Malware supostamente russo encontrado em computadores dados a crianças na Inglaterra
Com a pandemia, os países querem ter os alunos em casa e com os recursos necessários. Vários países, incluindo Portugal, tentam equipar os alunos com as ferramentas digitais necessárias para as aulas online. Contudo, nem tudo corre bem, para uns não há computadores que cheguem e para outros porque o que entregam está "minado" com malware. Isto é o que supostamente está a acontecer aos computadores entregues em Inglaterra.
Segundo o que está a ser divulgado, foi encontrado malware, supostamente russo, nos portáteis que o governo entregou aos seus alunos.
Malware russo em computadores dos alunos na Inglaterra
O governo inglês iniciou uma investigação depois dos relatos de que os portáteis que distribuiu para apoiar crianças vulneráveis durante o bloqueio foram infetados com malware ligado a servidores russos.
Segundo informações, o problema foi relatado por funcionários de uma escola em Bradford, que deram o alarme num fórum de TI online. Assim, foram já lançados inquéritos para estabelecer quantos dispositivos são afetados, de onde foram obtidos e se algum já está nas mãos dos alunos.
O Departamento de Educação (DfE) confirmou que as suas equipas de TI estavam em contacto com aqueles que relataram o problema. Um porta-voz disse que menos de 10 escolas relataram o problema e afirmou que todos os dispositivos vêm com um software antivírus já instalado, que neutralizou o vírus durante a configuração.
Estamos a investigar um problema de malware que foi encontrado num pequeno número de portáteis fornecidos às escolas como parte do nosso programa Get Help With Technology.
Em todos os casos conhecidos, o malware foi detetado e removido no momento em que as escolas ligaram os dispositivos pela primeira vez.
Programa inglês de apoio a alunos carenciados tem um worm
Devido à pandemia, o governo inglês decidiu fornecer 1,3 milhão de dispositivos às crianças que viram a sua aprendizagem remota interrompida por falta de equipamentos. Contudo, esta solução recebeu críticas porque estão a verificar-se grandes atrasos na entrega dos equipamentos.
Este último revés pode causar mais atrasos, pois a equipa de TI da escola redobrou os esforços para verificar vulnerabilidades e vírus antes de distribuir os dispositivos aos alunos. Uma fonte sugeriu que cerca de 10% dos portáteis recebidos estavam "contaminados"
O post online de Bradford, que sinalizou o vírus, dizia:
Fomos informados sobre o seguinte problema de uma escola de Bradford. Eles acabaram de receber os portáteis Windows do DfE. Os portáteis são os Geo Geobooks 1E.
Ao desembalar e prepará-los, descobriu-se que vários computadores estão infetados com um worm (Gamarue.I). O worm de rede parece que entra em contacto com os servidores russos quando está ativo.
Segundo a Microsoft, o malware Gamarue.I, identificado em 2012, é um worm capaz de descarregar ficheiros para um PC.
O helpdesk do DfE foi notificado e uma captura de ecrã dos ficheiros infetados foi fornecida. Isso mostra que o ficheiro infetado foi modificado pela última vez no dia 12/07/2019, logo após o fabrico do portátil. O DfE confirmou que algumas escolas relataram essa informação
Referiram os funcionários da escola de Bradford.
Atenção à segurança do computador do seu educando
Vários especialistas em segurança foram unânimes em referir que este é um caso grave de invasão à privacidade digital. Segundo os relatos, este cenário de possível espionagem está nas mãos das autoridades e especialistas para determinarem qual como este malware conseguiu chegar às máquinas que seriam para os alunos terem aulas online.
Este é mais um exemplo de como os computadores têm de estar bem equipados com sistemas de segurança. Nesta altura de pandemia, todo o cuidado é pouco, mais ainda porque se está a comprar muitas máquinas e sem a preocupação necessária. O alerta, como vimos, é dirigido não só às pessoas, utilizadores finais, como às autoridades que estão a comprar aos milhares.
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Foi em Inglaterra , não foi cá?
Para ser cá, tinham 1º que os entregar
Quando um certo ex-primeiro-ministo a braços com a justiça começou a distribuir um tal de Magalhães foi criticado a tal ponto que mal mudou o governo acabaram logo com isso.
É preciso não deitar o bebé fora com a água do banho. Corruptos também podem ter boas ideias.
yep…
Pois, é o que dá comprarem equipamentos e entregarem sem fazerem reimaging com uma imagem standard.
Por cá irá acontecer o mesmo certamente, se as escolas nem um técnico para trocar memorias têm quanto mais um para gerir um SCCM/MDT.
Nas escolas basicas/secundarias portuguesas deveria existir um cargo (técnico de informática) por agrupamento.
Seria um emprego util e rentabilizavel.
Pedir a professores ou a auxiliares para fazer esse tipo de manutenção é estar a brincar com a segurança e a produtividade das escolas. Hoje em dia sem informática uma escola nao funciona. Uma escola secundaria “emprega” 1000 pessoas, contando com alunos.
São as maiores empresas de uma cidade pequena.
Para não falar tb do cuidado que o ministerio da educação tem com a proteção de dados. É só lenga lenga nas escolas sobre a protecao de dados e depois na vida real, fazem-se videoconferências fora de uma plataforma governamental controlada centralmente. Usa-se microsoft, google, zoom , etc…
Estamos no fundo perante um Ministério da Treta.
Não acho que tenha de existir um técnico por escola, até porque isso seria potencialmente um grande enterro em 90% dos casos, técnicos incompetentes e capacidade de gestão de um parque informatico.
Devia existir para as escolas e para todos os outros serviços algo centralizado com 100/200 técnicos conforme necessidade, com equipa para gerir segurança, para coordenar projectos, como se fazem em escolas privadas e em muitas faculdades, até mesmo com um DPO. Esses serviços seriam também extendidos a compras, gestão de RH, etc etc.
Cada área de dimensão consideravel dentro dos serviços do estado devia ser gerida como se fosse uma empresa, ter uma centralização de serviços para optimizar resposta e diminuir custos.
Por experiência profissional posso afirmar que em 2005 existam núcleos de informática em algumas (mas poucas) escolas secundárias em Portugal. O + interessante é que esses núcleos eram constituídos por alunos, sob a supervisão de um professor e faziam toda a gestão do parque informático da escola (hardware e software). Desconheço se ainda existem passados 16 anos, mas foi uma surpresa e um exemplo que recordo com muita satisfação.