilionários em tempo real da Forbes no final de novembro de 2024 e são ajustados à inflação a preços de 2024.
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Sortudos sao os filhos desses que sem fazer nenhum disfrutam da vida. Trabalhar é uma seca, nada como viajar e andar em almocaradas e boas meninas
… a ordem está errada: Boas meninas, viajar e almoçaradas!!!!! 🙂
MACnista, a ordem certa é meninas, meninas e ainda mais meninas.
Almoçaradas só na hora de almoço…
Milionário, enfim, não é uma riqueza por aí além – é 1 milhão de dólares de património liquido (ou, seja, excluindo as dívidas.
Bilionánio não é 2x milionário (2 milhões de dólares) – é 1.000x, acima de 1.000 milhões de dólares.
4 bilionários por dia é o mesmo que 4.000 milionários por dia.
… semana
Se fizeram fortuna honestamente os meus parabéns, caso contrário nada de novo meio mundo a enganar outro meio mundo.
À velocidade com que se imprime cada vez mais dinheiro e pela desvalorização, o estatuto de bilionários fica rapidamente pelo caminho e sendo ofuscado pelo Bitcoin.
Até queria atingir estes valores de modo honesto mas não me deixam, tenho que pagar ao patrão, não é a trabalhar que se faz dinheiro é essa a mensagem que fica.
Interessante esses relatórios que se preocupam mais com a minoria bilionária do que com a maioria em crescimento agressivo cada vez mais pobre…
Quanto mais americanizados ficamos mais é proibido fazer com que as pessoas pensem.
Por acaso até é, mas com o trabalho dos outros. O dia só tem 24 horas e o trabalho que se consegue fazer num dia não dá para ficar rico, mas se tiver centenas de pessoas a trabalhar para si, consegue.
É para isto que serve o capitalismo neoliberal. Entretanto, por cada um desses bilionários em cada semana milhares de outros perderam tudo ou quase tudo, porque em capitalismo os ganhos de uns são sempre perdas de outros. Tudo somado, dá sempre zero.
Isso não é verdade
Não é verdade!?… O dinheiro não nasce nas árvores (ok é impresso), para alguém o “ganhar” outro alguém tem de o “perder”….
Isso seria se o capital fosse limitado, o que não é verdade.
O mundo também ganhou milhares de pobres.
O ser humano é o ser mais repugnante no planeta.
O que nos vale é que também vão morrer como todos os outros…
Mas vivem melhor que tu com esse ar de desgracado e sem dentes
Este exemplo de notícias só me diz uma coisa: a pobreza no planeta é uma decisão política.
Há uma semana vi um documentário sobre o esforço norte americano na segunda guerra mundial.
Muito do dinheiro necessário veio dos ultra milionários, onde chegaram a reter 91% da fortuna deles.
Depois os EUA decidiram mudar tudo para que estes milionários não voltassem a ficar depenados. Atualmente temos políticas fiscais que fazem com que os ultra milionários paguem menos imposta que a maioria da população.
Atualmente quem suporta os orçamentos de estado é a classe média e pobres.
Qual a consequência disto? Guerras porque as desigualdades são tão gritantes que a única solução é combater, destruir.
Quando um desses ultra ricos for assassinado a depois outro e outro é que começarão a pensar que talvez seja necessário mudar as políticas fiscais e dar condições de vida a quem realmente precisa com as receitas dos impostos dos ultra ricos.
Imaginem que os EUA ficavam com 91% da fortuna do Elon Musk para criar habitações escolas, transportes e energia mais barata para quem tem menos? Não seria uma boa ação?