Identificado criminoso que pirateou quase 5000 websites oficiais em mais de 40 países
Nestes últimos tempos de confinamento, o mundo foi brindado com um aumento assustador de ataques aos sites de hospitais, sites de instituições particulares bem como a sites governamentais. Além do crescimento das burlas aos cidadãos, os ciberdelinquentes espalharam o medo e causaram prejuízos em mais de 40 países. As autoridades e empresas de segurança estão a trabalhar lado a lado para levar à justiça os criminosos.
Agora, uma empresa de segurança descobriu o cibercriminoso apelidado de “VandaTheGod”.
Ciberdelinquente VandaTheGod atacava desde 2013
Investigadores da Check Point descobriram a identidade do criminoso. Este é responsável pelo ataque a milhares de websites governamentais, de instituições académicas e empresas privadas de todo o mundo, desde 2013. Para isto, utilizava o método de “Defacing”, um tipo de ciberataque que consiste em alterar a aparência visual de uma página web.
Se no início orquestrava os seus ataques para difundir uma determinada ideologia e enviar mensagens anti-governamentais (hacktivismo), com o passar do tempo começou a roubar credenciais bancárias e a filtrar dados pessoais confidenciais.
Este hacker, intitulado, “VandaTheGod” destacou-se por ser muito ativo nas redes sociais. Conforme foi sendo colecionado, este criminoso pavoneava-se nas redes, através de perfis distintos e diferentes canais, e dava visibilidade às suas campanhas baseadas em ciberameaças.
Portugal também esteve na mira dos seus atos criminosos
Segundo o que é relatado, “VandaTheGod” chegou mesmo a publicar um tweet onde mostrava a sua intenção de hackear mais de 5000 websites, tendo chegado ao incrível número de 4820, em mais de 40 países. Entre os países afetados encontram-se os EUA, com 612 websites afetados (57% do total), seguidos pela Austrália (81) e Países Baixos (59).
Entre as suas vítimas encontram-se websites oficiais do Estado de Rhode Island e da cidade de Filadélfia. Portugal não escapou a este cibecriminoso, tendo também na lista de “VandaTheGod” campanhas de ciberataques a diversos websites, mesmo que em menor número: 16 websites afetados no total.
Toda a sua atividade digital terminou, já que os investigadores detetaram, numa das capturas de ecrã que partilhou com uma janela de Facebook com um nome de utilizador concreto, indício que, no final da investigação, veio a mostrar ser o perfil do atacante.
Descuido e persistência foram a chave para resolver o caso
Os investigadores da Check Point usaram as contas de Twitter e de Facebook de VandaThe God para obter pistas sobre a sua verdadeira identidade. Para isto, tiveram de analisar milhares de posts e tweets dos últimos anos. Conforme é relatado, a maioria dos textos eram escritos em português, onde afirmava fazer parte do BCA (Brazilian Cyber Army). Todavia, esta informação dissolveu-se com a descoberta do nome real e da morada real (cidade) deste cibercriminoso.
Após recolher toda esta informação, a empresa de segurança reportou toda a informação às autoridades competentes.
Passar do hacktivismo ao cibercrime
Segundo o que foi veiculado, numa primeira fase, o objetivo de “VandaTheGod” era levar a cabo atividades ilegítimas de ativismo através do mundo digital. Um dos seus primeiros ataques foi ao website oficial do governo brasileiro para mostra a hashtag #PrayforAmazonia, como resposta às queimadas na selva amazónica, supostamente levadas a cabo pelo governo brasileiro.
Contudo, pouco a pouco, o seu comportamento alterou-se e focou-se no lançamento de ataques contra personalidades públicas, universidades e inclusivamente entidades do setor médico. Conforme é referido, num dos casos, o hacker afirmou nas redes sociais ter acesso aos registos médicos de um milhão de pacientes da Nova Zelândia. Posteriormente, este foi disponibilizar o material para venda, pedindo 2000 dólares por packs de registos, mas pago em bitcoins.
Esta investigação mostra o nível de danos que um indivíduo sozinho pode causar ao nível internacional. Por muito que o motivo do “VandaTheGod” parecia ser, no início, de protestar contra as injustiças sociais e políticas em todo o mundo, finalmente cruzou a linha ténue que separa o hacktivismo do cibercrime, ao roubar credenciais bancárias e filtrar dados pessoais, entre outras atividades ilegais.
