A China não quer ficar para trás nesta corrida a Marte e persegue os Estados Unidos também na exploração espacial. Assim, às 12:41 locais, em Portugal eram 05:41, o foguetão Long March 5 levantou da base de Wenchang, na ilha de Hainan, no sul do país, em direção ao planeta vermelho. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, esta viagem durará sete meses e pretende colocar um veículo de exploração, o Tianwen-1, na superfície marciana.
A missão, depois de chegar ao planeta, irá estudar a atmosfera, os campos magnéticos e a ionosfera de Marte durante 90 dias.
China já vai a caminho de Marte
Depois das suas missões tripuladas no espaço e da exploração pioneira da face oculta da Lua, a China dá mais um salto para conquistar o cosmos. Para esta missão, o gigante asiático usará a sua nave “Tianwen-1“, que significa “Perguntas ao Céu” e é uma homenagem a um poema escrito há mais de dois mil anos por Qu Yuan.
O país tem convicções fortes nesta corrida ao Espaço e já o demonstrou antes. Pequim não quer de todo ficar atrás dos Estados Unidos, mais agora que ambos estão num conflito latente em questões mundanas.
Superpotência na Terra e no Espaço
Pequim comunica esta missão como o assumir no Espaço a superpotência que diz ser na Terra. O regime quer tomar a dianteira da exploração espacial em poucos anos, num claro desafio ao que os EUA têm feito. No entanto, este não será o único país a viajar até Marte.
Tendo em conta o alinhamento de Marte com a Terra, há outras mais missões semelhantes. Conforme foi dado a conhecer, há quatro dias, os Emirados Árabes Unidos lançaram a sua própria sonda, a Hope, que está também a caminho do planeta vermelho. Além destas, também os Estados Unidos farão o mesmo no dia 30 de julho. Todos eles querem aproveitar o facto de a viagem ser agora mais curta para chegar a Marte, um objetivo que tem vindo a despertar a imaginação dos seres humanos há décadas.
É sabido que este desejo de conquista não é fácil nem barato. Conforme é sabido, este não é a primeira vez que a China tenta. Em 2011, lançou uma missão conjunta com a Rússia, mas falhou. Agora está a fazê-lo sozinha após os últimos sucessos da sua carreira espacial. Se tudo correr bem, a nave espacial “Tianwen-1” chegará ao “Planeta Vermelho” em fevereiro do próximo ano, após ter percorrido 55 milhões de quilómetros.
Estados Unidos vão muito mais à frente
Apesar do seu progresso muito rápido, a China ainda está muito atrás dos Estados Unidos. Apesar de Marte ser um planeta misterioso, para os EUA já não é tanto assim, até porque já enviou quatro veículos para Marte desde o final dos anos 90. A sua próxima missão, “Perseverance“, será com uma sonda do tamanho de um carro que procurará sinais de vida microbiana antiga e recolherá amostras de rochas e solo para as trazer à Terra em 2031.
Portanto, segundo alguns peritos, esta primeira expedição chinesa a Marte é semelhante às missões “Viking” levadas a cabo pela NASA entre 1975 e 1976. Desde os anos 60, a ex-União Soviética e os Estados Unidos tinham deslocado a sua “Guerra Fria” para o espaço e, tal como com a Lua, ambos queriam marcar o objetivo de serem os primeiros a aterrar uma nave espacial não tripulada em Marte, o planeta mais próximo da Terra.
Após várias tentativas falhadas, a URSS finalmente teve sucesso com uma sonda que aterrou em Marte, mas lá funcionou apenas durante 14 segundos. Depois das suas missões “Viking”, a nave espacial americana “Mars Odyssey“, lançada em 2001, detém o recorde de gravitação em órbita de um planeta diferente da Terra.
Assim, graças ao seu extraordinário crescimento económico, a China entrou plenamente na corrida espacial desde que colocou o seu primeiro homem em órbita em 2003. A partir daí, realizou meia dúzia de missões tripuladas e, após a construção de um laboratório entre as estrelas, está a planear uma estação espacial permanente para 2022.
Em resumo, a China parece ter tomando o lugar da Rússia, a “Nova Guerra Fria” com os Estados Unidos. O braço de ferro segue agora no cosmos.
Leia também: