Um helicóptero apanhou um foguetão espacial 2.000 metros acima do mar (vídeo)
A conquista espacial está a mudar as tecnologias e os procedimentos que ajudaram o homem há mais de 50 anos a ir à Lua. Atualmente, as empresas que têm os olhos no turismo no espaço e na oportunidade de chegar a outros mundos testam e inovam no que toca aos foguetões que levarão o ser humano e as mercadorias, para lá dos limites da Terra.
O que hoje foi conseguido é um marco na história espacial. Um helicóptero apanhou um foguetão a cerca de 2.000 metros acima do mar.
Foguetão Electron caçado pelo helicóptero
A Rocket Lab, empresa norte-americana do segmento aeroespacial que projeta e fábrica foguetões, colocou hoje em órbita 34 satélites, ok, isso não tem nada de especial. Aliás, já foram lançados 146 satélites e este é o 26.º lançamento que realizou com o seu foguetão Electron.
Portanto, se fosse isto o foco da notícia, não era nada que não fosse já usual. Contudo, claro, há mais. Isto porque o verdadeiro desafio para a Rocket Lab era apanhar o seu próprio foguetão em voo com um helicóptero... e conseguiram!
Os '3R's da exploração espacial
Na linguagem espacial, existem os 3Rs. São eles "reutilização", "reutilização" e "reutilização". Embora seja verdade que temos prestado muita atenção aos espantosos sistemas da SpaceX, a necessidade de reutilizar foguetes tornou-se agora numa obsessão de todo o novo sector aeroespacial.
De facto, a Rocket Lab já recuperou com sucesso os seus foguetões nas missões 16, 20 e 22. A razão para esta obsessão é simples: aumentar a frequência de lançamento e reduzir os custos de colocação de pequenos satélites em órbita.
This is what it looked like from the front seats. pic.twitter.com/AwZfuWjwQD
— Peter Beck (@Peter_J_Beck) May 3, 2022
A diferença entre esta missão e as anteriores é que nas anteriores os foguetões aterram na água. Contudo, nesta missão os foguetões foram apanhados por um helicóptero a uma altitude de quase 2.000 metros.
Conforme podemos ver neste vídeo disponibilizado pela empresa, após o seu lançamento no espaço, o Electron regressou à Terra de paraquedas a 1.980 metros onde o helicóptero Sikorsky S-92 da Rocket Lab se encontrou com ele e o capturou com um gancho.
As imagens dão uma ideia que o processo é "fácil". No entanto, este acontecimento obrigou a uma série de implementações que são inovações no setor.
Trazer um foguete do espaço e apanhá-lo com um helicóptero é uma espécie de ballet supersónico. Muitos fatores têm de ser alinhados e muitos sistemas têm de funcionar em conjunto sem problemas.
Explicou o fundador e CEO da Rocket Lab, Peter Beck.
Um avanço na nova corrida espacial
A empresa refere este feito como uma nova etapa que poderá começar. Isto porque a missão era experimental. Ou seja, para além da sua natureza espetacular, a Rocket Lab terá agora de analisar os detalhes e ver se se trata realmente de uma estratégia de recuperação interessante, e, acima de tudo, lucrativa.
O fator interessante apresenta-se como mais um salto no que toca à especialização. Não podemos dissociar que ainda há alguns dias falávamos de como a indústria espacial ocidental conseguira tornar-se "independente" da tecnologia russa. Nesse sentido é muito importante desenvolver um ecossistema espacial diversificado para poder efetivamente ser independente da Rússia.
Além da Rocket Lab, também a SpaceX, a Blue Origin e Virgin Galactic têm investido nesse tal ecossistema. Aliás, a empresa de Elon Musk uma revolução, desde o levar astronautas para o espaço, até colocar satélites e fazer os foguetões voltarem à terra inteiros, tudo isto foram milhões de dólares investidos e muitos anos de investigação.
O diversificar irá permitir que esta conquista do espaço não fique apenas nas mãos de meia dúzia de empresas, o que levará a mais concorrência e com isso o consumidor sai beneficiado, isto é, a humanidade.
Este artigo tem mais de um ano
Pode ser que ajude mesmo desta vez…
Já que da ‘primeira vez’ na lua foi apenas aquelas filmagens no Deserto do nevada.
Eu também tenho colocado o chapéu de alumínio, não vá o diabo tecê-las…
Não existem desertos.
O deserto de Leiria!?