É frequente vermos hackers a tomarem um caminho semelhante, passando do vandalismo digital às credenciais, até ao roubo de dinheiro, criando as suas próprias técnicas. Por esta razão, é fundamental descobrir quem é que são as pessoas que estão por detrás deste tipo de ataques, como trabalham e comunicar publicamente a todo o mundo, com o objetivo de proteger a saúde digital das pessoas, empresas privadas e governos em todo o mundo.
Referiu Lotem Finkelsteen, Manager of Threat Intelligence da Check Point.
Conforme temos vindo a assistir, este tipo de crimes está a aumentar e tem levado as autoridades a intensificar os esforços para capturar estes criminosos.
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Este artigo tem mais de um ano
Espero que apodreça na prisão.
marselfie ou o golpista?!
Mais tarde ou mais cedo os criminosos são apanhados 😉
Ainda bem !! A justiça pode tardar mas no fim faz-se.
Ah ah ah ah, o que eu me ri com esta frase feita.
Então aqui no burgo o que não falta é justiça tardia, tão tardia que às vezes os réus morrem de velhos antes da conclusão do julgamento…
Afinal quem é ele e onde reside ?
Turco,reside no Cambodja.
Eu nem acredito !! Um criminoso que pirateou quase 5.000 websites em mais de 40 países.E ainda há quem defenda estes criminosos.Eu até tinha vergonha na cara !! 😐
Há uma panca do anti-herói. Não passam de meros ladrões de segunda categoria. A diferença entre esta besta quadrada e alguém que bate à porta para aldrabar velhotes é meramente o meio físico.
Os amigos do Rui Pinto voltam a atacar! Isto agora é todos os dias! Soltem os criminosos!
Brasileiro,cidade Uberlândia.
Não era o Trump?
Sinceramente, depois de ter lido o artigo todo, incluindo o artigo original (https://research.checkpoint.com/2020/vandathegod/) acho que este “hacker” simplesmente vasculhou a internet por vunerabilidades conhecidas (não explorados por ele). Estes sites eram tãoooo aleatorios e escondidos. Dps partilha screenshots dos “hacks” onde mostra o seu facebook (revelando a identidade) onde usa Notepad++ em Windows (wwwoooww seems like a pro) e é apanhado assim porque ele estava a chamar propositadamente atenção… Coitado do puto…
Conheço uma vunerabilidade de um plugin WordPress que causa um print do wp-config.php onde posso ler o accesso à BD… Embora bug tivesse sido corrigido em 2018 de forma silenciosa, basta fazer uma pesquisa Google com “Index of” e um certo “path” desse plugin para ainda hoje encontrar 170’000 resultados positivos de instalações WP sem esse plugin atualizado. Talvez uns 5% destes sites não têm a BD protegida de accesso externa. Poderia basicamente ligar me à BD, criar contas admin etc e ser um “hacker-wannabe” como este VandaTheGod… Mas tenho mais que fazer na minha vida…
LG, basicamente ele copiou o que a esmagadora maioria faz.
Antigamente, ainda era preciso ter alguma competência para fazer um script para automatizar tarefas, fazer uma varredura em sub redes á procura do serviço x á escuta, depois lançar o programa Y contra tais máquinas, depois de ter acesso, executar por ordem um conjunto de operações para o fim pretendido.
Era preciso construir um “caso exemplo”, e depois sim, fazer o procedimento acima descrito por mim.
Hoje em dia já são tão banais algumas ferramentas que qualquer miúdo com um mínimo de curiosidade e persistência consegue quase só com cliques em opções e pouco mais, lançar um ataque a um conjunto alargado de equipamentos em rede.
Obviamente que dada a falta de conhecimentos básicos do rapaz, tal como você disse, era óbvio que iria ser apanhado, aliás, era isso que ele queria, ser conhecido. Era apenas falta de atenção e falta de algum tipo de reconhecimento social (entre os pares).
Exatamente. O único mérito de “pirata” que lhe dou foi a paciência que ele deve ter tido para encontrar sites com ditas vunerabilidades. Mas digo te… encontrou cada baú xDDD