Satélite da NASA cai na Terra após 56 anos
Durante o auge da corrida espacial nos anos 60, os EUA lançaram uma série de satélites concebidos para estudar a Terra. As seis naves espaciais do Observatório Geofísico em Órbita (OGO) melhoraram a nossa compreensão sobre o campo magnético da Terra. Contudo, este projeto foi abandonado alguns anos mais tarde. Agora, um desses satélites abandonados, conhecido como OGO 1, acaba de ser notícia. Depois de 56 anos em órbita, a nave finalmente regressou à Terra.
O velho satélite, apesar de ser vítima de vários problemas técnicos, ajudou a humanidade. Fica a data de 29 de agosto como o dia em que entrou na atmosfera e foi destruído.
Satélite volta à terra 56 anos depois de ser colocado no espaço
Conforme rezam os documentos históricos, a NASA lançou o OGO 1 no dia 5 de setembro de 1964 a bordo de um foguete Atlas-Agena B a partir do Cabo Canaveral. Embora algo primitivo pelos padrões atuais, o Atlas-Agena lançou algumas das missões iniciais mais importantes do programa espacial norte-americano.
Um outro satélite OGO seguiu-se todos os anos até 1969, cada um aumentou o nosso conhecimento das operações espaciais naquele momento crucial em que só havia olhos para a Lua.
Terminado o programa OGO, um a um, os seis satélites foram devolvidos à Terra. O primeiro a cair foi o OGO 4 em 1972, depois o OGO 6 em 1979 e mais dois caíram em 1981. Só em 2011 veio o quinto. Faltava um, o primeiro a ser colocado, aguentou-se até há poucos dias em órbita.
- OGO 1 1964-054A Lançamento: 05 de setembro de 1964: caiu a 29 de agosto de 2020;
- OGO 2 1965-081A Lançamento: 14 de outubro de 1965: caiu a 17 de setembro de 1981;
- OGO 3 1966-049A Lançamento: 07 de junho de 1966: caiu a 14 de 1981;
- OGO 4 1967-073A Lançamento: 28 de julho de 1967: caiu a 16 de agosto, 1972;
- OGO 5 1968-014A Lançamento: 04 de marco de 1968: caiu a 02 de julho de 2011;
- OGO 6 1969-051A Lançamento: 05 de junho de 1969: caiu a 12 de outubro de 1979.
Satélite da NASA teve morte misericordiosa depois de 56 anos
O OGO 1 funcionou entre 1964 e 1971, mas a NASA não tinha capacidade para "desorbitrar" manualmente a nave espacial, como acontece frequentemente nos dias de hoje. Assim, o OGO 1 continuou à deriva através dos céus. Quem o "atirou para a Terra" foram partículas atmosféricas de alta altitude que lentamente o empurraram ao longo dos anos.
A Universidade do Arizona's Catalina Sky Survey (CSS) detetou um objeto no dia 25 de agosto que parecia estar numa trajetória de impacto com a Terra. O CSS é financiado pelo Gabinete de Coordenação da Defesa Planetária da NASA, que se mantém atento às perigosas rochas espaciais. A equipa acreditou inicialmente que o sinal era um asteroide, mas mais tarde determinou que se tratava do OGO 1.
A NASA confirmou que o OGO 1 finalmente regressou à Terra no dia 29 de agosto às 21:44 (hora de Portugal). Mergulhou na atmosfera, reentrando a cerca de 160 quilómetros a sudeste do Taiti - estava numa órbita equatorial, ao contrário de algumas outras missões OGO que estavam em órbitas polares.
O satélite tinha cerca de 113 quilogramas, o que o tornava suficientemente grande para ser visível durante a sua reentrada. Vários vídeos amadores mostram a sonda a arder ao cair na atmosfera.
Portanto, o primeiro foi o último a voltar à Terra, mesmo que os seus pedaços remanescentes jazem no fundo do mar. OGO 1 está em casa.
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