Woven City: Toyota assina a primeira cidade robótica do mundo
Pelas mãos da Toyota, o Japão lançou uma das suas experiências tecnológicas mais ambiciosas: a Woven City, o protótipo de uma cidade totalmente conectada e autossuficiente, que implicou uma década de desenvolvimento conceptual e cinco anos de construção.
Uma década de desenvolvimento e cinco anos de construção culminaram num dos projetos tecnológicos mais ambiciosos do Japão.
Os quase 71 hectares que compõem a Woven City foram projetados para servir como um campo de testes do mundo real para mobilidade futura, infraestrutura inteligente e vida sustentável.
Este protótipo de metrópole, assinado pela Toyota Motor Corporation, está localizado no planalto do Monte Fuji, no antigo terreno da fábrica Higashi-Fuji, na província de Shizuoka - a aproximadamente 140 quilómetros a sudoeste de Tóquio.
Uma cidade para testar as (potenciais) cidades do futuro
Anunciada na CES 2020 e com lançamento previsto para o outono de 2025, a Woven City marca um passo importante na transformação da Toyota de fabricante de automóveis para uma empresa de tecnologia focada na mobilidade.
Inicialmente, a primeira "cidade robótica" do mundo, conforme descrita pela Toyota, irá acolher 100 residentes, na sua maioria engenheiros e funcionários da Toyota, bem como as suas famílias.
Entretanto, espera-se que a população aumente para 360, durante a primeira fase, com um objetivo populacional de 2000 pessoas, a longo prazo.
Conforme a informação fornecida, a cidade será povoada por dois grupos de residentes:
- "Inventors" (Toyota Group, Startups, Institutos e Empresas) - projetam e testam novas tecnologias;
- "Weavers" (Residentes e Visitantes) - interagem com os sistemas diariamente e fornecem feedback sobre eles.
Na base deste conceito de cidade estará a e-Palette da Toyota, inicialmente desenvolvida para os Tokyo 2020 Olympics.
A plataforma de veículos elétricos autónomos equipará os veículos da cidade robótica, formando a sua principal rede de transporte, apoiada por uma rede logística subterrânea para entrega autónoma de mercadorias.
Entretanto, as estradas à superfície estão divididas em três faixas dedicadas: uma para peões, outra para dispositivos de mobilidade mais lentos, como scooters e bicicletas, e outra para veículos autónomos.
É uma oportunidade única para criar um sistema operacional digital vivo para a vida urbana.
Disse Akio Toyoda, presidente do Conselho de Administração da Toyota, explicando que o objetivo é testar sistemas autónomos num ambiente urbano controlado, mas totalmente funcional, criando uma cidade "onde tudo - pessoas, edifícios, veículos - está conectado através de sensores e [Inteligência Artificial]".
Toyota pretende recriar a Woven City noutras localizações
Todo o sistema urbano da Woven City foi projetado para apoiar a sustentabilidade e a resiliência, indo além da mobilidade.
- A energia é fornecida por uma rede de células de combustível de hidrogénio, complementada por painéis solares, sistemas de reciclagem de água e gestão ecológica avançada de resíduos.
- As casas inteligentes incorporarão robótica e Inteligência Artificial para monitorizar a saúde, gerir a energia e otimizar a vida diária.
- Cada estrutura, rua e serviço está interligado, permitindo a recolha de dados e a simulação de modelos urbanos futuros.
A longo prazo, a Toyota pretende criar um modelo replicável que possa ser adaptado a diferentes regiões geográficas.
Apesar de não estar ainda aberta a turistas, a empresa planeia permitir o acesso à Woven City em 2026.