Em determinadas circunstâncias raras, o seu tipo de sangue pode mudar
Alguma vez na vida foi informado do seu tipo de sangue? Provavelmente, sabe que quase metade dos portugueses tem sangue do Tipo A. Não sabe o seu? Bom, é importante saber, mas mesmo que saiba o seu tipo de sangue, em casos muito raros, este pode mudar.
Seja dador de sangue... salve vidas
De facto em casos raros o tipo de sangue de um ser humano pode mudar. Por vezes, a alteração pode ser temporária. As pessoas com tipos de sangue raros podem receber transfusões de sangue de um dador com sangue O-negativo, por vezes referido como o tipo de sangue do "dador universal".
Um doente AB pode receber unidades de sangue O suficientes durante uma transfusão para que quase todos os seus glóbulos vermelhos sejam do grupo O.
Dentro de alguns meses, a medula óssea do paciente deve substituir naturalmente o sangue transfundido pelo seu tipo de sangue original.
Podemos ler no Our Blood Institute.
Isto leva-nos diretamente aos transplantes de medula óssea. Os glóbulos vermelhos são produzidos na medula óssea e, se receber um transplante de medula óssea de um dador de um tipo diferente, o seu próprio tipo de sangue irá mudar.
Este facto tem, naturalmente, implicações práticas nos seus cuidados médicos.
Se recebeu células estaminais de um dador, este pode ter um tipo de sangue diferente do seu. Um técnico do banco de sangue fornecer-lhe-á um cartão de identificação com o seu tipo de sangue atual e o tipo de sangue do dador.
Para avaliar a alteração do tipo de sangue, faremos análises frequentes ao tipo de sangue durante a sua estadia. Isto ajudá-lo-á a preparar-se para futuras transfusões. Demorará aproximadamente um ano para que o seu tipo de sangue se converta.
Refere um artigo do Michigan Medicine.
Também é possível, embora mais raro, aparentar temporariamente ter um tipo de sangue diferente como resultado de uma infeção bacteriana.
Conhecido como o "fenómeno B adquirido", só afeta pessoas com o tipo de sangue A e, normalmente, em doentes com sépsis, cancro do cólon ou obstrução intestinal.
O antigénio B adquirido é uma situação especial que ocorre quando um doente do grupo A, durante um episódio de infeção, quando certas bactérias gram-negativas segregam enzimas que podem modificar o antigénio A na superfície das hemácias, que é a N-acetil-D-galactosamina, para D-galactosamina que se assemelha à D-galactose (o antigénio B) e que irá reagir de forma cruzada com reagentes anti-B. Este fenómeno resolve-se quando o doente recupera.
Segundo explicação da NLM.
Assim, embora a maioria das pessoas tenha o mesmo tipo de sangue durante toda a vida, é possível, em determinadas circunstâncias, que o seu tipo de sangue mude. Felizmente, o seu tipo sanguíneo pode ser rapidamente determinado através de uma simples análise ao sangue.
Quais os tipos de sangue?
De acordo com o sistema ABO, existem quatro grupos sanguíneos, alguns mais comuns do que outros.
Eis as principais características de cada um:
- Tipo A: quase metade dos portugueses tem este tipo de sangue. Designa-se desta forma, porque tem o antigénio A nos glóbulos vermelhos e anticorpos anti-B no plasma.
- Tipo O: este é o segundo tipo de sangue mais comum e caracteriza-se por não ter antigénio e ter dois anticorpos (A e B) no plasma. É o tipo sanguíneo dador universal.
- Tipo B: este é o tipo de sangue de cerca de 7,7% da população. Sabe-se que este grupo tem maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 do que os indivíduos do que grupo O. Este tipo tem o antigénio B e anticorpos anti-A no plasma.
- Tipo AB: este é o tipo de sangue mais raro, estando presente em apenas 3,4% da população portuguesa. Tem dois antigénios (A e B) e nenhum anticorpo. É o recetor universal.
Rh positivo ou negativo
Outra característica associada ao tipo de sangue que importa conhecer é o fator Rh, que pode ser positivo ou negativo. Quem possui o fator Rh na superfície das hemácias é Rh+. Quem não possui é Rh-.
As hemácias são células sanguíneas, também conhecidas como glóbulos vermelhos ou eritrócitos, que exercem um importante papel na oxigenação dos tecidos. Em caso de anemia, por exemplo, as funções dos glóbulos vermelhos podem ficar comprometidas.
No nosso país, o fator Rh+ é mais frequente do que o fator Rh-. Pode, ainda, dizer-se que o tipo de sangue AB Rh- é o mais raro na população portuguesa.1
Assim, da associação do Rh e do sistema de grupos sanguíneos ABO, surgem oito tipos de sangue diferentes: A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+ e O-.3