Há bactérias que “comem” eletricidade para se alimentar
Não é novidade que certas bactérias utilizam luz como fonte de energia. Estas convertem energia solar em energia química para se alimentarem. Nesse sentido, uma nova investigação mostra como certas bactérias obtêm eletricidade a partir de cargas elétricas.
Comer energia pode ser importante nalguns cenários, alguns até radiativos.
Bactérias que poderão evoluiu para novas formas de vida multicelular
As bactérias não têm boca, por isso precisam de outra forma de trazer combustível aos seus corpos. A nova investigação revela como uma dessas bactérias puxa os eletrões diretamente de uma fonte de elétrodos.
Segundo um dos autores da investigação, Arpita Bose, a base molecular deste processo tem sido difícil de desvendar. Essa dificuldade advém da natureza complexa das proteínas envolvidas neste processo.
No entanto, agora, pela primeira vez, os cientistas perceberam como os micróbios fototróficos podem aceitar eletrões de substâncias sólidas e solúveis.
Fiquei animado quando descobrimos que estas bactérias fototróficas usam uma nova etapa de processamento para regular a produção de proteína de transferência de eletrões-chave envolvidos neste processo.
Referiu um coautor da investigação, Dinesh Gupta.
Bactérias poderão fabricar biocombustíveis
Os investigadores referem que esta investigação ajudará a projetar uma nova plataforma bacteriana. Assim, estas bactérias poderão ser alimentadas de eletricidade e dióxido de carbono para produzir compostos de valor agregado, como os biocombustíveis.
Obter a eletricidade através da camada externa das bactérias é o principal desafio. Essa barreira não é condutora e é impermeável a minerais e/ou elétrodos de ferro insolúveis.
Os investigadores mostraram que a tensão que ocorre naturalmente na bactéria Rhodopseudomonas palustris TIE-1 constrói um canal para aceitar eletrões através da sua membrana externa.
Comer eletricidade pode ajudar a limpar desastres ambientais
A bactéria depende de uma molécula auxiliar que contém ferro chamada de citocromo deca-heme c. Ao processar esta proteína, a TIE-1 pode formar uma ponte essencial para a sua fonte eletrónica.
A captação de eletrões extracelulares, ou EEU, pode ajudar os micróbios a sobreviver em condições de escassez de nutrientes.
Agora que a equipa documentou estes mecanismos por trás do EEU, espera-se que se possam usar como um marcador biológico para identificar outras bactérias que comem eletricidade na natureza.
Portanto, estes resultados ajudarão os investigadores a compreender a importância desta funcionalidade na evolução metabólica e na ecologia microbiana.
Para que poderão servir estas bactérias?
Há vários cenários que poderão ser o alvo destas bactérias. Um exemplo dado pela investigadora Bose é a limpeza de cenários radioativos. Assim, as bactérias poderiam alimentar-se de energia, transformar esta sua alimentação em algo diferente, limpo!
Este artigo tem mais de um ano
Neste artigo: bacterias, biocombustíveis, Eletricidade
“Há bactérias que comem electricidade”… está aí a explicação da factura da luz ao fim do mês.
adorei
E foram contratadas pela EDP 🙂
o link que dão da Wikipedia não faz sentido. “Citocromo deca-heme c” (Citocromo tipo c deca-heme) é uma proteína diferente e bastante maior do que o citocromo c indicado no link.
Partilha, contudo, características similares. Mas de facto há uma diferença. Informação mais completa, contudo mais complexa: https://www.cell.com/biophysj/fulltext/S0006-3495(15)01114-5#back-bib15
ter algumas semelhanças (tal como dezenas de outras proteínas) não as torna as mesmas nem significa que conhecer uma se percebe a funcionalidade da outra.
Já agora, o artigo científico que agora dás é para outro Citocromo tipo c deca-heme (MtrC), diferente daquele que é falado (MtrA/PioA) no artigo de Arpita Bose.
Embora tivesse algumas similaridades importantes para explicar o comportamento, sim era diferente e, como tal, corrigi a sugestão. Este também não vai ao encontro do que pretendo. Não existe, nem mesmo nos artigos da investigadora informação relevante sobre Citocromo tipo c deca-heme. Fica a referência.
na verdade o citocromo c não tem similaridades suficientes para explicar o comportamento do Citocromo tipo c deca-heme. Só porque vês semelhanças no nome não significa o que pensas.
Quanto à informação, se não leres os artigos não a vais encontrar, mas está lá, aliás tem um bom esquema que mostra o modelo proposto para a síntese deste citocromo, e uma boa explicação sobre a sua funcionalidade.
O que procurava e encontram-se em ambas é a camada externa não condutora e impermeável. Ambas partilham esta característica e que é um fator importante na investigação. Mas, seguramente o Ricardo poderá partilhar informação mais concreta em relação ao assunto que facilite a compreensão. Agradeço, antecipadamente, a partilha.
a “camada externa” (membrana externa) é uma característica de todas as bactérias gram-negativas (há milhares e milhares de espécies diferentes). É algo que existe independentemente deste citocromo.
Literatura sobre esse facto? É importante documentar alguns dos principais pontos, falar é fácil. Volto a referir que seguramente haverá literatura para sustentar e explicar de forma simples o assunto. Já referi atrás. Volto a convidar.
literatura sobre esse facto? lol!
membrana externa bacteriana é algo que se aprende numa aula de biologia do ensino secundário. Basta leres o artigo, é designada por “outer membrane” (membrana externa), até tem um esquema para veres, e a espécie bacteriana usada é classificada como gram negativa (algo que até é mencionado indirectamente no artigo).
Ó está certo. Para isso está mais que explicado. Tanta conversa que até pensei que ias trazer alguma coisa. Afinal…
Pensaste? acho que nem sabias o que eram gram-negativas ou membrana externa…
Pelo que já vi, sobre o que se falou, só estás a trazer conversa fiada. É uma pena, prometias mais e afinal, uma conversa que julgava profícua tornou-se numa mão cheia de nada, porque não trouxeste nada para a discussão. Conclusão; tempo perdido a trocar aqui contigo linhas de texto.
Cumps.
conversa fiada? alguém explicar-te características das bactérias e o que é falado no artigo é conversa fiada?